canteiro de dálias

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Nem todos voltaram para pensão, alguns ainda estudavam pela tarde e outros avisaram que iriam procurar por emprego, naquele momento estava apenas Joshua, Seokmin, Soonyoung, Mingyu, Seungkwan e Chan.

Hong se sentia estranho estar na pensão sem os ouros rapazes estarem lá, já havia se acostumado com o barulho e bagunça, mas agora estava tudo silencioso. Soonyoung estava dormindo já que foi dormir tarde na noite anterior e precisou acordar muito cedo, Kim Mingyu estava deitado no sofá da sala e assistia um desenho animado, Kwan e Chan jogavam algum jogo no quarto e Seokmin...Bom, Joshua não sabia onde estava Seokmin e se sentiria muito bobo caso fosse procurá-lo.

Estava entediado, jogado na sua cama e olhando a tela do celular esperando que milagrosamente algo acontecesse para o tirar daquele tédio. E como se o universo tivesse ouvido o seu desejo, Seokmin apareceu na porta com um grande sorriso no rosto e parecia muito animado.

— Shua, eu estava pensando em decorar o quintal, sabe? Plantar alguma coisa, sei lá, só acho que o quintal está bem sem graça só com aquela árvore — Joshua sorriu e se colocou sentado na cama, deixando o celular largado no travesseiro.

— Eu estava pensando exatamente isso esses dias, o que acha se plantarmos alguma flor? Poderíamos fazer um pequeno canteiro de flores, seria incrível! — Ele não disfarçou o quão animado estava com aquela ideia, e percebeu quando Seok se tornou ainda mais animado do que estava antes.

— Ótima ideia! Vamos sair e comprar algumas sementes?

Joshua concordou e Seokmin saiu do quarto avisando que iria trocar de roupa primeiro, o mais velho fez o mesmo e colocou algo mais confortável e apresentável antes de sair do quarto e descer as escadas para esperar o Lee na sala de estar. Notou que Mingyu havia adormecido no sofá, então pegou controle da televisão e a desligou.

— Já estou pronto — Seok avisou descendo as escadas rapidamente.

Eles saíram da casa lado a lado, caminhando pela calçada sem conversar já que nenhum dos dois sentia necessidade de puxar assunto, Hong nem sabia para onde estavam indo, apenas sabia que iriam comprar sementes de flores em algum lugar.

Eles caminharam até chegar em um lugar que Joshua supôs ser um armazém ou algo parecido com um, haviam algumas senhorinhas ali e apenas um homem no caixa para atender as pessoas, Seokmin andou diretamente até uma das prateleiras onde havia alguns saquinhos, Hong apenas sabia que eram as tais sementes por conta das figuras pois as informações estavam todas em coreano.

— Qual flor vamos plantar? — Seokmin perguntou olhando para o rosto do mais velho, Joshua se aproximou e analisou com atenção as figuras, reconhecendo algumas flores.

— Dália! Eu adoro dálias — Ele disse segurando um saquinho de semente daquela flor que ele gostava, o Lee sorriu e pegou mais alguns saquinhos, segurando a mão de Hong e o levou para o caixa.

O americano ficou envergonhado por estarem de mãos dadas, olhou ao redor com medo das velhinhas que estavam ali notassem e pensassem algo errado, Seokmin não parecia se importar com isso, apenas pagou pelos pacotinhos e segurou a sacola, se despedindo do homem com um sorriso grande no rosto.

Eles voltaram para a pensão daquela forma, de mãos dadas, nenhum dos dois reclamou ou disse algo apesar de Joshua se sentir estranho e querer perguntar o porquê daquilo. Logo, eles estavam na pensão de novo e foram trocar de roupa, sabiam que iam se sujar de terra então vestiram as roupas mais velhas que tinham, ou melhor, Joshua vestiu as roupas mais velhas que tinha.

Quando chegou ao quintal encontrou o Lee usando apenas uma bermuda preta, estava descalço e com o tronco exposto, e foi impossível não olhar o rapaz de cima a baixo, admirando o bom físico dele.

— Shua, você está babando? — Ele perguntou brincalhão, fazendo as bochechas de Hong queimarem de vergonha no mesmo instante.

— Não seja idiota, Seok! Eu não estou babando — Ele cruzou os braços, tentando manter uma pose séria.

— O que é isso aí escorrendo no cantinho da sua boca? — Joshua se assustou e tocou a mão no canto da boca rapidamente, percebendo que havia sido enganado assim que escutou a risada alta do outro — Aí Shua, você acreditou mesmo.

— Seu...Seu boboca! — O americano se assemelhava à um pimentão de tão vermelhos, causando mais risadas no Lee.

— Você é tão adorável, Shua hyung.

— Para com essas baboseiras, vamos plantar nossas flores.

Joshua desviou a sua atenção do corpo do mais novo e caminhou até onde decidiram que seria o canteiro deles, não demorou nadinha para que eles começassem a mexer na terra sem medo de se sujarem e abrindo os pacotinhos de semente para plantá-las. Enquanto faziam aquilo, Hong nem ao menos percebeu quando começou a cantarolar uma música que gostava, Seokmin prestou atenção nisso e cogitou se deveria ou não pedir para que ele cantasse mais alto.

— O que está cantando, Shua? Eu quero te ouvir.

— Eu? Nada, não é nada! É uma música qualquer.

— É uma música que você gosta então não é uma música qualquer.

Hong ficou em silêncio por alguns segundos, olhando fixamente para as mãos sujas de terra e abriu um pequeno sorriso, era a primeira vez que suas mãos se encontravam tão sujas daquele jeito e sabia que ninguém iria brigar com ele por aquilo, o sentimento de liberdade preencheu o seu interior. Ele era livre ali, livre para se sujar de terra, livre para cozinhar, livre para usar roupas rasgadas e velhas e livre para falar e fazer o que quisesse, pois ninguém ali o julgaria ou riria da sua cara.

— Eu estava cantando Marry You, do Bruno Mars — Joshua contou olhando para o rosto do mais novo — É a minha favorita.

— Pode cantar enquanto trabalhamos nisso? Você parece cantar tão bem — O americano não costumava cantar na frente das pessoas, apenas quando estava cozinhando ou sozinho no quarto, porém se sentia seguro o bastante para cantar naquele momento.

Começou a cantar a música, e logo Seokmin se juntou à ele, e então aquela se tornou uma das melhores memórias dos dois rapazes. Era apenas Lee Seokmin e Joshua Hong cantando uma música do cantor que gostavam enquanto se sujavam de terra e plantavam suas sementes, sabendo que futuramente ali existiria um lindo canteiro de dálias.

Um canteiro de dálias feito inteiramente todinho pelos dois.

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