Capítulo 17.

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Vegas passou a tarde revisando suas contas com seu gerente de hotel - e não pensando em Pete.
Ele realmente não era da conta de Vegas. Um cara – hétero – reprimido que estava tão profundamente em negação que não conseguia nem admitir que queria Vegas deveria ser evitado como uma praga. Nada jamais sairia disso. Eles não eram nada um para o outro. Ele não precisava se preocupar com a possibilidade de Pete ter tido um ataque de pânico em algum lugar ou estar com frio depois de caminhar horas na chuva, ou chateado e precisando de um consolo. Sim, bom trabalho em não pensar nele.

Vegas estava de péssimo humor quando voltou para seu quarto naquela noite. Ele tomou um longo banho e se masturbou sem pensar em nada ou em ninguém particular, mas não ajudou. Ele ainda se sentia agitado. A batida na porta o surpreendeu e não o surpreendeu. Vestido apenas com sua boxer, Vegas foi abri-la. Pete estava do outro lado. Ele estava mordiscando seu lábio inferior, seus ombros tão tensos que Vegas podia sentir a tensão neles com sua própria pele.

Ele nem mesmo piscou ao ver Vegas quase nu - mas, novamente, ele estava acostumado a isso.
Eles apenas se encararam por um momento.
Vegas provavelmente deveria ter dito algo. Ele deveria ter dito a Pete para se foder. Ele deveria ter pelo menos perguntado a Pete que diabos ele pensava que estava fazendo.

Ele não fez nenhuma dessas coisas. Ele deu um passo para o lado, permitindo que Pete entrasse no quarto. Pete fez.

Vegas fechou a porta, trancou-a e caminhou até a cama. Ele se deitou de costas e fechou os olhos. Pete apagou as luzes. Houve o som de roupas sendo removidas e, em seguida, o colchão afundou. Um corpo quente e familiar enrolado em cima dele, pele contra pele. Pete pressionou o rosto entre os peitorais de Vegas e tomou uma profunda, respiração trêmula. — Me abrace — ele sussurrou.

Vegas abriu os olhos e olhou para o teto escuro. E então ele ergueu seus braços e os envolveu ao redor de Pete.

Um pequeno som saiu da boca de Pete. Um gemido. — Mais apertado. —

Vegas apertou seus braços, seus corpos pressionando contra outro, pele com pele, tão firmemente que não havia um fio de cabelo entre eles. Isto era bem-aventurança. Era uma tortura. Era tudo o que ele sentia falta e queria nessas semanas que passaram. Mais do que sexo - a proximidade. A justeza. A requintada intimidade de segurar essa pessoa em seus braços e sentir-se em paz consigo mesmo e com o mundo. Como duas peças de um quebra-cabeça. Duas peças de um quebra-cabeça que nunca deveriam ter se encaixado e ainda assim aprenderam de alguma forma – e agora não poderia desaprendê-lo.

— Eu odeio isso — disse Pete, com a voz vacilante.

— Eu sei — disse Vegas. — Eu também. —

Ele quis dizer isso. Ele odiava como isso parecia certo - segurar essa bagunça de ser humano, esse cara que era um desastre total, que era fanático e além de reprimido, mas ao mesmo tempo vulnerável, solitário e faminto por afeto e aprovação.

— É como a porra de uma doença — disse Pete em seu peito, quase inaudível. — Algo vazio e errado dentro de mim. Eu me sinto como um rio sem água. O mundo parece tão estranho sem você, e você é a única coisa que me faz sentir completo. —

Cristo.

Vegas mordeu o interior de sua bochecha, seu pau tão duro que era desconfortável. Nada sobre as palavras de Pete deveria ter sido excitante. Nada.

— E ainda assim você não consegue nem admitir que me quer — Vegas disse asperamente.

Silêncio.

Vegas deu um suspiro. — Você deveria ir. — Ele estava ciente de quão insincero sua voz soou. Provavelmente não foi convincente, considerando que seus braços estavam enrolados firmemente em torno do outro homem, e seu corpo estava rígido com o esforço para não apalpar Pete todo.

Wrecked | VegasPeteOnde histórias criam vida. Descubra agora