Capítulo 2

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Um Convite para Norfolk

02 de junho de 1811

Minha querida Katherine,

Receio que não posso ir para a cidade este ano, dada a minha condição.

Você não vai vim nos visitar em Norfolk quando a temporada terminar? Minha cunhada, Caroline, estará mais feliz com companhia, e a propriedade de Sir Roland é adorável em pleno verão. Há ruínas romanas nas proximidades. Eu acho que você vai encontrar os arredores passíveis de seus passatempos favoritos de peregrinação e sonhar acordada.

Traga Anastasia se você preferir. Pode fazer-lhe bem. Sua e etc.

Margaret

Se Sir Roland Farnsworth era um caracol, Ana decidiu que sua irmã Caroline era um jaybird. Uma mandona, irritante e enérgica jovem com uma voz grasnada e um afiado nariz bicudo. Era fácil entender por que Margaret tinha estado tão desesperada por companhia aqui em Norfolk.

—Kate! Ana! Por aqui. - Com uma mão abanando, Caroline chamou-as para uma sebe que beirava a pista. —Tragam suas cestas. Não demorem.

Mais uma vez, Anastasia encontrou-se invejando suas irmãs. Margaret tinha a desculpa de estar redonda com uma criança a caminho e precisando de um descanso tranquilo na casa. A inteligente Katherine tinha trazido um livro como um meio portátil de escapatória.

Enquanto isso, Anastasia estava presa nos caprichos de Caroline.

—Esta é a única que está estourando com frutas - disse Caroline. —E elas estão consistentes apenas com a quantidade certa. - Ela arqueou as sobrancelhas. —Se vocês sabem o que quero dizer.

Anastasia não sabia o que ela queria dizer. Nem um pouco. Caroline estava sempre fazendo insinuações estranhas que para Ana supostamente tinham a intenção de soar mundanas ou espirituosas, mas apenas não fazia sentido lógico.

—Venha aqui, Anastasia.

Anastasia obedeceu, andando fortemente pela grama alta que chegava quase ao tornozelo. Ela usava um vestido de musselina fina e leves botas, mas a ridícula touca para o sol em sua cabeça ponderava cada um de seus passos. Foi um "presente" de Caroline, que tinha a circunferência de uma roda de carroça, e laços de fita estreitos que a mantinham sufocada.
Anastasia tentou recusar, mas Caroline havia comentado com uma sobrancelha levantada que ela não iria mandar para casa uma sardenta senhorita Steele, se Anastasia soubesse o que ela queria dizer.

Significava que Anastasia ficou presa com a touca. Por enquanto. Durante toda á tarde, ela esteve sonhando com maneiras de perder aquilo. Mas não havia nenhuma lagoa acessível ou córrego. A brisa não era forte o suficiente para soprá-la (seria necessárias ventanias com a força de um furacão para isso). E ninguém poderia cruzar com um ganso enfurecido ou uma cabra esfomeada quando se queria isso desesperadamente.

—Cuidado com os espinhos. - Caroline ficou para trás, enquanto Anastasia se abaixava para pegar groselhas das sebes. —E Kate, deixe sua leitura e se junte a nós. Livros pertencem a bibliotecas, querida.

—Bagas pertencem aos arbustos. - Anastasia separou uma groselha gorda de seu talo. —No entanto, nós estamos aqui.

Caroline não tentou se engajar naquele argumento.

—Ouvi dizer que Lord Elliot em breve voltará a Suthermarsh. Isso é motivo de
entusiasmo.

—É mesmo?

Caroline riu de uma forma superior.

—Oh, minha querida Anastasia. Entusiasmo de fato! Eu tenho certeza de que não conheço um cavalheiro que se iguale a Lord Elliot. Muito bonito. Margie deve convidá-lo para jantar na primeira oportunidade, e você pode ver por si mesma. Kate garanto que ele vai tirar o seu nariz desse livro... Se vocês sabem o que quero dizer.

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