Wrecked | VegasPete

Capítulo 11.

Eles já estavam na ilha há oito meses quando Vegas percebeu que eles mal se falavam mais.

Não que eles não se comunicassem, eles faziam. Eles simplesmente não precisavam de palavras para isso.

Seus corpos estavam tão sintonizados um com o outro neste ponto que as palavras não pareciam necessárias. Por que usar palavras quando Vegas poderia simplesmente colocar a mão no ombro de Pete e virá-lo para onde ele queria que olhasse?
Por que usar palavras quando Pete podia apenas olhar para ele daquela maneira particular antes de cair de joelhos e engolir seu pau? Palavras pareciam redundante. Não havia nada que valesse a pena discutir acontecendo em sua vida. Apenas eles. E já que eles pararam de discutir o tempo todo e ambos evitavam falar sobre a coisa entre eles, eles realmente não tinham nada para conversar. Até a fase de falar à noite de Pete havia terminado há um tempo. Agora ele parecia preferir cochilar em silêncio com a cabeça na barriga de Vegas enquanto os dedos de Vegas brincavam com seu cabelo.

Não era normal. Mas, novamente, nada sobre esta situação era normal pra caralho. Ou melhor, o normal deles não era o que qualquer outra pessoa consideraria normal.

Eles tinham uma espécie de rotina. Eles acordavam, ele fodia a boca do Pete, eles comiam tudo o que eles podiam pescar ou forragem, ou seus tomates. (Às vezes ficava confuso quando pensava no fato de que eles haviam ficado presos nesta ilha por tempo suficiente para colher sua segunda safra de tomates.) Depois de comer, eles correriam várias voltas ao redor da ilha para se manter em forma, e depois cochilavam por um tempo sob a copa das palmeiras, com Pete em cima dele, seu rosto enterrado na trilha feliz de Vegas ou contra seu peito. Pessoas normais provavelmente chamariam de carinho. Vegas não chamava de nada, mas era sua parte favorita do dia. Pacífico. Sociável. O mais próximo da felicidade que ele esteve desde a queda do avião.

Ele geralmente era acordado por uma boca molhada ao redor de seu pênis. Depois de foder sonolentamente a boca de Pete, ele
observava Pete gozar, correndo os dedos pelos cabelos de Pete e acariciando seu pescoço e costas. Às vezes, ele chupava o pau de Pete se Pete não se sentisse muito estranho com isso naquele dia. Às vezes, eles nem mesmo se tocavam sexualmente - apenas se tocavam pelo bem disso, e isso era o suficiente. Então eles comiam - e então o círculo se repetia.

A rotina era quase reconfortante, apesar de ter uma qualidade surreal para isto. Não era um relacionamento. Não era nem sexo só por fazer. Era uma necessidade. Uma necessidade. Mas era simples. Era familiar. Era tudo que eles tinham.

[...]

A rotina deles foi quebrada por uma grande tempestade. Eles não se preocuparam com o abrigo - ele não resistiria a este tipo de tempestade, então eles se amontoaram sob uma palmeira, os braços de Vegas travaram ao redor Pete por trás. Apenas para equilíbrio, é claro.

Com o queixo no ombro de Pete, Vegas olhou para o oceano furioso, imaginando quando a tempestade finalmente pararia. Algo branco no horizonte chamou sua atenção. Por um momento, o cérebro de Vegas não pareceu compreender o que ele estava vendo, mas quanto mais ele assistia, mais certo ele se tornava. Os olhos dele não estavam pregando peças nele. Realmente havia um navio ou algum tipo de iate - indo em direção à ilha. Embora - rumo - não pareça ser uma descrição precisa: a velocidade com que se aproximava da ilha era bastante insegura. O navio provavelmente havia sido desviado de seu curso por causa da tempestade.

Nos nove meses em que estiveram na ilha, não viram um único navio.

Mas agora...

Pete fez um som questionador, e Vegas percebeu que ele pode tê-lo apertado muito forte em sua excitação. Excitação. Era isso que ele estava sentindo? Vegas não sabia. Mas seu coração estava batendo forte, seu corpo tenso e alerta para o que parecia ser a primeira vez em muito tempo. Parecia quase como se ele estivesse acordando de algum sonho bizarro.

—O que? — Pete disse, sua voz rouca por falta de uso.

—O navio, — Vegas disse, sua voz igualmente rouca.

Pete ficou rígido antes de se endireitar de sua postura relaxada contra o peito de Vegas. Vegas não podia ver seu rosto de sua posição atrás dele, mas ele podia ver os músculos de Pete enrijecerem ao ver o navio também.

—Está vindo em nossa direção — Vegas disse, um tanto desnecessariamente.

Pete não disse nada por um momento.

Então, ele praticamente se afastou de Vegas e se levantou. Ele correu em direção à costa. Vegas o seguiu depois de um momento, sentindo-se estranhamente entorpecido. Eles seriam resgatados.

Resgatado.

O pensamento era ... estranho. Obviamente ele estava feliz. Além de feliz. Mas ainda era estranho. Isto não parecia real. Mas era.

O iate ancorou na pequena baía da ilha, sua tripulação claramente pretendendo esperar o mau tempo lá fora. Eles nadaram em direção ao iate, nem mesmo se preocupando em pegar suas coisas - eles sempre poderiam voltar para buscá-las mais tarde. O oceano furioso estava quase impossível de navegar. Vegas agarrou o braço de Pete quando ele desapareceu sob as ondas altas e o apertou. Mantendo-o perto. Pete acenou com a cabeça.

Pareceu levar uma eternidade antes de chegarem ao iate. No momento em que Vegas ouviu gritos de surpresa enquanto as pessoas no iate notaram-nos, um sentimento surreal o atingiu novamente. Essas pessoas estavam falando inglês. Ouvir uma voz que não era dele ou de Pete após nove meses foi algo como um choque.

Entorpecido e desorientado, ele subiu atrás de Pete no convés e permitiu que outras pessoas o puxassem para cima. Mãos tocando seus ombros. Mãos que não eram de Pete. Foi muito estranho.

— Quem são vocês? — alguém disse, enrolando um cobertor em volta dele. — O que que diabos vocês estão fazendo aqui? —

Vegas não respondeu. Não poderia.

Seus olhos encontraram os de Pete. Ele estava olhando para Vegas com olhos arregalados, parecendo igualmente perdido e atordoado, a maneira como ele parecia quando queria ser abraçado. Os dedos de Vegas se contraíram em direção a ele. Ele os fechou em punhos.

Eles foram resgatados.

Tinha acabado. Acabou tudo.

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finalmente resgatados 🙌🏼  e não é death fic!!!
Espero que tenham gostado!
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até o próximo 🤗