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Uma pequena multidão se formou em volta de Cam e do cara. Alguns observando com real interesse, outros só zombando da luta.

Cam estava segurando o cara com apenas uma mão no peito dele. Ele colou o rosto no do rapaz, e a outra mão estava pronta para dar um soco.

— Que merda é essa, cara? Você tem algum problema de audição?

— Foi mal — babou o cara, com as mãos levantadas de lado. — Nós só estávamos dançando. Não tinha outra intenção.

— Cam. — Minha voz saiu espremida, rouca, conforme fui me aproximando.

Brit estava do meu lado e segurou meu braço.

— Não se intrometa, Avery.

Como eu podia não me intrometer? Meu estômago ficou revirado e a pouca cerveja que eu havia bebido subiu à garganta.

Cam empurrou o cara contra a parede de novo e, então, Jase apareceu de repente, passando um braço em volta da cintura de Cam, puxando-o para trás. O cara desmoronou pela parede, com os olhos fechados.

— Você precisa se acalmar, porra — disse Jase.

Cam se desvencilhou do amigo, com o olhar fixo no outro cara.

— Porra, me solta, Jase.

— Nem fodendo. — Jase entrou no meio deles, colocando as mãos no peito de Cam. — Você não precisa disso, lembra? Entrar numa briga é a última coisa de que você precisa agora. Então trate de se acalmar.

Alguma coisa que Jase disse pareceu afetar Cam.

Ele olhou mais uma vez para o cara na parede e afastou bruscamente as mãos de Jase. Cam se virou, embrenhando as mãos pelos cabelos. Em seguida, olhou para mim e Brit em meio às pessoas que estavam ali. Começou a vir até mim, mas Jase disse alguma coisa que o impediu. Do nada, Ollie apareceu e colocou uma garrafa de cerveja na mão de Cam. Os dois amigos o levaram para dentro da casa. Parti na direção deles, mas Brit logo me prensou num canto, com as asas balançando, e me olhou séria.

— Que diabos aconteceu?

— Eu não sei. — Meu peito subia e descia rapidamente. — O cara não me soltava e Cam surgiu do nada. Eu preciso...

— Não. — Ela me impediu, bloqueando a passagem. — Você precisa deixá-lo se acalmar. Ele está com os amigos dele, deixe estar.

Esfregando as mãos nos quadris, demorei para processar o que Brit havia dito. Havia uma grande chance de eu vomitar bem ali. Olhei em volta, torcendo para que meu coração desacelerasse. Algumas pessoas estavam nos observando. Outras tinham perdido interesse na hora em que ficara óbvio que não haveria mais briga. Steph estava próxima da mesa de pingue-pongue e apertou os lábios quando nossos olhares se encontraram. Voltei a ouvir a música que batia no mesmo ritmo do meu coração. O suor brotava da minha testa.

— Ei, Avery, você está bem? — perguntou Brit.
Forcei um aceno, mas eu não estava bem. A garagem estava girando outra vez — todas as fantasias e sons amplificados. Senti uma grande pressão no peito. O cheiro de cerveja, perfume e suor impregnavam o ar. Respirei fundo, mas não pareceu o suficiente.

— Preciso de ar fresco — avisei Brit, desprendendo-me dela.

— Eu vou com você.

— Não. Não, eu estou bem. Fique aqui. — Eu não queria arruinar a noite dela. — Eu estou bem. Sério mesmo. Só preciso de um pouco de ar fresco.

Brit cedeu depois que insisti mais um pouco, e saí daquela garagem, sentindo como se centenas de olhos estivessem me acompanhando, mesmo sabendo que, provavelmente, ninguém mais soubesse que eu existia.

espero por você Where stories live. Discover now