Capítulo 16.

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Vegas olhou para o homem dormindo em seu peito e se perguntou como era possível se sentir tão relaxado e à vontade quando claramente tinha perdido a cabeça. Este não era o plano. Ele chegou no hotel para verificar Pete, não para cair na mesma toca do coelho novamente. O cara parecia uma bagunça no telefone, e Vegas pretendia apenas checá-lo e então continuar com sua vida.

Certo, disse uma voz sardônica no fundo de sua mente. Você é tão ruim quanto ele é, se não pior.
Passando a mão pelo rosto, Vegas suspirou. Sim talvez. Se ele fosse honesto consigo mesmo, estar longe de Pete tinha sido ... frustrante. Nessas últimas semanas, ele se sentia constantemente distraído, seu corpo rastejando de agitação. Ele estava muito acostumado a dormir enrolado em Pete, muito acostumado a cuidar dele. Vegas esperava - esperava - que com o retorno ao mundo normal, seus antigos hábitos independentes estariam de volta, mas até agora não aconteceu.
Ou talvez a necessidade de ser necessário para Pete tornou-se também profundamente enraizada nele.

De qualquer forma, o que aconteceu ontem à noite foi um erro. Um engano, ele não deve fazer de novo. Contanto que ele não fizesse isso de novo, tudo deveria ficar bem. Isto era como parar de fumar: parar completamente não foi fácil, mas contanto que ele não tornasse isso um hábito, ainda era possível parar. Não é a mesma coisa que você disse a si mesmo na ilha?

Afastando cuidadosamente o pensamento desconfortável, Vegas estudou o rosto adormecido de Pete, suas sobrancelhas franzidas quando ele percebeu novamente quão magro ele estava. Pete era todo lábios e olhos agora, seu rosto quase esquelético. Ele ainda estava ridiculamente adorável, mas essa magreza não parecia saudável. E não era só no rosto dele; ele definitivamente perdeu muito peso no geral.

Como se sentisse seu olhar, Pete murmurou algo sonolento e se deslocou. Aqueles olhos grandes e bonitos se abriram. Eles pareciam mais escuros esta manhã. Eles piscaram para Vegas como uma coruja antes de fechar novamente.

— Já de manhã? —  ele murmurou no peito de Vegas, esfregando sua bochecha contra ele como um gatinho sonolento.

O estômago de Vegas se contraiu, uma sensação estranha o retorceu. Não era uma sensação desagradável, apenas inquietante.

— Sim. Saia de cima de mim. Eu preciso ir.— 

Pete ficou muito quieto por um momento. Então ele rolou de cima dele e se sentou. Vegas também se sentou. Eles apenas se encararam por um momento.

— Você está só pele e osso —  disse Vegas. — Você tem comido? Você não era tão magro na ilha.— 

Pete encolheu os ombros vagamente. Isso pode significar qualquer coisa.

Quando Vegas continuou olhando para ele, Pete disse: — Eu esqueci.— 

— Você esqueceu —  Vegas repetiu categoricamente. — Você esqueceu de comer.— 

Pete não encontrou seus olhos.

Vegas suspirou. Ele pegou o telefone na mesa de cabeceira e contatou a recepção. — Bom Dia. Café da manhã para dois, por favor.— 

Após uma pausa momentânea, a recepcionista disse rapidamente: — Claro, Sr. Theerapanyakul. — 

Pete estava olhando para Vegas quando ele se virou para ele. — Porque fez isso?—  ele disse, duas manchas coloridas aparecendo em suas bochechas. — Agora eles vão pensar que - que — 

— Que você chupou meu pau e eu passei a noite?—  Vegas disse, muito secamente.

— Eu não chupei seu pau — disse Pete, evitando seu olhar enquanto ele endireitou suas roupas.
— Eu não sou gay.— 

Wrecked | VegasPeteOnde histórias criam vida. Descubra agora