diagnosis

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   Eles até tentaram voltar a dormir, mas foi quase impossível. Harry tinha falado que iriam ver o que tinha acontecido no St. Mungus assim que amanhecesse, já que tudo aquilo era muito estranho.

  Principalmente porque o loiro ainda estava com dor. Ele falava que não, mas Potter via a forma que Draco estava fazendo expressões de dor, colocando a mão sobre o local de tempo em tempo.

  Malfoy não sabia o que tinha acontecido, só sabia que aquilo não parava de arder. Não estava tão ruim no começo, mas assim que se distanciou mais, e não deixou que o moreno tocasse em si, a dor aumentou. Ficou com medo de Harry encostar nele mais uma vez e outras coisas passassem a doer.

  Perdeu as contas de quantas vezes Potter o pediu desculpas, os dois passando praticamente a madrugada inteira acordados, ficando um do lado do outro.

  Por um milagre, Malfoy caiu no sono, o que deixou o moreno um pouco mais tranquilo. Ele, por outro lado, não dormiu. Iria faltar no trabalho para acompanhar o ômega, já que ele era a causa daquilo tudo.
  Preparou o chá que ele já tinha visto que o loiro tomava todas as manhãs, e já separou o que Scorpius costumava comer. Obviamente iriam ter que levar o menino junto, mas não queria fazer as coisas muito na pressa e acabar assustando o menino.

  - Harry..?- Ele suspirou em alívio ao escutar a voz do loiro, e principalmente o fato de que o ômega continuou o chamando pelo primeiro nome.
  - Estou aqui. Tá melhor? Me desculpa mesmo. Eu não sei como eu esqueci que você era marcado.
  - Tá... Tá tudo bem. Mas eu vou ser honesto, isso tá ardendo muito.- Draco falou quase sem fôlego, fazendo o alfa sentir uma dor no peito, pensando em como tinha sido ele que iniciou tudo aquilo.
  - Okay... Tá de manhã, é melhor a gente ir pro St. Mungus.
  - Não precisa, você tem que trabalhar e-
  - Draco, por favor.

  O moreno chegou bem perto do outro homem, e conseguiu ver como as bochechas do mesmo estavam ganhando cor. Potter queria chorar, para ser honesto. Os dois sentiam a mesma coisa, mas só de beijá-lo machucou tanto assim.... Não tinha como ficar com ele, tinha?

  - Mas e o Scorpius?
  - Ele vem junto. Fico de olho nele na recepção, sem problema nenhum. Eu que causei isso, de qualquer forma.
  - Eu devia ter ficado quieto. Não é culpa sua.

  Os dois se olharam em um silêncio estranhamente tenso, já que os dois queriam ficar próximos, mas tinham medo das consequências da proximidade.
  Eles foram tirados daquela tensão assim que ouviram os barulhos de passos vindo do andar de cima. Logo viram o pequeno loiro descendo as escadas, seus cachos loiros estando espalhados por todos os lados.

  - Papai..?- O garotinho perguntou enquanto bocejava, coçando o olho de sono. Os dois adultos ficaram com vontade de alertá-lo, de tão fofo que ele estava.
  - Oi, meu amor.
  - Por que você não estava lá em cima?
  - Eu acordei cedo. A gente vai no hospital, porque eu estou com dor, tudo bem?

  Scorpius pareceu dar uma acordada ao escutar aquilo, indo o mais rápido que conseguiu até o homem, abraçando suas pernas e o olhando preocupado.

  - Dodói? Onde?- Ele parecia procurar por roxos novos no rosto do pai, como se estivesse acostumado em fazer aquilo. Isso doeu no coração de Harry.

  Só ficava pensando no trauma que tinham passado.

  - É só uma dor no pescoço.
  - Mas ele vai ficar bem, okay? A gente foi tomar o café bem rápido, pra irmos até o hospital.
  - Tudo bem.- O menino olhou meio hesitante para o pai, e então foi em silêncio até a cozinha, achando melhor ser rápido para ele não piorar.

  - Nós.... vamos conversar sobre o que nós falamos ontem?
- Harry, eu... Você me ouviu ontem. Mas, olha pra mim.
  - E eu sinto muito por ter feito você sentir dor desse jeito.
  - Não é sua culpa. Eu já devia ter aceitado a minha posição.
  - Posição?
  - Que eu não posso ficar com ninguém.

His Savior- DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora