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— Seu apartamento é muito legal — disse
Brittany, do meu sofá. Um texto de História estava aberto em seu colo, mas ela não o lia. — Adoraria não ter que morar num dormitório. Minha colega de quarto ronca como um porco dormindo.

Andei lentamente por entre a mesa de centro e a televisão, sem saber ao certo como Brittany e Jacob tinham ido parar lá no meu apartamento depois da aula. No almoço, conversamos sobre nos encontrarmos e trocar anotações de História, e em algum momento meu apartamento foi citado. Para falar a verdade, acho que foi ideia de Jacob, e, como os dois estavam ali, não estudaríamos nem um pouco.

Uma energia de ansiedade percorria meu corpo.

Fazia muito tempo desde a última vez que recebera pessoas na minha casa. Lá na minha cidade, ninguém além da minha família me visitava, e só a faxineira entrava no meu quarto. Não só me tornei uma pária virtual na minha cidade e na escola, mas também dentro de casa. Mas, antes daquela festa de Halloween, todo mundo gostava de ir lá em casa, principalmente as garotas do estúdio. Na época, todos ainda conversavam comigo e eu ainda dançava. Antes daquela festa, as coisas eram normais.

Mexi com meu bracelete, nervosa. Eu gostava do fato de eles estarem aqui, porque era normal e me lembrava do antes. Era isso que as pessoas na faculdade faziam, mas era tão... diferente para mim.

Jacob ressurgiu da minha cozinha, com um saco de batata frita na mão.

— Esqueça o apartamento. Não me entenda mal. É um lindo apartamento, mas eu quero saber mais sobre os cookies do Cam.

Peguei uma batata do saco.

— Nunca deveria ter contado a você sobre aquela conversa.

— Agora já era — ele respondeu, com a boca cheia.

Brittany deu uma risadinha.

— Estou morta de curiosidade para saber qual é o significado de cookies na gíria dele.

— Deve ser o pau dele — disse Jacob, jogando-se no braço do sofá.

— Meu Deus! — Enchi a mão de batatinhas. Eu precisava de um reforço de calorias para o rumo que estava tomando aquela conversa.
Brittany acenou com a cabeça.

— Mas faz sentido. Quer dizer, com toda aquela história de não dividir os cookies com garotas feias.

— Não acho que foi isso que ele quis dizer — declarei, pondo uma batatinha na boca. — Então, voltando às anotações de História...

— Que se dane História. De volta ao pau do Cam — disse Jacob. — Pensa só uma coisa, se cookies é um código para pau, então significa que você estava com o peru dele na sua boca.

Engasguei com a batatinha e peguei minha lata de refrigerante, sorvendo o líquido enquanto sentia o rosto queimar.

— Teoricamente falando, é claro — acrescentou Jacob, rindo como um imbecil, levantando-se logo em seguida. — Não sei como aguenta, Avery. Se eu morasse na frente do apartamento dele, ficaria colado na porta do bofe noite e dia. E ia querer toda hora os cookies dele. Nham-nham.

Abanando a mão na frente do rosto, balancei a cabeça.

— Pode ficar com os cookies dele.

— Ah, querida, se ele tivesse alguma vocação para o meu time, eu não pensaria duas vezes.

Brittany virou os olhos.

— Grande surpresa.

— O que eu não entendo é você não estar nem aí para os cookies dele.

espero por você Where stories live. Discover now