𝟎𝟕

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𝐘𝐮𝐤𝐢𝐨 𝐈𝐦𝐚𝐢

Mexi no canudo da minha bebida enquanto eu olhava para Ângela.

Não era todos os sábados que ela tinha livre, então quando ela tinha a mulher gostava de aproveitar. E como o meu irmão estava um pouco ocupado hoje ela decidiu que seria uma boa me chamar para beber em um bar.

— Ele parecia gente boa — disse Ângela parando ao meu lado.

— Ah é? É porque você não viu quando ele não gosta de alguém.

Ela riu.

— Ele gostou de você — eu disse.

— Eu tenho carisma.

Sorri sabendo que era verdade. Era fácil gostar da minha amiga.

— Sabe, as coisas passam.

— Sim...

— Então você deveria relaxar, e apenas aceitar que ele vai ficar no seu apartamento, porque você ofereceu.

— Eu sei, eu sei. E não estou reclamando que ele está lá, é só que... eu não sei. Não sei se eu consigo aturar ele depois de tudo o que aconteceu. Ficar com ele na mesma casa é... complicado.

Bebi um longo gole da bebida.

Ter um ato de gentileza por Tsukishima ainda não melhorava o fator de eu ainda achar que eu não deveria fazer nada. Ainda não gosto dele, ainda me sinto mal pelas coisas que aconteceram entre nós dois e acho ele um filho da puta. E por mais que ele tenha feito algo para me ajudar me sinto completamente afetada pelas coisas do passado.

Eu era uma pessoa que ficava facilmente marcada pelas coisas que os outros faziam comigo. Mais como traumatizada. Lembraria disso para sempre, e por mais que eu tente me convencer que já passou, minha memória ficou marcada com Tsukishima brincando com meus sentimentos.

— Eu vou me dar bem com ele, até terminar essa faculdade.

— Perfeito.

— Ou até eu decidi fugir para o Brasil.

Ela me olhou séria.

— Você não pode resolver os seus problemas fugindo deles. Literalmente fugindo deles, para outro país, pelo amor de Deus Yukio...

Não ouvi mais o que ela estava falando. Sim, eu sabia que a forma que eu me isolava era autodestrutiva, mas isso não importava. Eu não iria voltar para o Brasil, pelo menos não fugindo dos meus sentimentos.

Eu ficaria aqui e encararia tudo que eu tenho para encarar e nada demais.

— O que aconteceu entre vocês dois fica no passado.

— É complicado.

— Desapegar de amizades, é sempre complicado.

Dei um sorriso para ela e concordei com a cabeça.

Acabei pedindo outra bebida. Me sentei no banquinho do bar esperando o drink. Coloquei o meu celular em cima da bancada e então sorri para os bartenders que olharam para mim. A tela do meu celular acendeu e então vi a mensagem de Tsukishima.

T: O garoto já foi, Bokuto, Kuroo, Kenma e Akaashi estão aqui.

Y: Surpreendentemente você tem amigos.

— Conversando?

Ângela odeia quando saímos com ela e ficamos no celular, mesmo sendo para responder apenas uma mensagem.

— Tsukishima, só para avisar que tem gente em casa. Não é nada demais, sou toda sua novamente.

Botei o celular na bolsa.

𝐕𝐢́𝐠𝐞𝐬𝐢𝐦𝐨 𝐚𝐧𝐝𝐚𝐫; Tsukishima KeiOnde histórias criam vida. Descubra agora