Capítulo 20.

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A boca de Pete foi feita para beijar, pensou Vegas.

Seus lábios eram carnudos e macios, e ele beijava com uma necessidade infinita que foi direto para o pênis de Vegas - e fez coisas desagradáveis para seu coração também.

Porra, isso era pior do que sexo. Sexo era apenas sexo. Vegas não tinha um problema em separar sexo de apego e afeição. Mas eles não estavam fazendo sexo agora, e ainda assim ele estava beijando Pete. Só porque ele queria. Só porque adorava sentir Pete estremecer em seus braços, seus lábios trêmulos agarrando-se aos de Vegas, os gemidos suaves de Pete engolidos por sua própria boca. Havia algo de viciante nisso. Algo inebriante. Vegas se sentiu bêbado com esses beijos, bêbado e poderoso, o prazer diferente de tudo que ele já sentiu.

Eles estavam se beijando pelo que pareceram horas, desde que acordaram. Eles já haviam feito sexo matinal, mas não pararam de se beijar, os beijos simplesmente passaram de aquecidos para preguiçosos e pegajosos. Vegas se sentia pegajoso como o inferno e estava começando a assustá-lo.

O som de uma mensagem recebida quebrou o calor íntimo da atmosfera na sala. Pete suspirou e afastou a boca com um som obsceno e úmido. Vegas olhou para aqueles lábios rosados e úmidos enquanto seu dono pegava o telefone.

Aqueles lindos lábios franziram ligeiramente quando Pete viu a mensagem.  — É o Shawn de novo  — disse ele.  — Ele está me convidando para almoçar. — 

Vegas ergueu seu olhar.  — Você quer ir? — 

Pete fez uma careta engraçada, passando a mão pelos cabelos bagunçados. Porra, ele parecia... Obviamente, ele parecia ridiculamente sexy, todo corado e fodido - mas ele também parecia carinhosamente pensativo. Carinhosamente.
Cristo, ele estava ferrado.

— Eu não sei — disse Pete e prendeu o lábio inferior entre os seus dentes, olhando para baixo. Ele suspirou.  — Eu não quero ir, mas provavelmente tenho que ir. Eu preciso impedir o irmão de Vivian de fazer algo potencialmente desastroso - novamente. — 

— Hm. — 

Pete olhou para ele.  — O que? — 

— Você não deve nada a essas pessoas — disse Vegas, mantendo cuidadosamente seu tom neutro.  — Você não precisa fazer nada se não quiser. — 

As sobrancelhas de Pete franziram. Havia algo quase como perplexidade em seus olhos, como se nem mesmo entendesse o conceito. — Eu preciso fazer isso — disse Pete, balançando a cabeça. Ele apertou a mandíbula teimosamente.  — Não porque eu acho que devo algo aos Rutledge. É minha empresa também. Eu trabalhei pra caramba por isso por uma década. Eu não vou deixar qualquer um arruinar isso, seja Caldwell ou Derek.

Vegas reprimiu um sorriso.  — Tudo bem — disse ele. Ele olhou para o seu relógio.  — Já são onze. Você provavelmente deve sair em breve. —

Pete franziu a testa e baixou o olhar, seus dedos brincando ansiosamente com os lençóis embaixo dele.

Quando ele olhou para cima novamente, seu rosto estava difícil de ler.  — O terapeuta não disse que devemos fazer as coisas juntos?  — 

Vegas olhou para ele.  — Você quer que eu vá com você para a casa do seu cunhado?  — 

Um leve rubor apareceu nas maçãs do rosto de Pete.  — Não é que eu queira. Eu só - eu só quero seguir as instruções da médica e ... Não é isso que nós dois queremos? Ser normal novamente. —

Normal.

Vegas se sentou, virando as costas para Pete e disse:  — Tudo bem. — 

Atrás dele, Pete estava quieto. Vegas olhou para os preservativos saindo do bolso da calça jeans. Ele tinha esquecido de usá-los novamente. Irresponsável como o inferno. Mas então mais uma vez,  — irresponsável —  era uma boa palavra para descrever essa confusão de relação. Deus, o que eles estavam fazendo?

Wrecked | VegasPeteOnde histórias criam vida. Descubra agora