XIII

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Boston, Massachusetts












Effie Petit
13|04








Capítulo XIII= Como Papai






Que preguiça.

Me espreguiço na cama e troco de posição, ficando de bruços, bocejando sem coragem de abrir meus olhos para outro dia chato começar, me forçando a abrir meus olhos não tão inchados como ontem, agora normais, só vermelhos como se estivesse doente a anos.

Após abrir os olhos, eles estão como se nunca tivessem os aberto, ainda enxergando nada de meu quarto pela janela estar bem fechada, e as cortinas da mesma forma, impedindo qualquer luz de adentrar no quarto, me sentindo o próprio batman por estar tudo escuro. Ando lentamente pelo quarto tentando não esbarrar em nada para não cair no chão como uma banana madura, e tateio a parede, chegando até a possível janela, afastando as cortinas para abrir a janela reforçada, já me esforçando de mais para quem acabou de acordar, quase cambaleando para trás com a luz forte que me cegou por completo, tampando meu rosto para me afastar da luz, como se o sol me queimasse feito um vampiro.

    Mais uma vez a casa está silenciosa, apesar de ser pelas minhas contas, duas horas da tarde. Como qualquer mãe que se importa com seu filho, mamãe deveria estar fazer o almoço agora, ou até mesmo já terminado, mas, nesse caso, por estarmos brigadas, ela vai deixar por isso mesmo. Terei que fazer meu próprio almoço. Não que eu esteja reclamando, já que sei cozinhar e tenho braços para isso, não preciso dela. Não quero ser uma preguiçosa como ela diz. Mas poxa, isso não é perfeitamente normal? Uma mãe cozinhar para a filha?

Me acostumo com a luz e ando alheiamente pelo quarto, não entendendo o por que disso também, apenas já entediada pelo mal começo do dia, indo em direção ao banheiro para mais uma vez, tomar banho. Não sou como algumas pessoas que só tomam banho em dias de sábado, tá?

Coço meus olhos e ligo o chuveiro, pegando um pouco de sabonete líquido para começar o banho, me ensaboando por inteira. Pego shampoo também e massageio meu cabelo, deixando a água levar toda a espuma presente em meu cabelo e corpo, encerrando o banho depois de lavar o rosto. Me enrolo em meu roupão e sigo em direção ao meu quarto, procurando mais uma vez em meio a todas as minhas roupas, uma que não chame tanta atenção e não seja tão colorida, pegando uma blusa de estampa delicada da cor bege meio desbotada e uma saia jeans que chega até um pouco a cima do meio da coxa, calçando em seguida uma Mary Jane sem salto, tendo vergonha de mim mesma por ainda usar de vez em quando sapatos de velcro.

Tento prender meu cabelo, mas por ele ser muito picotado, não consigo, recorrendo a grampos de cabelo para prender minha franja rebelde. Me abaixo sobre minha cama, e suspiro fundo a ter que desesperadamente recorrer a isso: Meu cofre. Quem administra todo dinheiro que ganho com campeonatos ou outros trabalhos meus, é mamãe, ela quem está com todo meu dinheiro no momento. Não sei se ela gastou tudo, ou ainda é consciente e guarda, todavia, de qualquer jeito, não tenho autoridade sobre ele, mesmo que originalmente seja meu, por isso, em dólar vivo, dava um jeitinho de guardar elas para mim, as colocando em meu cofre. São como minhas economias, que guardo em casos de emergência, no caso, como em situações como essa, na qual deu a louca na mamãe e ela só comprou porcaria para comer.

— Droga!

Pouquíssimos dólares. Como nesse tempo todo, eu só consegui juntar isso? Como... isso não está certo! Sempre que guardava dinheiro aqui, estava sempre cheio, o mesmo antes era tão cheio que até mesmo ia comprar outro maior, por que de repente eles parecem que sumiram... evaporaram? Poxa, dinheiro não tem pernas para sair andando! E nem asas para voar!

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