Capítulo 15.

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A ressaca na manhã seguinte não foi tão ruim quanto a bola de humilhação que se instalou no estômago de Pete desde que ele acordou. Porra, ele tinha realmente ficado bêbado o suficiente para ir procurar Vegas? Como algum tipo de patético perseguidor? ECA. E então ele basicamente implorou a Vegas para não desligar na cara dele. Duplo ugh.

— Estúpido — sussurrou Pete, olhando para o teto do quarto.

O quarto no hotel de Vegas. Simplesmente ótimo.
Se a vida pudesse lhe dar uma bênção, ele teria esquecido o que aconteceu ontem à noite, mas não, ele se lembrou da mortificante conversa telefônica com perfeita clareza. Ele figurou.
Ele considerou se levantar e ir para o escritório, mas não era como se ele fosse necessário lá. Ele não era necessário em nenhum lugar.

O pensamento apenas o fez sentir mais pena de si mesmo, e ele odiava, odiava se sentir tão fraco e patético. Ele se recusou a ser tão patético.
Pete se forçou a sair da cama, tomar um banho e sair.

Ele pode não ser necessário em nenhum lugar, mas isso não significa que ele deve se permitir afundar em um poço de depressão. Ele deve pelo menos dar uma volta, estar perto de outras pessoas, e esperar que se torne um ser humano funcional em vez de uma... bagunça qualquer que ele estava agora.

Era mais fácil falar do que fazer.

Quanto mais tempo ele passava fora, em torno de todo o barulho, em torno de todas aquelas pessoas, mais ansioso ele ficava. Ele não sabia que era possível sentir tão sozinho em uma rua movimentada, mas aparentemente estava. Não,  — sozinho —  era a palavra errada. Ele se sentia como se fosse algum tipo de alienígena de outro planeta, como se ele não conseguisse se conectar a todas essas pessoas. Ele não conseguia entendê-las, ele não queria estar perto delas, e quanto mais ele ficava perto delas, o seu coração batia com mais força, sua ansiedade aumentando e se transformando em pânico.

Ele voltou para seu quarto de hotel, sentindo-se mentalmente esgotado e fisicamente instável. Ele se jogou na cama e abaixou a cabeça em suas mãos, sentindo-se derrotado e apavorado. O que havia de errado com ele? Ele tinha desenvolvido algum tipo de agorafobia? Ele não... ele achava que não. O pensamento de estar fora realmente não o deixou ansioso. Ele simplesmente não gostava de todo o barulho e pessoas e - era demais. Deus, a ilha realmente o tinha fodido, não é?

Uma batida na porta o fez levantar a cabeça.

— Entre —  ele disse apaticamente.

Provavelmente era uma empregada querendo limpar o quarto. Não era uma empregada. Era Vegas.

Parecia que tudo tinha parado, o mundo parou abruptamente. Pete o encarou com os olhos arregalados e a boca frouxa. Thud-thud, thud-thud, thud-thud-thud, seu coração batia em seu peito, como se estivesse tentando escapar dele.

Vegas fechou a porta, recostou-se contra ela e olhou para trás, seus olhos sem fundo. Pete teve que segurar a colcha em seus punhos para se impedir de fazendo algo estúpido. Algo estúpido como se lançar contra Vegas e se agarrar a ele como um macaco.

— O que você está fazendo aqui? —  Pete conseguiu dizer, olhando furiosamente. Pelo menos ele esperava que estivesse olhando feio para ele e não com fome.

Vegas ergueu as sobrancelhas, sua expressão inescrutável contradizendo a tensão rígida, fortemente enrolada em seu corpo. Ele parecia que tinha ganhado algum peso. Ele parecia bem. Definitivamente mais organizado do que Pete estava se sentindo. Mas, novamente, não era um obstáculo alto para superar.

— Este é o meu hotel —  disse Vegas.  — E foi você que veio aqui procurando por mim. — 

Pete sentiu o sangue correr para seu rosto. 

Wrecked | VegasPeteOnde histórias criam vida. Descubra agora