Vegas gemeu, endireitando-se. Sua visão esmaecia e desaparecia, seu corpo todo dolorido.
Ele se forçou a se concentrar.
A primeira coisa que viu foi o corpo de Tom.
Vegas não precisou verificar o pulso para saber que ele estava morto. Havia uma ferida aberta em sua cabeça. Os olhos azuis estavam sem vida, ainda cheios de medo.A bile subiu em sua garganta. Ele conhecia Tom há apenas alguns dias, mas ainda era incrivelmente inquietante ver o cara que ele estava beijando há algumas horas atrás, morto. Cristo, Tom ainda não tinha vinte e cinco anos.
Desviando o olhar, Vegas olhou ao redor. Eles não estavam perdendo altitude; isso era óbvio. Eles pousaram, então. Caíram. Estava claro o suficiente para ver, o que significava que ainda era dia, onde quer que eles pousassem. Ele tentou calcular exatamente onde eles haviam descido, com base no tempo de voo, mas deu branco.
Ok; Não é importante.
Seu olhar finalmente caiu sobre o cara do outro lado do corredor. O cara - Pete, se Vegas lembrava corretamente - estava chorando, sacudindo sua esposa e implorando a ela para acordar.
Vegas o encarou, vagamente surpreso com a transformação. Se foi o homem arrogante e perfeito que zombava dele com desprezo. Esse cara mal se parecia com ele, seu cabelo escuro e liso era a única coisa que eles tinham comum.
Sacudindo-se para sair de seu estupor - ele bateu a cabeça? – Vegas forçou-se a se mover. Ele desafivelou o cinto de segurança e se levantou, ignorando a dor incômoda nas costelas.
O avião estava silencioso. Muito quieto. Ele esperava que houvesse pânico e gritos das pessoas, mas não houve nada. Quando Vegas passou pela divisória que separava a cabine da primeira classe da classe econômica, ele descobriu por quê: parte do avião havia sumido.
Vegas olhou para o céu nublado e depois para a praia próxima. Parecia que o avião - o que restou dele - havia caído nas águas rasas de alguma ilha, longe o suficiente da tempestade em que o avião foi pego, ou talvez tivessem se passado horas. Há quanto tempo ele estava inconsciente?
Nenhum habitante local. Nenhuma casa à vista. Nenhum sinal de que havia alguém além deles na ilha. Provavelmente desabitada, então. Onde quer que a outra metade do avião estivesse, ele não conseguia ver. Era possível que já tivesse sido engolido pelo oceano. Falando em oceano, parecia que a maré estava chegando em breve.
Ele voltou para dentro e foi para a cabine. Ele não tinha muita esperança que alguém dentro dela estivesse vivo, e suas expectativas se mostraram corretas quando encontrou os corpos do piloto e do copiloto.
Suspirando, Vegas os carregou para fora do avião, um por um, em seguida, carregou o corpo de Tom.
Por fim, restou apenas o fanático. Ele e sua esposa morta.
— Vamos, leve-a para fora — Vegas disse rispidamente. — Não podemos deixar os corpos aqui. O avião vai inundar quando a maré chegar.
O cara ergueu a cabeça e piscou para ele atordoado. Seus olhos arregalados eram muito escuros. Estranho. Vegas pensou que eles eram mais claros.
Ele franziu a testa e acenou com a mão na frente do rosto do cara. — Você bateu sua cabeça? Você entende o que eu estou dizendo? Vamos, a maré está começando a entrar. Não há tempo a perder. Leve o corpo para fora.
— O corpo — o homem repetiu, parecendo perdido. — Ela - ela não está morta. Ela está apenas inconsciente.
Vegas desviou o olhar, sua mandíbula cerrada. Ele não queria sentir pena daquele fanático imbecil, mas era impossível não sentir.
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Wrecked | VegasPete
FanfictionUm acidente de avião. Um homofóbico e um gay presos juntos em uma ilha deserta. Um amor nascido do ódio, necessidade e desespero mútuo. Pete Saengtham é bonito, rico e muito heterossexual - ele é casado com uma mulher linda. Falando abertamente sobr...