Capítulo 6

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Charlotte sabia muito bem que a filha era geniosa, por isso sabia que ela não iria dizer se tivesse desistido ou não. Ela também estava ciente de que, Alejandro não queria aquilo pra filha porque a amava muito e a queria perto.
Lembrou de quando o conheceu, e de quando apresentou Chapa a ele. O sorriso imenso no rosto dele... aquilo demonstrava que ele já amava aquele pinguinho de gente, assim como ela.
A garotinha deles cresceu e as responsabilidades ficaram ainda maiores. Tiveram mais dois filhos, mas não se arrependiam de nada.

Com o tempo Charlotte estava cada vez mais famosa, e consequentemente, muito procurada no mundo da moda. Teve menos tempo pra ficar em casa, mas era por uma boa causa.
Desses pensamentos, Charlotte concluiu que, a melhor maneira de convencer a filha era colocando o próprio pai para tentar explicar.

Chapa acordou muito tarde, por volta das dez da manhã. Passou o restante do tempo antes da aula no quarto, agradecendo a Deus por a escola ser só a tarde por dois motivos: o primeiro era que já estaria mega atrasada, devido a hora que acordou já teria acabado a aula faz tempo. Segundo que teria mais tempo para fazer uma leve maquiagem, para disfarçar aquelas olheiras.

Bose: a gente chama? - ele e a irmã estavam bem perto de chegar na casa de Chapa.

Piper: chama.! Se você quer tanto que ela vá, chame! - o encarou

Bose: o problema é a Lilith, ela não entendi que eu posso fazer novas amizades, e que entre elas tenham as femininas...

Piper: então liga pra ela e pergunta se ela vai querer carona hoje! - sugeriu - espero que não, Deus ajude. - cruzou os dedos

Bose parou o carro e ligou para a namorada que deixou as duas primeiras tentativas de chamada dele se perder. Na terceira tentativa ele conseguiu falar com a garota.

Lilith: alô! - ele percebeu que parecia que ela não estava bem.

Bose: oi. Tudo bem?

Lilith: não, tô resfriada.

Bose: ah, nossa, eu sinto muito! Te liguei pra perguntar se você ia querer uma carona pra escola mas.... eu nem preciso perguntar né!?

Lilith: não mesmo. Tô péssima, sério muito ruim pra mim hoje - ele a ouviu tossir - mas quando eu melhorar pode me procurar..!

Bose: tá. Agora eu tenho que ir, se não vou atrasar.

Desligou o telefone e a irmã começou a lhe perguntar o que ela disse.

Bose: disse que tá resfriada e que não vai poder ir à aula hoje, pediu pra mim procurar por ela quando estiver melhor.

Piper: me diz, como você vai saber disso?

Bose: sei lá. Ela deve avisar né!? - opinou

Ele seguiu o caminho parando na frente da casa de Chapa. Piper ficou no carro e ele tocou a campainha, Charlotte o atendeu.

Charlotte: olá! Boa tarde rapaz.!

Bose: oi! Eu sou Bose O'Brien. Amigo dos seus filhos, Chapa está?

Charlotte: está! Eu sou Charlotte Page, mãe dela, entre.

Bose: não, obrigado! Tenho que ir logo se não eu e minha irmã atrasa sabe...

Charlotte: eu sei, e entendo. Eu vou chamar eles.

Bose continuou esperando e ela foi chamar os filhos. Ela mesma ia levar, mas como já tinham com quem ir não iria atrapalhar, lembrou do seu colegial, amava estar com os amigos dela em todo lugar.

Alejandro tinha ido trabalhar, então Bose não o viu na sala, mas o conhecia. Chapa e os irmãos desceram e Bose suspirou.
Ela tava com uma maquiagem levinha, obviamente para esconder as imperfeições que o rosto ganhou depois do choro. Não usava batom e também não usava sombra, usava apenas base, mas principalmente para Bose, ela estava impecável, uma diva.

A cumprimentou com um beijo na bochecha, já os irmãos dela, cumprimentou com um aperto de mão.

Chapa: agradeço desde já por a carona! - ela corou levemente

Bose: de nada! É isso que fazem os amigos né!? - fixou o olhar no dela por alguns minutos.

Charlotte olhou para os filhos e piscou pra eles. Ela nunca errava, aquele garoto estava perdidamente apaixonado pela filha dela, e ela por ele. E isso era tão óbvio, os dois nem sabiam disfarçar.

Charlotte: então vamos né!? Olha o atraso vindo... - brincou

Eles saíram e Charlotte pediu a atenção da filha antes de entrar no carro.

Charlotte: Elena.! Seu pai quer falar com você depois ok?

Chapa: ok mãe!

Finalmente ela pode entrar no carro. Se mantinha triste e isso entristecia Bose também. Ele a olhava de vez em quando pelo retrovisor do carro, e ela sempre estava triste, com fones de ouvido e distraída olhando pela janela enquanto os outros conversavam e cantavam as músicas que tocavam. Ele teve certeza que ela nem ouviu nada, nem quando a chamavam pra cantar.

Quando desceram, Bose ainda ficou lá. Ela desceu por último e ele esperou os outros que estavam com eles entrar no colégio.

Bose: senti falta de você nas músicas hoje! - ela estava com o olhar baixo - sei que não somos tão amigos mas... eu posso te perguntar por que você tá tão distante?!

Chapa: problemas pessoais. Por que você me observa tanto pelo retrovisor? - ele engoliu em seco

Bose: motivo pessoal. - Chapa o achou audacioso por ter usado a mesma resposta dela na pergunta anterior.

Chapa: acho melhor eu ir, ou melhor, acho melhor a gente ir.

Ele a segurou pelo braço.

Bose: você aceita ser minha melhor amiga?

Chapa: você quer mesmo saber meus segredos né!? - estreitou os olhos

Bose: não. Eu queria mesmo ser seu amigo e.... é só - ele teve que engolir o queria mesmo falar, não podia revelar assim seus sentimentos

Chapa: tá! Tudo bem! Somos amigos agora. Me procura depois que eu te digo o que tá rolando.

Bose: valeu pela confiança, melhor amiga! - colocou as mãos no rosto dela, acariciando

Chapa o abraçou. Ele ficou meio sem reação, mas a abraçou de volta, bem apertado, lhe dando um beijo no topo da cabeça.

Bose nunca havia se apaixonado antes, pelo menos não tão forte como quando a conheceu. Sentia que aquilo só crescia e que possivelmente era amor.

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