Haunted Places Live (PT-BR)

Capítulo 80 - Mansão Marianne Borley (3)

Cidade de Snow Crow, Yorkshire.

A cidade velha estava situada no sopé da serra de Snow Crow, com casas medievais ao longo das sinuosas estradas de paralelepípedos. A maioria dos habitantes da cidade ainda vivia da agricultura, cuidando de seus pastos e trabalhando nas vinícolas próximas. Não havia sequer um grande supermercado ou um grande hotel, apenas pequenas mercearias familiares e pequenos hotéis. Ao contrário de muitas cidades europeias conhecidas, esta cidade ainda não foi listada por muitos operadores turísticos e não estava na estrada principal, então os forasteiros mais comuns eram os poucos entusiastas paranormais que vinham explorar a assombrada Mansão Marianne Borley.

A mansão ficava no alto da serra Snow Crow, com vista para a cidade. A colina não era muito alta, mas em uma noite clara, ao olhar para cima do caminho de pedra da cidade, a lua brilhava atrás do castelo e a sombra da colina ficava congelada na escuridão, dando-lhe uma sensação de isolamento e mistério. Aqueles que vinham explorar a mansão não subiam muito a colina antes de encontrar um portão de ferro bem fechado, onde se lia: "Propriedade privada, não entre".

Os mais obedientes ficavam do lado de fora e tiravam algumas fotos, passeavam um pouco e depois iam embora. Os que não eram tão obedientes escalavam o muro e entravam.

Eles, então, seriam expulsos pela governanta ou pelo jardineiro que cuidava da mansão.

Mesmo assim, rumores de avistamentos de fantasmas se espalharam. Alguns disseram ter visto duas freiras paradas no meio da estrada no meio da noite para pedir carona, outros ouviram o som de crianças rindo na floresta apenas para encontrar um cemitério quando se aproximaram, e outros viram duas mulheres vitorianas ocas agachadas no chão com órbitas ensanguentadas, procurando seus próprios globos oculares.

A cidade também mantinha muitos segredos sobre a mansão. As pessoas mais velhas achavam que era um lugar sinistro e que dava azar chegar perto dele. Os mais jovens, tendo crescido com as histórias de fantasmas, tinham uma estranha reverência pelo lugar.

Entre as muitas lendas fantasmagóricas estava a da mãe de Lin Qi, Mary Campbell, que era, surpreendentemente, um dos contos mais populares.

Foi provavelmente por causa da semelhança do nome da mansão com o de Mary que seu pai lhe deu a mansão, que ela ainda possuía mesmo depois de desistir de seu título real. A ex-princesa, que se casou por amor com um então discriminado asiático e depois se tornou uma cantora famosa, já era um ímã para todo tipo de conversa por conta própria. Somava-se a isso o boato de que ela fez um acordo com o diabo e sacrificou sua alma para manter seu filho seguro na guerra, e que tudo aconteceu nesta mansão acrescentava uma tristeza triste, mas sombria a isso.

Chu Yang e os outros estavam sentados no carro enquanto ele dirigia pela única estrada da cidade, uma estrada de asfalto esburacada que não havia sido consertada. Eram quase onze horas da noite e não havia ninguém à vista em toda a cidade, apenas a luz densa que vinha de trás das cortinas. Chu Yang examinou as informações que havia pesquisado em seu telefone sobre a Mansão Marianne Borley e sentiu uma névoa deprimente nas entrelinhas.

"Então Lin Qi não é o único na mansão?" Chu Yang perguntou.

Bai Dian disse: "Ele tem uma governanta que cuida da propriedade em sua ausência."

O carro parou diante dos portões de ferro forjado, só que esses portões eram mais imponentes e cheios de história do que os portões das casas de jardim que ele vira em Xangai. Mesmo nos pilares dos portões havia dois relevos de anjos, rachados e cobertos de musgo por incontáveis ​​anos de chuva. Bai Dian saiu do carro, caminhou até o portão, tirou uma chave de latão antiga, inseriu-a na fechadura ligeiramente enferrujada e a girou. Os portões se abriram lentamente com um gemido agudo e, na frente deles, havia um caminho sinuoso para cima, ladeado por carvalhos e salgueiros altos e sombreados. Os galhos dos salgueiros dançavam com a brisa, como braços tentando agarrá-los.