XVI. Queima Minha Pele

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Queima Minha Pele, Baco Exu do Blues.
❝ Eu engoli minha vaidade pra dizer "volta pra mim" Mesmo sabendo que você me faz tão mal. ❞

❝ Não sou homem com quem você sonhava, Mas queria ser o homem com quem você sonhava

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Não sou homem com quem você sonhava, Mas queria ser o homem com quem você sonhava. ❞


O francês estava sentado sobre a mesa, observando atentamente o mais novo enquanto ele se movia com animação na cozinha, dançando ao ritmo suave da música de fundo que preenchia o ambiente. Ofereceu-se para ajudar, mas Jeon apenas o instruiu a sentar-se e deixar todo o resto por sua conta, selando rapidamente seus lábios em sinal de gratidão. Enquanto Jeongguk preparava os pratos, deixou uma playlist de músicas pop ao fundo, pensando que talvez Taehyung pudesse apreciá-las e até mesmo descobrir novas músicas que poderia gostar. Ele duvidava que o loiro gostasse das músicas que normalmente escutava, marcadas por solos de guitarra e letras incompreensíveis. Estava conscientemente tentando expandir seus horizontes musicais, agora que fazia parte de uma banda de rock indie e com certeza seria o melhor nisso.

Taehyung observava Jeongguk com um sorriso doce, apreciando a visão do rapaz de costas para ele, vestindo apenas uma cueca boxer e um avental azul. As marcas de arranhões em suas costas e os chupões em suas coxas eram testemunhas de seus momentos passados juntos durante a tarde. O hábito de marcar a pele clara do mais jovem estava se tornando irresistivelmente prazeroso para o Kim, algo que ele não só continuaria, mas também nutriria com satisfação.

Enquanto isso, o francês usava apenas sua cueca branca e a camisa que Jeon havia deixado para trás após a festa em sua casa. A mesma peça que, de alguma forma desconhecida, havia sido abandonada em seu banheiro. Agora ela repousava confortavelmente sobre seu corpo, até pensou em questionar o mais novo sobre esse momento, mas acabou deixando de lado. O aroma agradável de Jeongguk pairava ao seu redor, enquanto a camisa lhe proporcionava um conforto inigualável. Os seus fios loiros úmidos pingavam se espalhando sobre o tecido, lembranças sutis de seu banho compartilhado com o moreno e da tarefa de trocar os lençois da cama, que agora, frescos e limpos, aguardavam ansiosamente por sua volta.

Enquanto observava a animação no rosto do mais novo, as palavras trocadas entre ele e Yoongi ecoavam em sua mente sem aviso prévio. De repente, sua imaginação o transportava para um cenário sombrio, onde toda a felicidade do rapaz desaparecia, substituída por lágrimas e solidão. Sentia-se como alvo de inúmeras setas, cada uma apontando para ele, evidenciando sua culpa pela tristeza e decepção de todos, especialmente pela solidão de Jeon. A simples visão desse cenário em sua mente dissipava sua felicidade momentânea e pesava em seu coração como uma âncora.

Fechar os olhos e respirar profundamente só o levava a uma conclusão dolorosa: ele não pertencia a lugar algum. Suas duas nacionalidades pareciam não se encaixar, tornando-o um estranho tanto na sua nova escola, onde era visto como francês, quanto na França, onde era considerado mestiço. Como já lhe disseram uma vez, nada naquele país era seu, e agora via que tinham razão, nenhum lugar o pertencia. Nada o conectava àquele lugar, nem seus sentimentos, nem suas dores. Sentia-se como um intruso, um problema sem solução, um criminoso, um pecador.

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