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Não faço ideia de como Cam me convenceu,
durante a aula, a ir com ele dirigindo e não irmos cada um no seu carro. Sábado à noite — a noite de nosso trabalho —, pouco antes do pôr do sol, eu me vi subindo na imensa caminhonete prateada. Meu estômago estava contorcido desde sexta à noite, quando Jacob começou a me atormentar a respeito da festa à qual ele e Brittany iriam. Parecia ser uma festa bem-intencionada e eu queria ir, mas não consegui me forçar a sair. Além do mais, eu não tinha ideia de onde ficava a casa, já estava tarde quando ele começara a me mandar mensagens e estava caindo mais uma tempestade.

E naquele momento eu estava tão nervosa quanto um rato num quarto cheio de gatos. Por mais bobo que isso fosse, eu nunca tinha ficado sozinha dentro de um carro com um cara. Mesmo só admitindo para mim mesma, aquilo soava incrivelmente patético. A ponto de eu querer levar aquele pensamento comigo para o túmulo.

Cam enfiou a chave na ignição e olhou para mim. O boné de beisebol estava virado para trás de novo. Por trás dos cílios grossos, seus olhos brilhavam como duas safiras.

— Está pronta?

Vestindo meu leve cardigã, acenei com a cabeça.

Quando o vira ontem pela manhã na aula de
Astronomia, ele estava de novo com seu humor de costume — brincalhão, paquerador e oferecendo cookies. Eu esperava que fosse sinal de que o que quer que rolara entre ele e Ollie tivesse sido resolvido.

— Tem certeza de que não podemos fazer isso por aqui mesmo?

— Esse lugar será perfeito. Eu jamais a levaria para uma enrascada, meu anjo.

— Tudo bem — murmurei, apertando as mãos.

Virei-me para a janela e fiquei observando a paisagem, deixando para trás o campus e cruzando a ponte até Maryland.

Quinze minutos depois, Cam pegou a estrada que levava ao centro de visitantes em Antietam National Battlefield. A nerd que vivia em mim começou a dar pulos de alegria bem ali, mas eu estava nervosa demais por estar ali àquela hora da noite com Cam. Não que ele parecesse o tipo de cara que tentaria qualquer coisa, mas, pela minha experiência, não havia "tipo de cara" quando se tratava desse assunto. Meus nervos pareciam prestes a estourar de tão tensos.

— Tem certeza de que podemos ficar aqui a esta hora da noite? — perguntei, olhando à nossa volta.

— Não. — Ele estacionou numa das vagas. Havia apenas alguns poucos carros.

Olhei para ele, assustada.

— O quê?

Ele riu ao desligar o motor.

— Estou brincando. Só precisamos dizer para um dos seguranças que somos da universidade. Eles não vão encrencar com nada.

Assim eu esperava. A ideia de ser perseguida e expulsa de um campo de batalha por um segurança não estava na minha lista de coisas a fazer antes de morrer.

No entanto, depois de olhar rapidamente para Cam, parecia que isso meio que estava em seus planos.

— Pronta?

Peguei minha bolsa no chão e abri a porta da caminhonete.

— Sim, vamos logo com isso.

Cam pegou uma lanterna do porta-luvas e deu uma risada.

— Você não me parece muito animada.

Sorri de leve para ele.

— E não estou.

— Não minta. — Ele deu a volta pela frente da picape e se aproximou de mim, apontando para onde uma torre de cimento com o cimo vermelho ascendia até o céu. — É para lá que vamos.

espero por você Where stories live. Discover now