Adeus Duskwood

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Ela quer ir pra casa, mas não há ninguém em casa É aí que ela se encontra, destroçada por dentro Sem ter para onde ir
Nobody's Home - Avril Lavigne

Estou no hotel arrumando minhas coisas para o embora quando ouço meu celular vibrar, o procuro em todos os cantos e não acho em lugar nenhum, olho embaixo da cama e lá está, junto com a foto do Jake, eu tinha me esquecido dela. Dou mais uma olhada na foto, passo a mão nela, como se estivesse passando no rosto de Jake. Um nó em minha garganta, amasso o papel e resolvo jogar no lixo.

Já tenho várias lembranças dele em minha memória, e essa foto será uma delas, mas não quero ter a tentação de olhar para ela, por que isso irá abrir ainda mais o buraco em meu peito que Jake deixou.

Na manhã seguinte, estou fazendo o checkout e meu celular vibra com uma mensagem.

Alan: Maria?

Eu: Oi, Alan, tudo bem?

Alan: Você já foi embora?

Eu: Ainda não. Estou fazendo checkout do hotel neste momento.

Alan: Você vai ir de carro ou de avião?

Eu: Avião.

Alan: Posso te levar ao aeroporto?

Penso um pouco antes de responder. Aparentemente, nem Thomas e nem Lilly serão meus amigos no futuro. Cleo está em cima do muro, Dan e Jessy são os únicos que tenho certeza que são meus amigos e que irei manter contato, Phil também, e quanto ao Alan, ele esteve ao meu lado na floresta, na delegacia, no bar, no hotel, ele tem sido muito atencioso e gentil, quero manter contato com ele.

Tenho um flashback de quando ele me ajudou a por o cinto de segurança, quando saímos do bar e ele me levou pra casa, ele estava tão perto que senti sua respiração no meu rosto e seu olhar me fez simplesmente travar e não conseguia nem pensar. Depois no hotel antes dele ir embora, ele chegou perto para ver se eu estava bem, ele me fez carinho antes de eu dormir e eu admito que gostei que tenha sido ele a fazer isso.

Eu: Pode passar no hotel para me pegar?

Alan: Estou aqui na frente, te esperando.

Nossa, não esperava por isso, mas fico feliz com sua disposição em me ajudar de novo e sem pedir nada em troca, saio do hotel com minha mochila e Alan está mesmo em frente ao hotel. Ele está do lado de fora, do lado do passageiro encostado na porta sendo charmoso e eu prendo o sorriso e ele abre a porta para mim.

Acho que hoje é a folga dele ou ele não precisa se vestir de maneira muito formal para trabalhar, porque ele está usando uma jaqueta jeans com a gola de pelos brancos, camiseta cinza escura e uma calça jeans preta, o cabelo louro escuro penteado para cima.

Lembrei que disse a Jessy que achava ele bonito, e tinha dito isso a ele quando estava bêbada. E é verdade, ele é um cara bonito e dormimos juntos duas noites seguidas, não sei porque mas meu batimento cardíaco acelerou um pouco e de repente me sinto nervosa.

— Oi. — cumprimento.

— Oi. — ele responde com um sorriso tímido e sinto algo em meu estômago. — Podemos ir?

— Sim, detetive. — respondo e ele estende a mão para pegar minha mochila, entro no carro e ele coloca a mochila no banco de trás.

Estamos a caminho do aeroporto, esta cidade é fria, mas está sol. O caminho está aberto, livre de trânsito, quero esquecer tudo o que vivi, passei e senti aqui.

— Então agora você está sóbria? — ele me pergunta me tirando do meu devaneio.

— Sim, 100% sóbria. Aquela foi a primeira e última vez que bebi na vida. Obrigada pelos remédios.

Sempre foi você - Duskwood Onde histórias criam vida. Descubra agora