Ômega Imperial - Wangxian (Concluída)

012

Wei Wuxian literalmente assistiu o sol nascer. Passou a noite em claro, não conseguiu pregar o olho a noite inteira. Ele já havia passado muitas outras noites em claro antes dessa, treinando com Baoshan ou mesmo sozinho. Um dos novos guardas descobriu recentemente que há uma trilha atrás do palácio que leva à um cume, ele passou a treinar lá.

Cheng San, o mais bovo chefe da guarda, já foi pego observando a bela figura treinando com a espada, sendo iluminado apenas pela luz da lua. Wei Wuxian já percebeu os olhares que o garoto lhe direcionava. San é um pouco mais velho, tem 17, Nie Mingjue achou um absurdo que alguém tão novo fosse nomeado o chefe da guarda, porém Wei Wuxian o respondeu com apenas uma frase:

— Eu confio nele, e isso basta.

Mingjue ficou calado por alguns segundos até abrir um enorme sorriso.

— Touche!

A idade é só um número, ela não determina sua força, seu talento, sua personalidade e muito menos influência em seu caráter.

O garoto tem belos cabelos negros que ficam soltos pelos seus ombros, apenas presos por uma faixa. E agora, a farda oficial com um emblema de flor de lótus, o brasão do Império.

Os olhos pretos fazem qualquer um se arrepiar, o sorriso apesar de gentii ainda transmite seriedade. Deve admitir que é fácil se apaixonar por ele, talvez ele também estaria, se seu coraçãozinho não tivesse coisas mais importantes pra se preocupar nesse momento. Mas por enquanto, ele gosta da companhia e amizade do mais velho.

Autora: Sim, eu sei que o nome dele é moo myung, Mas eu precisava de um nome chinês pra ele. ( Agora apenas apreciem essa perfeição acima. )

Quando todos os guardas estão em seus postos, o mais velho costuma andar pelo palácio, como quem não quer nada, esperando esbarrar com o ômega. Se não estivesse no palácio, estaria no cume, e se não estivesse lá, já estaria dormindo.

Hoje Wei Wuxian não estava treinando, estava apenas sentado observando as estrelas e a lua, o alfa fez um barulho com a garganta para anunciar sua chegada, Wei Wuxian se levantou ficando de frente para ele e o garoto se curvou respeitosamente.

— Alteza, está inquieto esses dias.

— estou preocupado, mas creio que deve ser bobagem.

— Não acho que vossa alteza se preocuparia com bobagens, mas se isso lhe tira sua paz, me diga o que é e acabarei com isso de uma vez!

Wei Wuxian riu do garoto. No começo pensou que fosse estranho alguém apenas alguns anos mais velho que si lhe chamando de 'vossa alteza', porém agora é algo normal de sua nova rotina.

— infelizmente, não pode fazer isso por mim.

— É uma pena, mas posso fazer outra coisa. Se me permite?

San estendeu-lhe a mão a vossa alteza e Wei Wuxian se surpreendeu, esticou a mão meio desconfiado mas aceitou.
San girou Wei Wuxian até colar seus corpos, ainda um pouco corado Wei Wuxian sorriu.

San entrelaçou uma das mãos com a de Wei e a outra, com a permissão dele é claro, agarrou sua cintura. Assim, guiou Wei Wuxian em uma dança desajeitada sob a luz da lua e das estrelas. Quem olhasse de longe, veria apenas a silhueta preta dos dois, rindo e dançando tão divertidamente.

Depois do último giro, os dois caíram sobre a grama cansados.

— Então, vossa alteza? Acha que danço bem?

— Para um simples chefe da guarda, até que não é dos piores.

O comentário fez os dois rirem novamente.

—  Obrigado.

— Não agradeça, gosto de ver vossa alteza sorrir.

Wei sorriu com o comentário e levantou se sentando na grama novamente. Ele olhou ao longe e viu o palácio de Gusu. Sentiu alguma coisa apertar em seu peito, de repente parecia, errado estar ali, parecia errado ter dançado e se divertido com San. Mas logo foi tirado dessa sensação quando pegou a mão do mesmo para se levantar. Os dois voltaram para o palácio, e com um carinhoso, boa noite, se despediram.

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A cada dia que passava, Lan Wangji achava cada vez mais estranho esse mal estar de sua mãe, porém também tentava não se preocupar pois não parecia nada tão grave.

Seu irmão ainda estava com a ferida inchada e bem dolorida, seu pai não tem tido muito trabalho, seu conselheiro normalmente cuida da maior parte das coisas banais antes mesmo que chegue nele. Então tem mais tempo para passar com a família. Madame Lan estava descansando e Lan Xichen estava no quarto, as velas ainda estavam acesas, devia estar lendo.

Lan Wangji foi até a cachoeira, estava deslizando sua mão pela água gélida quando se assustou com o reflexo de seu pai na água, e como impulso acabou congelando aquela parte, fazendo com que sua mão ficasse presa. O Imperador só conseguiu rir do filho.

— Sou tão feio assim?

— poderia fingir uma tosse ou algo do tipo em vez de sair assustando as pessoas.

Lan Wangji puxou sua mão a desprendendo e fazendo com que a água voltasse ao normal. O imperador sorriu ao olhar para o mais novo.

— Não se preocupe com sua mãe, tenho certeza de que logo passará.

Wangji assentiu, encarando ao longe, vendo um pouco do palácio de Yunmeng. Ele sente saudades de acompanhar o garoto de perto, queria saber como estão as coisas.

Wei Wuxian mandou os guardas de volta e também recusou o barco com medicamentos que enviariam esta semana, talvez seja sinal de que ele conseguiu que o solo se fortalecesse, acreditava que ele não recusaria algo tão importante por orgulho.

Porém não teve coragem de mandar nenhuma carta ainda. Não sabe o que deu em si, começou a agir como um bobo por ele, quando estava perto dele. Mas quando pega a caneta, pensa que talvez vá atrapalhá-lo de alguma forma.

Wangji acredita por um momento que viu alguém... dançando? Alguém dançando em algum ponto perto do palácio, mas imaginou ser apenas impressão. Sentiu a mão quente de seu pai tocando seu ombro.

— Fale com ele.

Logo depois o Imperador sorriu e se afastou, voltando para o palácio. Ele era um homem de respeito, a quem todos poderiam temer, sabia bem o que fazia em seu trabalho. Mas quando se tratava de ser pai, pode não falar muito, mas ainda sim, de três palavras, mil faziam total sentido.