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a sensação de está de volta é tão maravilhosa,o rio está em mim e eu finalmente posso dizer que eu estou no rio. Sinto saudades do meu pai,meu irmão e por fim de toda a minha família paterna.

Sobre minha mãe eu realmente não sei onde ele está,mas durante toda a minha infância eu senti falta de uma mãe presente e quem chegou para preencher esse vazio foi minha tia,tia joana.

Viajei pro sul por conta dos estudos,mas decidi voltar depois de tantas vezes meu pai me ligar e falar que eu tinha que voltar pro vidigal.

Bom vidigal,vidigal foi um local onde eu passei muitos momentos bons,porém ruins. Senti a dor de perder amigos durante operações,senti a dor de ser mulher,senti a dor de perder familiares e pessoas pro mundo do crime,porém a favela também não é somente de coisas ruins e tem muitas coisas que eu sou grata de ter nascido e passado um bom período por aqui.

Aqui não é tudo lindo,mas também não podemos se dizer feio. O Rio de Janeiro tem suas partes,mas a brisa que ele trás eu desejo pra muitos,acho completamente incrível.

Agora estou saindo do aeroporto e pedindo um Uber,pra me deixar até a barreira. Eu não avisei pro meu pai que estou voltando,quero chegar de surpresa,na verdade somente pra gi,a giovana.

Tinha feito o pagamento pro Uber e desci,avistei a minha amiga em que fazia em média de uns sete à seis anos que eu não tinha lhe visto.

-você voltou sua piranha,que saudade que eu tava.- ela veio correndo me abraçando e pulando em meu colo.

-caralho,quando tempo- falei me soltando dela é rindo.

-aí amiga aconteceu tanta coisa nesse meio tempo e eu tenho certeza que ainda vou ter esse tempo pra te contar tudinho.

-vai sim irmã

Passamos por alguns vapores,eles perguntaram o que eu tava fazendo aqui e quem era eu. Eles ficaram meio que podemos se dizer chocados o quanto eu evoluir como pessoa e fisicamente,segundo eles eu tô um grande mulherão e eu agradeci para não parecer mal educada.

Subimos pra minha base e quando chegamos vi meu pai se agarrando no maior amasso com a mãe da Giovanna,eu levei um susto enorme e a gi ficou com os olhos arregalados do tamanho do mundo.

-não é nada disso que vocês tão pensando.- ela disse passando a mão na boca.

-eu e ela tava só conversando mermo,sem neurose.- falou tentando se explicar e eu me segurei pra não ri.

Não tem porque surtar gente,os dois são solteiros,praticamente da mesma idade. Os dois viviam de namorinho na adolescência.

-calma aê,é tu mermo Helena?-ele levantou e tocou no meu braço pra ver se era realmente eu que estava na sua frente.

-claro que e eu pai,tava com saudades da sua filhota preferida e mais linda desse mundo?- falei convencida.

-pra caralho.- ele não demorou e me abraçou.- minha pequena cresceu.- ele deu um beijo na minha testa.

A gi estava do lado de sua mãe observando a cena,dei um sorrisinho de canto e me soltei dos braços do meu pai,indo até a dona Luísa que estava com um sorriso enorme nos lábios.

Lhe abracei e sorri.

-que saudade de você também.- falei.

-nem me fale,já estava pra ir te buscar naquele lugar.- deu uma risadinha.

-agora cadê o gabriel?- perguntei sobre o meu irmão.

-amiga,acho que ele deve tá na biqueira.- arregalei os olhos e ela colocou a mão na boca percebendo que falou demais.

Como assim meu irmão está na biqueira? Ele nunca gostou dessas coisas,sempre foi na dele. Odiava e amava algumas pessoas que vivia nesse ramo,ele sempre falou que nunca iria entrar nessa vida.

-que isso? O Gabriel? Ele nunca gostou disso.

-então leninha,ele decidiu por uns b.o aí e eu não lhe privei,porque ele é adulto e sabia onde estava se metendo.- meu pai falou e eu não falei nada.

-é assim mesmo minha querida,mas ele nunca vai deixar de amar você por causa desses bagulho,pelo o contrário ele te ama demais e tenho certeza que quando lhe ver,ele vai ficar super feliz.- ela falou passando a mão em meus cabelos lisos e bem pretinhos.

A dona Luísa simplesmente fechou a boca e ele chegou,entrando pela aquela porta e ele estava enorme,um homem. Sim,um homem.

-lelena?- ele olhou pra mim e deu um sorriso e veio até mim pulando em cima de mim.

-eu eu- abracei ele e soltei um sorriso.

-tava com saudade de tu cachorrona da rua três- ele me abraçou mais forte ainda e eu dei um tapinha em sua nuca.

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Jorge Duarte,41 anosPai do Gabriel e da Helena

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Jorge Duarte,41 anos
Pai do Gabriel e da Helena.

Jorge Duarte,41 anosPai do Gabriel e da Helena

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Luísa Albuquerque,39 anos
Mãe da Giovanna

Sentimento VagabundoOnde histórias criam vida. Descubra agora