Capítulo 13.

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Descobriu-se que Shawn não estava brincando quando disse que as pessoas de Caldwell agora estavam no comando da Rutledge Enterprises.

Pete passou alguns dias alternando entre ler o contrato e - educadamente – discutir com o pessoal de Caldwell. Ler o contrato foi um exercício de frustração: ele estava dividido entre admirar Ian Caldwell por conseguir esconder tantas brechas no contrato e sendo frustrado com os Rutledges por cair nele. Se ele estivesse lá, ele nunca teria deixado

Mas ele não estava lá. Ninguém o deixou esquecer disso. Mesmo que ele não vivesse na Mansão Rutledge, o fantasma de Vivian - e a ilha - pareciam segui-lo em toda parte. Os olhares de pena já eram ruins, mas os curiosos eram pior ainda. Como foi? Sobreviver a um acidente de avião? Ficar preso em uma ilha deserta por tanto tempo? Foi horrível? O que ele fez com seu tempo?

As perguntas o faziam querer gritar. Ele tinha tentado tanto não pensar sobre a ilha, mas as pessoas sempre o lembram dela, sua curiosidade insaciável. Como foi? Como foi? Como foi?
Isso o deixava louco. Não ajudou que ele ainda lutasse para ficar perto das pessoas, seus olhares, sua atenção, suas vozes fazendo sua pele arrepiar. Ele ficou esperando que a terrível desconexão fosse embora, querendo se sentir normal novamente, mas até agora isso não tinha acontecido. Ele não se sentia melhor. Na verdade, o nó em seu peito parecia ficar mais apertado a cada dia que passava. Ele se sentia nervoso e distraído, e na metade do tempo sentia que não sabia o que fazer consigo mesmo - no sentido mais literal e físico.

Chega. Ele precisava se concentrar no trabalho.

Pete deixou seu escritório - seu novo escritório temporário - e foi para seu antigo. Estava ocupado pelo vice-presidente do Grupo Caldwell, que estava desempenhando as funções de CEO, enquanto Ian Caldwell estava incapacitado. Ele não estava realmente ansioso para a conversa.

Para ser justo, o homem era um executivo experiente com uma reputação fantástica nos círculos de negócios, mas Pete não estava
com vontade de ser justo. Primeiro ele perdeu a empresa que havia trabalhado como escravo durante anos para Derek Rutledge; agora ele havia perdido sua posição de CEO graças à relutância de Derek em dar a mínima para essa empresa. Pete havia lido o contrato; ele sabia que se Derek tivesse se incomodado em lê-lo, ele teria visto as letras pequenas. Mas ele claramente não deu a mínima, e agora Pete tinha que limpar sua bagunça.

Porra, ele queria uma bebida. Ele queria. Ele queria Vegas.

Pete se encolheu e empurrou o pensamento para fora de sua mente. Ou tentou. Ele sabia que voltaria. Sempre voltava. Deus, ele odiava esses pensamentos carentes que voltavam furtivamente a sua mente a cada vinte minutos. Ele não precisava de Vegas, porra. Quanto antes ele se esquecesse de tudo o que havia acontecido na ilha, melhor. Não tinha sido real. Esta vida era real.

Suspirando, ele murmurou uma saudação ao assistente do CEO, um jovem cara loiro de aparência atormentada. — Ele está lá dentro? — disse ele, acenando com a cabeça em direção a porta.

O cara - Nate - fez uma careta. — O demônio? Ele não está sempre? —

Pete fez um som simpático. Ele tinha ouvido falar que Raffaele Ferrara era um pesadelo para se trabalhar. O italiano era um dos principais acionistas do Caldwell Group e seu vice-presidente e COO. Apenas Ian Caldwell tinha mais poder na empresa do que Ferrara. Mas enquanto Ian Caldwell tinha a reputação de um empregador exigente, Raffaele Ferrara tinha a reputação de um tirano. Seu pobre assistente parecia que não dormia há dias.

— Por favor, diga a ele que quero falar com ele — , disse Pete.

Nate assentiu e apertou o botão do interfone. — Sr. Saengtham quer falar com você, Sr. Ferrara. —

Wrecked | VegasPeteOnde histórias criam vida. Descubra agora