Capítulo 5.

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Vegas abriu os olhos e olhou para a escuridão, sem saber o que o tinha acordado. Lá. Uma fungada, abafada, mas audível. Vegas fechou os olhos e tentou ignorar. Não era da conta dele. Não era seu trabalho confortar o cara. Outra fungada.

— Cale a boca, — Vegas disse com um suspiro.
Silêncio.

— Foda-se — disse Pete finalmente, mas sua voz parecia muito densa para ser convincente.

Pequeno. Ele parecia pequeno.

Vegas abriu os olhos novamente, suprimindo a vontade de xingar. Ele não está com vontade de lidar com isso. Ele só queria dormir. Ele queria que o Pete continuasse agindo como o merdinha fanático que ele era, não soando como se ele precisasse de um abraço.

— Porque você está chorando?— Vegas disse.
Sua voz não saiu tão irritada como ele pensava que estava. Houve um longo silêncio.
Suas pálpebras começaram a ficar pesadas novamente no momento em que Pete falou.

— Você tem alguém sentindo sua falta em casa?—

Vegas olhou para as estrelas acima.

— Eu tenho uma mãe e duas irmãs mais novas. Dezenas de primos irritantes, mas bem intencionados. Amigos. — Ele hesitou antes de perguntar, — Você?—

Pete não respondeu.

[...]

Tornou-se uma espécie de hábito. De repente, Pete teve vontade de falar. Isso nunca acontecia durante o dia, apenas sob a cobertura da noite. Ele perguntou sobre a família de Vegas, sobre onde ele estudou, o que fazia para viver.

— Mesmo? Você não parece o dono de um hotel.—

Estritamente falando, era uma rede de hotéis em vez de um hotel, mas Vegas não o corrigiu. — O que é esse interesse repentino? —
— Estou entediado. —

Vegas poderia se relacionar. Havia apenas um limite de tempo que alguém poderia gastar sozinho com seus pensamentos sem enlouquecer.

— E você? — ele perguntou quando o silêncio se estendeu. — O que você faz para viver? —

—Sou o CEO da Rutledge Enterprises.—

Vegas murmurou, um pouco surpreso. Ele tinha pensado que o cara devia ter um bebê de fundo fiduciário - mas, novamente, ele poderia muito bem ser. — Companhia de Família?—

Pete bufou. —Pertencia ao pai de Vivian, mas o velho bastardo ainda estava preso no século XIX e deixou a maior parte da empresa para seu filho. Burro misógino. Vivian recebeu apenas dez por cento do capital das ações da empresa.—

Havia muita amargura na voz de Pete, mas para surpresa e alívio de Vegas, ele não parecia mais miserável toda vez que sua esposa era mencionada. Talvez ele finalmente estivesse superando sua dor. Bom. Um Pete deprimido era insuportável. Mais insuportável do que normalmente era.

— Assunto delicado?— Vegas disse.

Pete riu. —Eu trabalhei como escravo para essa empresa desde os meus vinte anos, mas aparentemente deixar a empresa para um filho que não sabe nada sobre o negócio fazia mais sentido do que deixá-lo para alguém que realmente sabe como administrar.—

—Você não é o CEO?—

—Sim, mas eu ainda respondo a Derek Rutledge. Não é a mesma coisa. —

Vegas fez a matemática em sua cabeça. Pete trabalhou para a empresa desde que ele tinha vinte anos. Se ele e sua esposa estiveram casados por nove anos ...

— Então você se casou com a filha do chefe? —

Ele podia sentir o olhar de Pete sobre ele, mesmo apesar da escuridão. — Se você está insinuando que eu casei com ela para ser promovido —

Wrecked | VegasPeteOnde histórias criam vida. Descubra agora