incômodo

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Hansol geralmente tinha boas noites de sono e acordava disposto, mas assim que começou a se envolver com Boo Seungkwan suas manhãs se tornaram ainda melhores, nada era melhor do que despertar com beijinhos no rosto e com a voz doce lhe dando bom dia. Fazia uns dias que ele não dormia mais no seu quarto e começou a dividir a cama com Kwan, Chan nem se importava mais e já considerava Hansol outro companheiro de quarto.

Assim como Joshua que estava direto no quarto de Seokmin e dificilmente dormia no seu próprio quarto, Junhui e Minghao não pareciam estar magoados por isso, pelo contrário, parecia que aqueles dois estavam se aproveitando para ficarem mais próximos, o que gerou uma certa curiosidade nos outros rapazes da pensão que começaram a desconfiar que os chineses estavam namorando, ou pelo menos trocando alguns beijinhos uma vez ou outra.

Aquela manhã estava sendo como todas as coisas, Hansol foi acordado com os beijos de Seungkwan, ele tomou um banho para despertar, se trocou e desceu pra comer alguma coisa, como sempre Junhui contou um dos seus pesadelos que aconteciam com frequência, o daquela vez foi que ele estava sozinho em um deserto usando apenas uma sunga preta e que foi atacado por uma rosa vermelha gigantesca com dentes afiados (que na verdade eram espinhos). Enfim, uma manhã comum.

Eles caminharam juntos para a faculdade e Vernon não deixou passar despercebido que Junhui e Minghao haviam ficado para trás e conversavam bem próximos com sorrisos grandes nos rostos, eles definitivamente estavam tendo algo. Assim que chegaram à faculdade cada um seguiu seu caminho, Hansol caminhou ao lado de Wonwoo e conversaram bastante até terem que cada um ir para uma sala diferente.

Vernon tinha muitos amigos na sua turma, todos falavam com ele e o adoravam, então claro que ele foi recebido com mais um coro de "bom dia" e alguns contando que precisavam contar uma fofoca ótima ao americano. Hansol era sociável, animado e sorridente, era impossível não gostar dele ou não achá-lo um raio de sol por conta da sua alegria contagiante.

Mesmo que ele passasse o dia inteiro na faculdade estudando, ele nunca demonstrou estar cansado, gostava de estudar arquitetura e sabia que se precisasse tinha muitas pessoas ao seu lado para ajudá-lo, mas naquele dia em específico, Hansol estava um pouco aéreo, não conseguia parar de pensar em Joshua, o seu irmão havia ficado um pouco mais retraído e quieto desde que o pai deles chegou em Seul, ele parecia assustado e ansioso, estava constantemente balançando a perna e arranhando o próprio braço, mas sempre que alguém percebia isso dava um jeito de distraí-lo com brincadeiras e documentários de animais, no caso de Seokmin, ele acalmava Joshua com beijos e abraços.

Uma sensação incômoda se fazia presente no peito de Hansol, como um alerta de que algo poderia dar errado, mas queria afastar aquele pensamento já que nunca pensava que o pior poderia acontecer. Seu celular vibrou e o tirou do bolso, vendo uma mensagem de Seungkwan o chamando para almoçarem juntos na cafeteria da faculdade antes que o Boo tivesse que voltar para casa, aquilo o animou bastante, iria afastar aquele pensamento ruim e focar que em poucos minutos estaria com o garoto que lhe fazia tão bem.

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Seungkwan já estava esperando pelo americano na porta do prédio, eles foram juntos e de mãos dadas até a cafeteria da faculdade, lá eles compraram cappuccino e um sanduíche para cada um. Se sentaram em uma da mesa disponíveis e começaram a comer, Hansol não falava muito pois sua mente não parava de o levar para Joshua e seu pai, mesmo sem saber o porquê de não conseguir parar de pensar naquilo.

— Sol, está tudo bem? Você parece meio aéreo — Seungkwan questionou ao perceber que o outro rapaz estava mais quieto que o de costume.

— Eu estou sentindo um incômodo, mas não sei o porquê disso, não consigo parar de pensar no Joshua — Hansol confessou tomando um pouco do seu cappuccino.

— É normal que você esteja se sentindo assim, o pai de vocês ainda está na cidade e você tem medo de que algo dê errado e se preocupa principalmente com o que o Joshua está sentindo já que ele sempre acaba saindo mais afetado pelas atitudes do seu pai.

— Não vejo a hora dele voltar pra Califórnia, o Joshua está tão preocupado e com medo, ele voltou a ficar mais quieto e está o tempo todo encarando o nada, odeio vê-lo assim.

— Todos nós odiamos, Seokmin e Jeonghan estão muito preocupados com ele, tudo que podemos fazer é esperar que o pai de vocês vá embora logo e que não volte tão cedo.

Hansol concordou e tentou puxar outro assunto, não queria mais pensar em seu pai e estragar o almoço maravilhoso que estava tendo com Seungkwan, e ele havia feito o certo. Logo, eles estavam rindo juntos e de mãos dadas em cima da mesa, algumas pessoas passaram por ali e olhavam para os rapazes, com aquele olhar curioso ou julgador, mas graças a bolha que o casal havia criado eles não comseguiam nem ao menos dar atenção para aqueles olhares.

Após comerem, eles começaram a caminhar pela faculdade, indo em direção ao portão já que Seungkwan voltaria para a pensão e Hansol queria o acompanhar e aproveitar o máximo possível de sua companhia. Eles encontraram Seokmin e Joshua no caminho, os dois estavam saindo do prédio em que estudavam e riam juntos, era bom ver que Joshua também estava conseguindo se distrair dos seus medos.

— Meninos, o que fazem aqui ainda? — Seungkwan perguntou.

— Ficamos conversando com uns amigos, agora vou levar o Shua na sorveteria — Seokmin contou abraçando o Hong de lado e dando um beijo em sua bochecha — Até mais tarde, garotos.

— Até!! — Eles se despediram com acenos e Vernon murchou um pouquinho ao notar que já estavam no portão e que era hora de se despedir de Boo.

— Estuda direitinho, viu? Nos vemos no final da tarde — Seungkwan disse passando os seus braços ao redor do pescoço do americano e dando um selinho em seus lábios.

— Vou sentir sua falta — Hansol confessou sorrindo e colocando suas mãos na cintura do mais velho.

— Exagerado, não vai demorar nadinha pra já estarmos juntos de novo, qualquer coisa me mande mensagem — Boo soltou uma risadinha e juntou os seus lábios ao do outro, agora o dando um selinho demorado.

— Hansol? — Eles se afastaram imediatamente assim que ouviram uma terceira voz, Hansol piscou algumas vezes para ter certeza que aquilo não era um pesadelo. Seu pai estava próximo do portão, de braços cruzados e um olhar misto de raiva e surpresa.

Ele havia visto toda a cena.

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nao me responsabilizo pelo ódio de ninguém.

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