Capítulo 10

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Chapa estava novamente dentro do carro de Bose, cantando. E ele amava, amava ouvir a voz dela, o sorriso... a combinação de tudo era perfeito pra ele.
As músicas seguiam uma sequência aleatória e ele se surpreendia em ver como ela sabia todas as músicas, na troca delas, Elena apenas dava uma leve pausa para ouvir e logo voltava a cantar e dançar. Até que em um certo momento, ela parou e parecia pensativa, quieta.

Bose: o que foi?

Chapa: tô me lembrando aqui que quando eu sai pra ir à escola naquele dia, minha mãe disse que o pai queria conversar. Como eu dormi na sua casa.. nós não conversamos - suspirou - não sei o que vem por aí, tô nervosa.

Bose: ei. Não fica assim! - ele parou o carro para poder conversar com ela - seu pai é boa gente, com certeza ele irá te dizer que quer ver você seguindo seu sonho.

Chapa: acha mesmo? - ela ainda estava triste

Chapa não tinha medo de Alejandro, ela tinha medo que a mãe o deixasse por conta disso. Tinha medo de que os irmãos perdessem o pai, não literalmente como ela, mas por meio da separação de ambos que poderia gerar uma divisão desnecessária sem contar a parte chata de quem ia morar com quem.

Bose: acho! - sorriu - todo mundo deveria ter por perto alguém como você Elena, alguém alegre, amoroso, com personalidade forte... sei lá, eu gosto desse seu jeitinho por isso me aproximei de você.. me identifico com você, com sua forma de pensar...

Chapa estava corada e sorrindo envergonhada.

Bose: me promete uma coisa? - pegou a mão dela que sentiu um frio na barriga. Ela assentiu com a cabeça - você nunca vai sair de perto de mim, independente do que acontecer?

Chapa: Bose, eu neguei usar uma roupa da sua irmã pra usar uma camisa sua... acho que essa pergunta não precisa de resposta. Eu não vou te deixar, nunca, eu não deixo quem eu amo! - sorriu

Ele suspirou, aquilo era a melhor coisa que tinha ouvido em sua vida toda. Tinha conquistado o amor com ela em tão pouco tempo que se conheciam. Não era um amor de namoro, mas era um amor de amigo... melhores amigos.
E naquele momento a olhando, ele queria ter conquistado nela o amor que ela tinha conquistado nele desde o primeiro instante  ( e tinha, ele só não sabia)

Bose: Elena você não sabe o quanto fico feliz em ouvir isso. Você é muito importante pra mim, muito mesmo, você não tem nem ideia do quanto... mesmo que eu repetisse a palavra "muito" diversas vezes, ela não ia conseguir descrever a importância que você tem pra mim.

Ela passou a mão na lateral do rosto dele que sorriu. Agora ela quem ficou boba com o que tinha ouvido, a vida tinha lhe dado um menino de ouro que ela amava.
Quando saíram dos devaneios, Bose deu partida no carro novamente dirigindo pra casa dela.

O clima do carro tinha mudado um pouco, mas era algo muito confortável para eles. O som estava mais baixo e ela só curtia as músicas que tocavam.

Quando pararam em frente a casa, a garota avistou o irmão Jasper na porta e sorriu.

Bose: boa sorte Elena!

Chapa: obrigada! Mas você não vai ficar aqui não - negou balançando o dedo indicador de um lado pro outro - vai descer e me dá um abraço, é o que merece depois daquelas palavras tão bonitas. - ele riu

Bose: ah, então eu vou ser castigado? - perguntou brincando

Chapa: vai. E vê se desce logo... anda!

Ela saiu do carro e ficou esperando por ele, com as mãos na cintura e uma perna balançando inquietamente, como se tivesse esperando a muitos anos. Ele saiu e deu a volta, rindo da cara dela.

Chapa: tá querendo ganhar uma inimiga?

Bose: só porque demorei pra ter dar um abraço? - ela arqueou uma sobrancelha - vem aqui marrentinha.. -  a abraçou e beijou o topo da cabeça dela - eu te amo ok? E se precisar de mim depois dessa conversa, pode me chamar que eu paro tudo que eu tiver fazendo e venho até você!

Chapa o apertou mais no abraço. Provavelmente não seria nada demais, mas ela queria o apoio dele, queria dividir com ele tudo que se passava na vida dela, queria mais abraços, queria beijos, ela o queria.

Já Bose queria prende - la naquele abraço pra sempre, queria proteger sua garota de tudo. Não queria que ninguém gritasse com ela ou qualquer coisa, ela era sua pedrinha preciosa que a vida tinha o feito achar e ele não deixaria ninguém a quebrar de nenhuma forma. 

Chapa: agora eu preciso entrar! - disse saindo do abraço - depois eu devolvo sua camisa. - lembrou

Bose: não precisa, pode ficar. Eu sei o quanto você ama roupas nesse estilo. - piscou pra ela

Bose a viu entrar em casa radiante e esperava que quando a visse novamente ela ainda estivesse assim, radiante.
Ligou o som do carro novamente e foi escutando baixinho até em casa. A tarde voltaria com a irmã para leva - las a escola.

Chapa: oi Jas! - sorriu

Jasper: oi apaixonadinha! - ela corou

Chapa: cadê o papai? Ele queria falar comigo!

Jasper: tá ali dentro.

Ela entrou e foi pro quarto. Logo o pai foi atrás dela lá.

Alejandro: oi! - cumprimentou abrindo a porta

Chapa: oi.

Alejandro: sua mãe... disse que você tinha dito que ia desistir do seu  sonho, por que?

Chapa: é verdade. Isso é por conta da briga de vocês pai. Eu não quero ser o motivo da separação de ninguém e muito menos de outros problemas.

Alejandro: você não é, não foi e não será. - sentou ao lado dela - quando eu te vi pela primeira vez, no berço, eu senti um amor enorme nascer em mim. Eu não quero você longe... mas se for pra ver você feliz, eu estou disposto até a me mudar, mas não vou interromper seu sonho, nunca. Eu não gostava quando você falava por isso... mas, sua mãe me fez ver que o amor é saber libertar, é saber abrir mão...

Chapa: obrigada papai.! - ela o abraçou

Alejandro sempre se sentia emocionado quando a ouvia chamar de papai, era muito bom, ela reconhecia tudo que ele tinha feito, mesmo sabendo que ele não era o pai de verdade.
Ele a abraçou, chorando emocionado.

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