Stalker à Solta

XVII

                        Boston, Massachusetts

                                    Effie Petit
01|05

Capítulo XVII= Irmão Mais Velho

Passaram-se muitos dias desde que cheguei aqui, desde que comecei a morar com papai e sua família... que agora.. também é a minha. É extremamente estranho conviver com papai, Heloise e principalmente Eliott, pois todos já foram pessoas de meu passado, no qual nunca pensaria que os veria novamente... nem sei como conversar com eles ou pelo menos manter uma conversa... por isso, nossa convivência está sendo muito estranha...

Apesar de agora eles serem minha família, nem os conheço direito, não sei nem quais suas comidas preferidas, seus hobbies, o que gostam de fazer no tempo livre... não sei absolutamente nada! Tudo que sei é o que eu sabia antes de quando tinha apenas sete anos, e nem isso, afinal, jurei que Heloise e Eliott eram apenas amigos de papai... como fui tola. É frustrante morar com pessoas na qual você não sabe de quase nada sobre... quase me sentia assim em relação a mamãe, já que nem a mesma me contava as coisas, ficava só as escondendo, não me contando coisas importantes... isso é tão chato!! É como se eu morasse com um bando de bonecos! Se eu não me esforço, imagina eles, que apenas falam quando Eliott abre a boca para falar algo inconveniente e ruim.

Conviver com papai e Heloise é ok, normal, mas conviver com Eliott não é nada fácil... aquele garoto é falso num nível extremo! Em frente a mamãezinha e o papaizinho dele, ele é um próprio anjo, sempre prezando pela família, dizendo palavras gentis... mas, quando está sozinho comigo, na verdade, quando ele invade meu quarto novo, esse garoto parece que vira outra pessoa, um completo pervertido!! Isso... isso está me incomodando em um nível absurdo, simplesmente não posso mais ficar sozinha, que esse garoto já vem me encher, me abraçar, ficar repetindo quase todos os dias que sentiu minha falta... isso é tudo muito cansativo. Eliott é muito grudento, gosta de fazer contato físico comigo como antes, sempre tentando um jeito de ficar próximo a mim, de me abraçar, e até mesmo, convencendo seus pais que o melhor é que compartilhemos nossos quartos!!

Por incrível que pareça, Heloise pareceu achar a ideia do filho uma maravilha! Concordando quase que na mesma hora, tendo agora que arrumar minhas coisas para ir ficar em seu quarto estranho escuro. Que ideia ordinária foi essa que Eliott foi ter! Nem mesmo quando morava com mamãe dividia quarto! E não reclamando por conta disso... mais de toda a ideia em si! Tipo, nós dois já somos crescidinhos— Principalmente ele que já é adulto— e bem resolvidos, precisamos ter nosso próprio espaço, um quarto apenas nosso, com um banheiro unicamente para nosso funcionamento. Era só o que me faltava, agora ter que dividir quarto com esse... maluco. Não só dividir o quarto, mas tudo nele, não é? Já que nem mesmo escrivaninha tem. Imagina na hora de usar o banheiro, quando eu quiser usar o banheiro e esse doido já estiver usando?

                    Parabéns, Eliott, por ter uma ideia tão merda!!

Bufo de raiva enquanto carrego nos braços uma caixa de papelão repleta de coisas minhas, que já estava no outro quarto, mas, que tive que os tirar para me mudar. Infelizmente sou uma pessoa tão envergonhada que nem tive oportunidade de reclamar sobre isso para Heloise que achou uma ótima ideia, afinal, eles já estão fazendo o favor de me receber... quem sou eu para ditar as regras? Chego em frente a porta escura de Eliott e bato na porta, dando de cara com o mesmo apenas de toalha, na qual está circulada em seu quadril, expondo mais uma vez seu tronco pálido e malhado. Desvio o olhar e mostro a caixa, a afastando em sua direção.