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  Harry estava trabalhando quando Draco recebeu a carta de Lyra. Scorpius tinha caído no sono logo após o almoço, algo que já era rotina. Ele até teria ido dormir, mas não conseguiu. Potter já tinha dito para ele não se preocupar com a casa, mas gostava de tudo arrumado.

  Só sentou para ler a carta assim que tinha terminado de arrumar as bagunças da casa.

  "Oi, papai.

  Desculpe ter que te preocupar com essa história. Nem pensei que iam te mandar uma carta falando sobre isso, é uma idiotice, na verdade. Tá tudo bem comigo, aquele menino é um imbecil, mas não consegue acertar um tapa que seja.
  E eu sei que o senhor não gosta de violência, então me desculpe por isso. Eu perdi a paciência porque ele estava falando mal de você. Quer dizer, como ele podia ficar falando um bando de idiotice como aquela? As pessoas são idiotas em achar que essa situação é sua culpa. Me estressei e dei um soco nele.
  Não vai acontecer de novo, eu juro!! Como vai o senhor? E o Scorp? Espero que estejam bem. Quero que o Natal chegue logo.
Obrigada pelo bolo, papai. Te mando outra carta no fim da semana, prometo.

  Com carinho, Lyra."

  Ele suspirou um pouco alto assim que terminou de ler a carta. Ficou se sentindo mal em saber que a filha tinha se metido em problemas por sua causa. Claro, estava feliz que ela se importava tanto com ele, mas não queria ela se envolvendo em brigas.

  Costumava concordar com essas pessoas. Tinha certeza que aquela situação era toda culpa dele, por não ser um marido bom o suficiente, por não ser bonito ou conseguir agradar Nott em todos os sentidos possíveis. Mas Harry... Ele era diferente. Estava o convencendo de pouco a pouco de que não era culpa dele.

  Confiava no moreno.
  Então por que não iria acreditar?

  Era quase um mantra que precisava ficar se repetindo quando lembrava de alguma coisa pesada, principalmente das surras que levava por coisas pequenas. Tinha que se repetir:

"Não é minha culpa. Ele era louco. Não foi culpa minha."

  Fechou a carta e colocou em seu lado, desviando seu olhar para a televisão. Ainda achava um pouco estranho todas aquelas invenções trouxas, hesitava antes de mexer com elas, afinal, nem sabia o que elas faziam. Ele achava interessante os programas que passavam naquela "caixa de luz", como Scorpius gostava de chamar.

  O jeito que faziam as coisas não era tão diferente assim deles.

  Era um filme de romance, e Malfoy observava os diálogos completamente focado. Pensou que era impossível se sentir assim com alguém até começar a conviver com Harry. O casal do filme também não se gostava no começo, o que fez as coisas mais interessantes na opinião do loiro.

  Fazia ele lembrar da própria história que tinha com o moreno. Claro, não era um casal como no filme, muito menos tão jovens quando os atores.... Mas sentia as mesmas coisas. O coração batendo rápido, a necessidade de ficar perto dele, ou como era difícil esconder os sorrisos quando falava algo engraçado para si.

  Queria que as coisas estivessem sendo fáceis igual no filme.

  Não tinham mais beijado desde aquele momento no hospital. Harry tinha medo de forçar as coisas e fazer o ômega desconfortável, e ele tinha medo de que Potter mudasse de ideia, mesmo não fazendo sentido. Suspirou baixo ao ver o casal do filme acabar com toda a discussão com um beijo.

  O fez lembrar do que sentiu quando beijou Potter.

  A dor tinha ido embora, e ele acabou se sentindo leve, em paz, como não se sentia à décadas. Abriu um pequeno sorriso apenas lembrando, tocando os lábios com timidez, pensando se iria acontecer de novo, e quando isso aconteceria.

His Savior- DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora