𝟎𝟗

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𝐘𝐮𝐤𝐢𝐨 𝐈𝐦𝐚𝐢

O carro de Bokuto era realmente muito confortável. Eu não sabia que carro era, porém era cinza.

Tsukishima ligou o carro e em poucos minutos o carro já estava em uma boa velocidade. Eu abri a janela e coloquei o rosto para fora, tal como um cachorro. Senti a brisa não tão fraca batendo no meu rosto. Mas então logo virei o olhar para Tsukishima.

Ele estava com as mangas da camisa arregaçadas no braço dando para ver bem suas tatuagens.

Pressionei os lábios e virei o olhar para janela tentando me conter.

Eu queria, queria mesmo saber o porquê da tatuagem, mesmo eu não sabendo o porquê de eu querer.

Mas é que eu sabia que Tsukishima nunca foi uma pessoa chegada a tatuagens e essas coisas. No ensino médio onde todo mundo que já teve a ideia se revolta e coloca um piercing ou coisa assim ele sequer chegou perto de fazer isso. Diferente de Yamaguchi, que colocou dos piercings no lábio e fez algumas perfurações na orelha.

Eu não precisava perguntar sobre aquilo, eu não precisava saber sobre aquilo, mas...

— Pergunta logo. Você está me matando — Tsukishima disse enquanto virava o olhar para mim, foi breve e então ele olhou para a rua novamente. — Eu sei que você quer perguntar. Eu te conheço.

Conhecia mesmo? Eu era uma pessoa diferente. Completamente diferente. Desde que eu o deixei.

— A tatuagem. É...

— Sim, é o meu coração partido — ele disse.

— Quem é ela?

— Ela?

— Ou ele, quem é a pessoa? Yamaguchi? Era do ensino médio? Ou da faculdade.

Ele não falou nada.

— Esse mistério todo me faz pensar que foi o Kuroo.

Ele riu.

Sua risada era alta e descrente.

— Vai Tsukii, fala quem foi.

— Não temos intimidade para conversar sobre esse tipo de coisa.

Aí.

— Moramos juntos.

— É um bom ponto, mas eu não vou falar.

— Como ela é? Como é o seu tipo Kei? Você gosta de garotas chatas como você, ou legais e gentis como eu, ou rebeldes como Yamaguchi? E os garotos? E a aparência, você gosta de sarados, mais magrinhos, como você, ou uma pessoa de corpão.

— Puta merda, quanto você bebeu?

— Bastante.

— Acho que eu percebi.

— Eu não estou bêbada!

— Não?

Seu tom de surpresa era falso, mas era proposital.

— Porque você parece um pouco.

Vai se foder, Kei!

Ele abriu um sorriso, como se fosse o que ele estivesse esperando que eu dissesse para ele.

— Tem certeza que você quer ir para a faculdade assim?

— Eu preciso, o professor quer olhar para as telas, e acho que ele iria ficar muito puto se eu furasse o combinado.

Tsukishima fez um barulho de murmuro. E eu voltei a olhar para a janela.

Durante o resto do caminho fiquei calada, e ele também. Intercalei entre olhar para a tatuagem e para a janela.

𝐕𝐢́𝐠𝐞𝐬𝐢𝐦𝐨 𝐚𝐧𝐝𝐚𝐫; Tsukishima KeiOnde histórias criam vida. Descubra agora