Wrecked | VegasPete

Capítulo 8.

Vegas nunca foi uma pessoa particularmente religiosa. Mas ele pensou que se Deus existia, a chuva iria parar pela manhã e ele seria capaz de escapar do abrigo.

Se Deus existisse, ele claramente não dava a mínima para ele. Ele acordou na manhã seguinte com o tamborilar monótono da chuva.

Vegas suspirou e olhou para o cara esparramado em seu peito. As lacunas no abrigo deixavam entrar apenas luz do dia suficiente para ver.

Ele olhou para o rosto enganosamente doce de Pete, para seus lábios entreabertos que continuavam roçando no peito de Vegas cada vez que ele respirava, seus longos e escuros cílios e aquela pele lisa e pálida.

Vegas desviou o olhar e empurrou o cara de cima dele. A maldita confusão teria sido divertida se Vegas não estivesse com um humor de merda.

Essa tinha sido uma ideia terrível. O que ele estava pensando?

— Idiota — resmungou Pete, sonolento.

Vegas se levantou e saiu nu. Ele mijou, escovou seus dentes, e então se lavou na chuva morna, olhando carrancudo para o céu cinza.

Ele estava tentado a ficar do lado de fora, que se dane a chuva, mas não importava como estava quente, ficar molhado o dia todo não era uma boa ideia. Eles não podiam se dar ao luxo de ficar doentes. Eles não tinham nenhum medicamento.

Eles também estavam ficando sem pasta de dente e sal, e seus cobertores estavam se tornando inviáveis até mesmo sem passar porra sobre eles.

Vegas passou a mão pelo rosto, os ombros caídos.
Tudo bem. O que foi feito foi feito. Não adiantava chorar sobre o leite derramado. A noite anterior foi um erro, mas ele não o repetiria. Ele tinha apenas ficado frustrado. No limite. Contanto que ele mantivesse seu pau fora daquele merdinha reprimido, tudo ficaria bem. Um tipo de merda imprudente não precisava mudar nada.

Sentindo-se um pouco melhor, Vegas voltou para o abrigo. Pete estava deitado de barriga para baixo, dormindo pacificamente na cama de Vegas. Ele ainda estava nu.

A mandíbula de Vegas apertou, sua calma recém-descoberta evaporando em um flash. Ele desviou os olhos daquela bunda redonda e chutou Pete na canela.

— Cai fora da minha cama.  — 

Pete apenas murmurou algo sonolento e o ignorou.
Os olhos de Vegas voltaram para aquela bunda lisa e carnuda. Ele era apenas um homem.

Desviando o olhar novamente, Vegas se inclinou e rosnou no ouvido de Pete:  — Saia. Da. Minha. Cama. Ou vou tomar isso como um convite para foder você. — 

Pete enrijeceu antes de se sentar tão rápido que suas cabeças quase bateram. Ele olhou para Vegas sonolento, passando a mão pelo cabelo. 

— Foda-se, —  ele disse, suas bochechas rosadas.  — Já é ruim o suficiente que você me molestou ontem à noite. Se você acha que eu vou deixar você fazer - fazer...  —  Seu rubor se aprofundou, e ele fez uma careta, incapaz de encontrar os olhos de Vegas.

Bufando, Vegas se esticou em sua cama. Ele assistiu através dos olhos semicerrados enquanto Pete apenas ficava sentado ali, parecendo envergonhado e perdido. Vegas quase sentiu pena dele - o cara estava claramente pirando com o que tinha acontecido na noite passada, exceto que ele não gostava de Pete o suficiente para sentir verdadeira simpatia por ele. Principalmente porque Pete apenas o irritava - e o excitava, o que só o irritava mais. Mas porra, ele era adorável. O cabelo dele tinha crescido fora de seu corte de cabelo curto e agora estava uma bagunça de longos cabelos pretos, e seu lábios carnudos estavam praticamente pedindo para serem beijados ou para ter um pau duro se esticando neles. E aqueles cílios ridículos