Haunted Places Live (PT-BR)

Capítulo 119 - Necronomicon (4)

A dor era como um raio se espalhando por sua corrente sanguínea, era a sensação mais primitiva, sinalizando que sua vida estava em jogo, levando-o a decidir entre lutar ou fugir, viver ou morrer.....

Elijah ainda estava atacando as vinhas que tentavam detê-lo, seiva verde espirrando por toda parte com cheiro de carne e sangue. As videiras claramente pertenciam às Obscenidades Gêmeas, mas já estavam conectadas aos sentidos de Chu Yang. A dor era como se seus membros estivessem sendo brutalmente mordidos e arrancados repetidas vezes e a voz de Chu Yang ficou rouca de dor. O veneno que espirrou da boca gigante do outro corroeu ainda mais as vinhas onde foram mordidas, queimando como se ácido tivesse sido derramado na ferida.

O gigante em que Elijah havia se transformado apareceu de repente atrás dele e abriu a boca violentamente. Chu Yang empalideceu de susto e tentou se esquivar, mas o monstro foi rápido demais para que ele acompanhasse seus movimentos, dissipando-se e reagrupando-se num instante como se fosse um gás. Ele se esquivou com dificuldade, mas de repente sentiu uma dor aguda na perna direita. Desta vez, seu grito fez até Bai Hongyu fora do círculo tremer levemente e ele viu que quase metade da carne da perna de Chu Yang havia sido arrancada, expondo os ossos brancos ao ar e espirrando sangue por todo o rosto do monstro.

Os olhos de Chu Yang estavam arregalados, como se ele não pudesse acreditar que estava vendo os ossos da perna direita. A gosma entrópica negra ainda estava corroendo os músculos e a gordura da ferida e o sangue negro começou a se espalhar rapidamente ao longo dela.

Sua perna... sua perna!

O monstro mastigava o músculo da panturrilha com sua enorme boca vertical, até emitindo um som viscoso e uma forte onda de náusea o fez querer vomitar.

A próxima coisa que ele percebeu foi que Elijah estava mais uma vez se dissipando em fumaça preta e quando solidificou novamente, estava no teto acima da cabeça de Chu Yang, abrindo sua boca enorme e investindo contra ele novamente, como se fosse devorar sua cabeça.

A intensa sensação de dor, que deveria ter sido avassaladora, despertou um lugar secreto na mente de Chu Yang que havia sido selado com tanta força que somente quando sua vida foi ameaçada as correntes daquele lugar secreto quebraram ligeiramente e vazaram um traço de poder. Naquele inferno sobre seus sentidos, um certo prazer estranhamente libertador se espalhou silenciosamente. Chu Yang de repente sentiu algo se abrindo em seu crânio e inúmeras cenas lindas e caóticas explodiram uma após a outra como fogos de artifício em sua mente dominada pela dor. Ele ouviu o canto das estrelas, viu inúmeras estrelas explodirem e renascerem, ouviu os delírios da Terra mais antiga, tão antiga que existia quando os ancestrais da humanidade ainda nadavam no mar.

Então, de repente, ele viu claramente a mentalidade de Elias se difundindo no ar. Era como uma massa de blocos de cores constantemente misturados e em mudança, gordurosas e pegajosas, com uma magnificência imunda, mas muito frágeis. Chu Yang sentiu uma miríade de cordas saindo de sua mente, uma delas envolvendo rapidamente a massa colorida que jorrava. O arco em sua mão caiu sobre o violoncelo em seus braços e ele nem apertou as cordas, apenas puxou com força, como se estivesse fatiando alguma coisa. O ruído penetrante voou bruscamente ao longo dos fios em sua cabeça em direção aos blocos coloridos e, num instante, os blocos, que haviam sido fundidos, foram cortados tão facilmente quanto manteiga.

O monstro, que já estava ao seu alcance, de repente soltou um grito estranho, seu corpo entrópico se recuperando rapidamente, sua boca gigante se fechando e voltando a ter rosto e peito humanos, caindo pesadamente em cima de Chu Yang. Chu Yang suportou o cheiro de sangue em seu peito e o empurrou, apontando o pino na parte inferior de seu violoncelo para o Devorador, que havia comido a maior parte de sua panturrilha direita, para impedi-lo de atacar novamente. O corpo de Elijah começou a se contorcer violentamente, seus olhos arregalados e seu lindo rosto contorcido de medo.