Não é sua culpa eu estragar tudo Não é sua culpa que eu não sou o que você precisa Amor, anjos como você não podem voar para o inferno comigo
Angels Like You - Miley CyrusJAKE
Na semana seguinte, Jessica veio a cidade, elas iam ir ver vestidos, vestidos de casamento. Alan deve ter ligado para ela e avisado sobre o estado de saúde de Maria. Jessica está sentada na cama e pega as mãos de Maria.
— Amiga, está tudo bem. Sei que está cansada, pode descansar o quanto quiser, o quanto precisar e quando voltar, estaremos aqui para você. — Jessica fala aos prantos, mas de uma jeito suave.
Ela enxuga as lágrimas e pega o prato de salada de frutas que está na bandeja, enche uma colher e leva até a boca de Maria que come, ela está comendo, mas ainda não está falando e nem nos olhando diretamente.
Ela sai do quarto e é consolada pelo Dan, fico feliz que os dois estejam aqui por ela, que os dois tenham um ao outro. Claro que ficaram assustados quando contei quem eu era e Dan quis me bater, eu não iria o impedir, sei que mereço, mas Jessica o fez mudar de ideia.
No quarto, tem várias flores, tem girassóis do Alan, rosas do Phil, orquídeas da Cleo, margaridas da Jessica e do Dan, e outras tantos de pessoas do trabalho, e amigos próximos, está parecendo um jardim aqui.
— Ela amava você, Jake. Ela te amava de verdade. Depois da sua suposta morte, ela mudou. — Jessica me fala.
— Como assim ela mudou? — pergunto confuso.
— Toda vez que alguém tocava em seu nome, ela ficava de mal humor, e dizia que não queria falar sobre você. E ela nunca falou. Ela nunca falou nada sobre você, sobre as mensagens, sobre sua morte, nada. Nunca. Jamais. Mas não é só isso, ela sempre teve um bom humor ótimo, pelo menos quando nos falávamos por mensagem ela me fazia rir, era divertida. Ela ainda é, mas ela ficou meio...
— Quieta demais — Dan conclui.
— Quieta demais?
— Sim, você sabe, ela sempre dizia o que pensava, não importava se isso ia ofender ou não, se ia parecer grossa, na maioria das vezes ela soava até engraçada sendo tão direta. E depois ela só ficou quieta. Respondia com sim, não, talvez. Parou de prestar atenção nas coisas que conversávamos, dizia que era fútil. — Dan explica.
— Ela ficou mais fria. Ainda tinha aquela essência dela, o que faz dela ser quem é, mas ela não demonstrava mais tantas emoções. — Jessica me informa. — Ela finalmente parecia estar bem e verdadeiramente feliz, parecia ter superado tudo isso, sabe, por causa do... — ela para de falar e olha para baixo, volta a olhar pra mim — Por causa do Alan.
— Obrigado por me contarem isso.
Eles acenam com a cabeça, Jessica me pede para avisa-lá se tiver alguma novidade, então ela e Dan, vão embora.
Alan vem para cá todos os dias, ver como ela está, mas não entra no quarto, fala apenas com os médicos.
Estou no quarto com ela e me sento na cama, pego a sua mão.
— Maria, eu amo você. Eu não deixei de amá-la nem um segundo sequer durante o tempo que ficamos afastados. — começo a chorar — Eu senti tanta a sua falta, sonhava com você, sonhava com a gente juntos. Por favor, amor, me perdoe, eu não voltei para te fazer infeliz, eu não teria voltado se soubesse que isso iria acontecer.
Nunca fui bom de expressar meu sentimentos, e muito menos de chorar. Mas vê-la assim, nunca senti tanta dor na vida.
— Eu senti muito a sua falta, eu lia as nossas mensagens quase todos os dias, eu acho até que decorei tudo, eu queria que as coisas fossem diferentes, imaginava te encontrar em Duskwood, nós nos abraçamos, nosso primeiro beijo, primeiro encontro, te levando para comer em um restaurante chinês que tínhamos combinado, você lembra?
Enquanto eu andava por aí, em hotéis horríveis, viajava de ônibus em cidade em cidade, lia as mensagens para me fazer sentir melhor. Me sentia tão sozinho antes de Maria aparecer, mas depois, mesmo escolhendo deixá-la livre para viver sua vida, não me sentia sozinho. Suas mensagens antigas me confortavam.
Ela tem razão no que disse, fiquei muito tempo longe, eu não a conheço e ela não me conhece, mas no fundo ainda sinto que ela é a mesma pessoa, forte, determinada, seu ótimo senso de humor, linda. Eu não aguento vê-la assim, não sei mais o que fazer.
— Por favor, fale comigo, grite comigo, diz que me odeia, pode me dá um tapa no rosto, um soco se você quiser, mas por favor, diz alguma coisa. — coloco as mãos em seu rosto para que ela foque em mim. — Eu nunca mais vou deixar você, mas se você me pedir para ir e nunca mais voltar, eu vou. Faço o que for preciso para você voltar, mesmo que não seja para mim, mas por favor, volta. Eu estou te implorando para você voltar, Maria.
Saio do quarto e vou para o corredor, encosto na parede ao lado da porta e me sento no chão. Coloco os braços apoiados nos joelhos e choro, tudo o que resta é chorar, por que sou impotente, não a nada que eu possa fazer para reverter essa situação, ela precisa de tempo e vou dar isso a ela.
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Sempre foi você - Duskwood
FanfictionMais uma versão do que acontece em Duskwood, depois da revelação de que Richy era o Homem Sem Rosto. A relação de Maria com o grupo, como ela ficou após a morte de Jake, sua amizade com Jessy, e como seguiu em frente depois de todo o ocorrido. Dep...