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Segredo descoberto
Ele não sabia quanto tempo havia passado. Contudo aqui estava ele em seu quarto vasculhando suas coisas mais uma vez, desta vez ele estava olhando as loções que você costuma passar na pele, então Shigaraki pensou como seria a maciez da tua pele e como seria o contraste com a dele que ainda estava tão danificada.
Isso foi como uma visão nova do mundo. Ele estava tão imerso em você e em como queria estar te tocando e sentindo o cheiro puro da sua pele que não pensou o quão enojada você deveria ficar perto dele, já que sua aparência não era uma das melhores.
Um demônio imundo e desprezível é o que ele era.
Você era um anjo etéreo.
De volta ao mundo real, você estava voltando para casa mais cedo visto que os pais da criança que você cuidava estavam em casa por ser uma comemoração em família. Era bom estar em casa mais cedo, talvez dormir um pouco mais, lavar roupa ou qualquer coisa que você devesse fazer.
O metrô estava menos lotado esse horário então você voltou sentada, o caminho para casa estava tranquilo e ainda estava claro. Murmurando uma música qualquer você abriu a porta de casa notando que alguma coisa estava diferente, a começar com o tapete da sala que estava dobrado.
No outro cômodo Shigaraki estava prestes a ter um colapso nervoso.
Você não deveria ter voltado tão cedo.
A coceira em seu pescoço começou como uma urticária. Não era incomum, mas estava a ponto de enlouquecer por conta de toda a ansiedade que percorria por todo seu corpo.
O barulho dos seus passos estavam cada vez mais perto, ele não sabia o que fazer nesse momento. Se esconder era uma boa opção, mas onde? Dentro do armário? E se você precisasse de alguma coisa de lá? De baixo da cama? É. Poderia funcionar.
Ele se esgueirou para de baixo da cama o mais rápido que pôde, mas suas unhas ainda estavam cravadas na pele pálida do seu pescoço agora ferido, a coceira parecia não ir embora e quando você entrou no quarto tudo paralisou.
Ele podia ver seus pés andando de um lado para outro, depois ele ouviu um barulho que fez seu pobre coração parar. O barulho de um zíper ecoou pelo silêncio então uma peça foi para o chão e outra, depois outra até que ele viu o sutiã cair muito perto do seu rosto. A peça de tecido rosa com renda exalava um cheiro doce que era característico seu.
Porra!
Você estava ali.
Tão vulnerável. Terna e quente.
— Cadê? — ele ouviu sua voz então viu seus joelhos tocarem no chão.
Puta merda!
— Onde está você?
Você sabia? Claro que não sabia. Não era possível.
A casualidade na sua voz indicava a sua ignorância quanto a existência de um estranho na sua própria casa que se refugiava debaixo da sua cama como um pervertido esquesito cheio de segundas intenções com seu corpo ingênuo.
— Achei!
Você disse para o prendedor de cabelo que estava no chão perto da escrivaninha. Foi até lá e o pegou para arrumar seu cabelo para um banho relaxante.
Quando ele ouviu o barulho da porta do banheiro abrir e fechar logo em seguida, ele não pensou duas vezes. Mandou uma mensagem para Kurogiri para que tivesse um transporte rápido para casa sem que você saiba da sua intrusão.
Na sala de estar um vórtice negro apareceu e logo em seguida o homem muito bem vestido veio e fez uma pequena reverencia.
— Senhor Tomura.
— Cala a boca e me tira daqui agora.
De volta ao banheiro enquanto você distraidamente lavava o corpo ouviu o que pareciam ser vozes e logo em seguida o absoluto silêncio. Aquilo só deveria ser coisa da sua cabeça, o dia todo ouvindo uma criança gritar, chorar e fazer birra deve ter fervido seus neurônios.
Do outro lado cidade Shigaraki falava com seu subordinado e muitas vezes babá sobre como era estritamente proibido falar sobre sua existência para qualquer um, que agora que ele sabe que você existe então ele seria sua porta de entrada para sua vida.
— Não querendo ser rude, mas o que essa garota tem de tão especial? — perguntou o vórtice.
— Ela vai ser a minha companheira. Tudo o que é meu vai ser dela também. Por que eu sei que ela foi feita para mim.
