𝟏𝟖

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𝐓𝐬𝐮𝐤𝐢𝐬𝐡𝐢𝐦𝐚 𝐊𝐞𝐢.

Existem poucas coisas que eu odeio menos do que jogar com Bokuto e Kuroo, eles são muito intensos jogando, mesmo que não fosse um treino ou um jogo oficial, apenas um encontro entre amigos. E os dois quase nunca me deixavam descansar. Eu queria apenas apagar e dormir. Meu corpo inteiro estava doendo. Era como se eu sentisse os meus músculos latejando. E eu conseguia ouvir o meu coração batendo enquanto meu ouvido estava pressionado no travesseiro. Tudo parecia estar me irritando.

Coloquei fones de ouvido para ouvir música e olhar para o teto esperando que talvez eu apagasse.

Olhei para o relógio vendo que já passava das oito da noite. Normalmente Yukio chega mais cedo da faculdade, porque ela vem depois dos treinos comigo, ou às vezes ela demora um pouco mais quando sai para jantar com alguém. Mas ela sempre avisa. Eu não tinha ideia de por onde ela andava. E isso me preocupava, sempre me preocupava.

Olhei para o teto branco e eu passei a mão pelo rosto deixando o meu óculos de lado. Ouvi o barulho da porta do apartamento abrindo, tirei os fones de ouvido deixando eles pendurados em meu pescoço e logo virei na cama pregando meus óculos novamente.

Ouvi os passos de Yukio se aproximando do meu quarto e logo em seguida a voz dela vindo do mesmo lugar.

— Tsukishima, tá em casa?

— Eu to — eu respondi.

Levantei da cama, abri a porta e ela estava parada na frente da porta do meu quarto, não pronta para me xingar como na maioria das vezes ela sempre está, muito menos pronta para reclamar sobre eu estar atrasado para fazer as compras da semana.

Ela apenas estava ali, molhada da cabeça aos pés, olhei pela janela e vi que chovia forte do lado de fora. Seu cabelo estava amarrado e ela parecia cansada, brava e triste. Talvez esgotada. Seus olhos estavam vermelhos, ela andou chorando?

A garota puxou as mangas da camisa e então levantou o olhar para mim. Eu dei um passo em sua direção tentando me aproximar, mas ela apenas recuou.

— Tudo bem? — perguntei. — Tá, você tá meio que me assustando. É importante? O que foi?

Ela não respondeu.

— Você tá bem? Não, eu acho. Quer dizer... eu não sabia com quem falar. Acho que você ou...

— Tudo bem, tudo bem. Pode falar comigo.

Me aproximei um pouco dela, desta vez ela não recuou nenhum pouco. Coloquei a mão em cima do seu ombro brevemente. Ela olhou nos meus olhos. Seus lindos olhos pretos e redondos cheios de lágrimas, era de partir o coração. Eu sequer sabia porque ela estava chorando, mas eu me sentia mal por isso.

— Quer saber, acho melhor não.

— Pode falar comigo. Yukio, nós dois já compartilhamos tanta coisa juntos, pode falar comigo o que precisar.

— Não, tudo bem, eu só preciso que você aceite apresentar a palestra em Miyagi.

— E por que eu faria isso sendo que você quem pegou a palestra? Coisinha, você tá bem mesmo? O que aconteceu? Eu sei que você não tá bem. Não pode mentir para mim.

— Ou você aceita, ou vou passar para Chen, eu estou sendo gentil em perguntar se você quer ou não ela. Então se eu fosse você, eu aceitava.

Yukio saiu.

Ela apenas saiu da frente do meu quarto e entrou no dela. Sem falar mais nada. E eu não sabia o porquê dela estar assim. Eu não iria fazer nada, mas para variar eu não consigo apenas cuidar da minha vida. Dei poucos passos em direção a sua porta. E bati nela esperando uma resposta.

𝐕𝐢́𝐠𝐞𝐬𝐢𝐦𝐨 𝐚𝐧𝐝𝐚𝐫; Tsukishima KeiOnde histórias criam vida. Descubra agora