Capítulo 2.

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Vegas gemeu, endireitando-se. Sua visão esmaecia e desaparecia, seu corpo todo dolorido.

Ele se forçou a se concentrar.

A primeira coisa que viu foi o corpo de Tom.
Vegas não precisou verificar o pulso para saber que ele estava morto. Havia uma ferida aberta em sua cabeça. Os olhos azuis estavam sem vida, ainda cheios de medo.

A bile subiu em sua garganta. Ele conhecia Tom há apenas alguns dias, mas ainda era incrivelmente inquietante ver o cara que ele estava beijando há algumas horas atrás, morto. Cristo, Tom ainda não tinha vinte e cinco anos.

Desviando o olhar, Vegas olhou ao redor. Eles não estavam perdendo altitude; isso era óbvio. Eles pousaram, então. Caíram. Estava claro o suficiente para ver, o que significava que ainda era dia, onde quer que eles pousassem. Ele tentou calcular exatamente onde eles haviam descido, com base no tempo de voo, mas deu branco.

Ok; Não é importante.

Seu olhar finalmente caiu sobre o cara do outro lado do corredor. O cara - Pete, se Vegas lembrava corretamente - estava chorando, sacudindo sua esposa e implorando a ela para acordar.

Vegas o encarou, vagamente surpreso com a transformação. Se foi o homem arrogante e perfeito que zombava dele com desprezo. Esse cara mal se parecia com ele, seu cabelo escuro e liso era a única coisa que eles tinham comum.

Sacudindo-se para sair de seu estupor - ele bateu a cabeça? – Vegas forçou-se a se mover. Ele desafivelou o cinto de segurança e se levantou, ignorando a dor incômoda nas costelas.

O avião estava silencioso. Muito quieto. Ele esperava que houvesse pânico e gritos das pessoas, mas não houve nada. Quando Vegas passou pela divisória que separava a cabine da primeira classe da classe econômica, ele descobriu por quê: parte do avião havia sumido.

Vegas olhou para o céu nublado e depois para a praia próxima. Parecia que o avião - o que restou dele - havia caído nas águas rasas de alguma ilha, longe o suficiente da tempestade em que o avião foi pego, ou talvez tivessem se passado horas. Há quanto tempo ele estava inconsciente?

Nenhum habitante local. Nenhuma casa à vista. Nenhum sinal de que havia alguém além deles na ilha. Provavelmente desabitada, então. Onde quer que a outra metade do avião estivesse, ele não conseguia ver. Era possível que já tivesse sido engolido pelo oceano. Falando em oceano, parecia que a maré estava chegando em breve.

Ele voltou para dentro e foi para a cabine. Ele não tinha muita esperança que alguém dentro dela estivesse vivo, e suas expectativas se mostraram corretas quando encontrou os corpos do piloto e do copiloto.

Suspirando, Vegas os carregou para fora do avião, um por um, em seguida, carregou o corpo de Tom.

Por fim, restou apenas o fanático. Ele e sua esposa morta.

— Vamos, leve-a para fora — Vegas disse rispidamente. — Não podemos deixar os corpos aqui. O avião vai inundar quando a maré chegar.

O cara ergueu a cabeça e piscou para ele atordoado. Seus olhos arregalados eram muito escuros. Estranho. Vegas pensou que eles eram mais claros.

Ele franziu a testa e acenou com a mão na frente do rosto do cara. — Você bateu sua cabeça? Você entende o que eu estou dizendo? Vamos, a maré está começando a entrar. Não há tempo a perder. Leve o corpo para fora.

— O corpo — o homem repetiu, parecendo perdido. — Ela - ela não está morta. Ela está apenas inconsciente.

Vegas desviou o olhar, sua mandíbula cerrada. Ele não queria sentir pena daquele fanático imbecil, mas era impossível não sentir.

Wrecked | VegasPeteOnde histórias criam vida. Descubra agora