𝟎𝟖

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𝐓𝐬𝐮𝐤𝐢𝐬𝐡𝐢𝐦𝐚 𝐊𝐞𝐢

Eram sete horas da noite.

No café da manhã eu comi um pacotinho de biscoito de coala com sabor de creme de avelã — que por sinal, eram muito bons —. No almoço um sanduíche de queijo quente feito no microondas pela Yukio.

E agora eu preferiria me jogar de uma ponte para comer uma "comida de verdade". Muito melhor do que comer outro queijo quase quente. Esse tipo de termo são coisas que os brasileiros costumam falar, não é? Acho que os pais da minha ex melhor amiga acostumaram muito mal o meu paladar.

Entrei no aplicativo de entrega de comida e vi que só tinha um restaurante fazendo entrega hoje, mas eu não gostava nenhum pouco da comida de lá.

— Aaaa, tô com fome — choramingou Yukio vindo do seu quarto e se jogando no sofá ao meu lado.

Ela ligou a televisão, colocou um vídeo aleatório de uma mulher cozinhando comida em miniatura e então pegou o celular.

— Nada decente entrega hoje — ela choramingou..

Concordei com a cabeça.

— Mais um sanduíche de queijo meio quente?

Ela levantou indo em direção a cozinha deixando o celular em cima do sofá.

— Não, valeu. Vou jantar fora.

Ela virou o olhar para mim com olhinhos pidões novamente, eu odiava isso.

Eu era uma pessoa que não se importava em ser direto com as pessoas, mas eu não sabia dizer não para Yukio, ainda mais quando ela me olhava assim.

— Você quer vir?

Era como ver ela lutar contra os seus instintos. Eu ri olhando para ela. Não iria perguntar outra vez, só para ver ela desistir do seu sanduíche de queijo não tão quente assim.

Ela não respondeu e continuou indo para a cozinha.

Entrei no meu quarto para me arrumar. Ou pelo menos trocar de calça.

Quando eu saí do quarto eu estava segurando um capacete em uma mão e as chaves na outra. Não tenho certeza que o meu celular estava no bolso, mas eu achava que sim. Não deu tempo de fechar a porta do meu quarto e então vi Yukio sentada no braço do sofá. Balançando as pernas como se fosse uma criança se preparando para pedir uma coisa para sua mãe. Eu já sabia o que ela queria, mas eu queria ouvir ela pedir, ou pelo menos tentar pedir..

— Minhas pernas doem — ela reclamou olhando para mim.

Dei um sorriso pequeno.

— Então...

Dei um passo para trás entrando no meu quarto pegando o outro capacete da moto. Ela não precisava falar mais alguma coisa. Eu sabia o que ela iria pedir, acabei dando uma risadinha enquanto eu entregava o capacete para ela.

— Obrigada — ela murmurou contra sua própria vontade.

— O que?

— Você ouviu.

Eu ri novamente.

— Pensei ter ouvido alguma coisa, mas acho que não ouvi nada. Você falou alguma coisa?

— Acho que não.

Olhei para como ela estava vestida, calça jeans e uma camiseta cheia de cerejas bordadas. Quase não via ela de calças, mas andando de moto era a melhor escolha.

Sai andando na frente e ela me acompanhou. Descemos até o estacionamento e então subi em cima da moto esperando que ela fizesse o mesmo. Coloquei o capacete e então ela subiu na moto.

𝐕𝐢́𝐠𝐞𝐬𝐢𝐦𝐨 𝐚𝐧𝐝𝐚𝐫; Tsukishima KeiOnde histórias criam vida. Descubra agora