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O sol brilhou em fevereiro e março.

Passei metade das férias de primavera me divertindo com Cam e Ollie na minha casa e, depois, na última parte, na casa dos pais dele. Até conseguimos sair com Brit enquanto ela estava na casa dos pais.

Achei estranho que Brit não parecesse saber o que tinha acontecido entre Cam e o ex-namorado da irmã dele, mas não toquei no assunto. O que Cam me contou era uma coisa bem pessoal e, apesar da minha curiosidade sobre se ela sabia ou não, eu não violaria aquela confiança entre nós.

Principalmente sabendo das tantas oportunidades que tive para me abrir com ele.

Era uma coisa que, não importava quantas vezes eu dissesse a mim mesma que faria, não conseguia fazer com que as palavras passassem pela minha língua. A ideia de me abrir com Cam me amedrontava. Não seria fácil e eu nem sabia por onde começar.

Em vez disso, sempre me policiava para não deixar o celular às vistas de Cam. Ainda recebia as mensagens e ligações, pelo menos duas vezes por semana, e evitava checar meu e-mail. Várias vezes durante os últimos dois meses, eu quase respondi à mensagem. Ou quase abri meu e-mail e respondi a uma das mensagens.

Assim como com Cam, eu preferia fingir que não estava acontecendo a ter que lidar com aquela
história. Eu odiava aquela parte de mim, realmente detestava, porque ainda fugia em vez de encarar a verdade.

Quando o inverno foi perdendo força e o chão começou a descongelar, Cam estava decidindo se faria uma visita aos pais no feriado de meados de abril ou ficaria por aqui relaxando, enquanto Jacob passava os almoços tentando convencer Brit a acompanhá-lo a algum tipo de aventura voluntária de jardinagem.

Brit mergulhou seu bolinho frito num molho de maionese. Ollie a observou, o rosto perfeito contorcido com nojo e choque. Ela não estava nem ligando.

— Não vou passar os últimos quatro dias do meu feriado do semestre plantando margaridas.

— Não são margaridas — suspirou Jacob. — É um jardim botânico de maravilhas e amor.

Cam estava sentado à mesa, ao meu lado. Pousou a cabeça no meu ombro, escondendo o riso. Eu preferi o velho método de cobrir a boca com a mão.

— Isso me parece estupidez. — Brit jogou a fritura coberta de maionese na boca, e Ollie soltou um gemido. — Vou passar os quatro dias sendo vegetariana.

— Você preferiria passar seu tempo sendo um pepino ou alegrando sua alma?

Os ombros de Cam começaram a tremer.

— Acho que prefiro ser um pedaço de brócolis — respondeu Brit.

Na nossa frente, Ollie finalmente tirou o olho de
Brit e voltou-se para Jacob.

— Você está falando sério?

— Sim! — Ele bateu as mãos na mesa. — Por que não pintar o mundo com lindas flores de diferentes cores?

Olhei bem para ele e perguntei:

— Você está chapado?

Jacob pareceu ofendido... por dois segundos, talvez.

— Talvez um pouco.

Rindo, olhei para Brit.

— Você deveria ajudá-lo a montar seu jardim da felicidade.

Ela fez uma careta.

— Você pode ajudá-lo.

— Ah, não. — Cam levantou a cabeça e se aninhou em mim, colocando a mão na minha perna, pouco acima do joelho. — Ela é toda minha nesse fim de semana. Sem jardim de amor.

espero por você Where stories live. Discover now