𝟏𝟔.𝟏

1.7K 178 97
                                    

𝐓𝐬𝐮𝐤𝐢𝐬𝐡𝐢𝐦𝐚 𝐊𝐞𝐢.

Já passava das duas da manhã, e eu estava cansado, eu só queria me deitar na cama. Tomar um banho de água gelada até que todo o efeito do álcool saísse do meu corpo. E que junto da água gelada a sensação de me sentir como um merda fosse lavada ao mesmo tempo.

Eu fui descuidado, deixei muita coisa acontecer, deveria ter feito bloqueios melhores. Não era só porque eu gostava de dar pequenos bloqueios e toques inofensivos na bola que deveria ter sido assim. Se eu tivesse jogado e marcado alguns pontos teria sido bem melhor. E talvez Bokuto não tivesse precisado lamentar sua última derrota.

— Eu vou voltar para o quarto.

— A, eu vou também — disse Yukio levantando do pequeno puff que ela estava sentada.

Konegawa nos olhou e olhou para os outros dois garotos que eram para estarem dividindo o quarto com nós dois.

— Vamos ficar aqui — disse Konegawa.

— Não vamos transar, se é o que está pensando — eu disse.

Yukio apenas riu. Ela já tinha bebido demais, demais até para ela. O suficiente para que ela tenha passado do limite.

— Eu só quero voltar tomar um banho quente e me jogar na cama até dormir — disse Yukio

— Não, eu não quero atrapalhar — disse Konegawa novamente.

— Eu também não atrapalharia — murmurou Bokuto entre o sono e estar acordado. — Vai, fica aqui. Vamos dormir juntos, se apertar cabe todo mundo nesse quarto.

— Que seja... boa noite — eu disse saindo de perto deles e fui até o quarto.

Yukio me seguiu e fomos juntos para o quarto.

Enquanto ela tomava banho eu fui para a varanda novamente, desta vez... ligar para o meu irmão. Acho que ele entenderia o que eu estava passando agora. Ou talvez não, talvez eu devesse simplesmente ficar calado e não ligar bêbado para o meu irmão às duas da manhã, mas quando pensei que poderia ser um incômodo percebi que eu já tinha discado o seu número, ligado para ele e ele já tinha atendido.

Kei? O que foi? Tudo bem? Na verdade eu acho que não. Você não estaria me ligando uma hora dessas se não fosse importante. Não é?

Eu parei. Eu ainda não sabia o que falar para ele.

Mesmo com o perdão que eu dei para o meu irmão, eu realmente não guardava rancor para ele. Eu ainda não conseguia me abrir com ele. E eu não tinha ideia do que eu iria falar.

Kei? Tá tudo bem com você?

— Desculpa, liguei errado — eu disse encerrando a ligação.

Ainda com o celular na mão não consegui falar nada, eu não consegui pensar em nada. Apenas na pergunta: "o que tá acontecendo? Por que eu estou me sentindo assim?" É claro que eu já tinha perdido vários jogos, eu não ganhava sempre por mais que bom não é assim que funciona o mundo dos esportes, mas aquilo era como se fosse a gota d'água para mim.

Eu me senti péssimo por muitos motivos.

Ouvi a porta do banheiro se abrindo e então virei o olhar na direção. Yukio saiu de lá usando apenas uma camiseta e quando me viu deu um pequeno sorriso e veio em minha direção.

Ela ficou na minha frente, sorriu mais uma vez. E então colocou a mão nos meus ombros e olhou para a medalha de prata pendurada no meu pescoço. Bokuto tinha colocado ela ali e gritado empolgado em um momento em que a bebida deixou ele feliz, e não triste por ter ficado no segundo lugar.

𝐕𝐢́𝐠𝐞𝐬𝐢𝐦𝐨 𝐚𝐧𝐝𝐚𝐫; Tsukishima KeiOnde histórias criam vida. Descubra agora