Capítulo 23.

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Pete pensou sobre isso.

Foi tudo o que ele pensou nas duas semanas seguintes. Nate poderia estar certo? Poderia Vegas talvez não ter falado sério quando ele disse que não o queria?

Ele se odiava por até mesmo entreter o  pensamento, odiava que ele era incapaz de anular a esperança que cresceu nele. Ele se viu olhando para o número de Vegas à noite, seu polegar pairando sobre ele até que começou a tremer de desconforto.

Era estúpido. Mesmo se Vegas realmente o quisesse naquela época, ele poderia já ter seguido em frente. Fazia quase quatro meses e Pete ainda não tinha ideia se poderia ser honesto com Vegas sobre como ele realmente se sentiu quando mal conseguia ser honesto consigo mesmo.

Eu posso viver sem você, mas eu não quero.

Sinto-me culpado por precisar de você mais do que jamais precisei da minha esposa.

Eu me sinto culpado, porque estou com medo de não ser feliz mesmo se eu a tivesse de volta.

Naquela noite, ele sonhou. Ele sonhou com Vivian.
Eles estavam sentados na praia da ilha, a cabeça dela em seu ombro. Seus dedos estavam entrelaçados. Foi pacífico. Quieto.

— Eu sei que você me amava — ela disse.  — Você me fez a mulher mais feliz no mundo. —  Ela virou a cabeça e olhou para ele com seus lindos olhos.

Ela sorriu, tocando seu rosto.  — Tudo bem. Eu quero que você seja feliz, bobo. —  Ela roçou os lábios nos dele, o toque afetuoso e quente.  — Amar alguém é sempre assustador. Mas eu sei que você é corajoso. Seja corajoso, querido. — 

E então ela se foi. Pete acordou com lágrimas nos olhos. Ele ficou deitado assim, chorando silenciosamente até que não houvesse mais lágrimas. Ele se sentiu em paz, pela primeira vez em muito tempo. Depois de um tempo, ele pegou seu telefone e rolou até o número de sua tia. Ele clicou em Ligar.

— Pete? —  ela disse, parecendo sonolenta.  — Algo está errado? — 

Certo. Ainda era de manhã cedo.

— Não foi um experimento — disse ele com voz rouca.  — Eu acho que sou bi. — 

Houve silêncio na linha.

Ele podia ouvir sua tia respirar com dificuldade.  — Pete... é sobre aquele homem? —  ela disse.  — Vegas? — 

Pete olhou para o teto.  — Não é sobre ninguém. É sobre mim. Eu estou atraído por homens. Eu quero saber se você - se você ainda pode -  — 

— Não seja estúpido —  ela disse laconicamente.  — Você acha que dediquei minha vida a criar você apenas para - você acha que isso é o suficiente para eu desistir de você? — 

— Não é? —  ele resmungou.

— Garoto idiota —  ela rangeu e desligou.

Pete olhou para o telefone sem expressão antes de uma risada sair de sua garganta. Algo em seu peito afrouxou um pouco. Ele sabia que sua tia nunca aprovaria inteiramente sua sexualidade, mas talvez estivesse tudo bem.

Talvez ela não precisasse aprovar suas escolhas de vida para amá-lo.

[...]


Ele pretendia ser um adulto sobre isso. Ele queria enviar uma mensagem para Vegas com algo neutro, descobrir onde ele estava, se estivesse saindo com alguém (até pensar nisso o deixava doente, mas era uma possibilidade, que ele não podia descartar), mas no final, ele era muito covarde. Ele não era nem um pouco corajoso.

Então Pete fez a coisa adulta responsável: ele stalkeou Vegas.

Ele voltou ao hotel de Vegas e pediu ao gerente seu endereço. O gerente o reconheceu desta vez, e depois de ter visto Pete quase nu no quarto de Vegas, provavelmente tirou suas próprias conclusões e não precisou ser muito convencido quando Pete disse que queria surpreender Vegas.

Wrecked | VegasPeteOnde histórias criam vida. Descubra agora