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Escapar...
Isso parecia muito real agora. Você conseguia se ver correndo por entre as ruas, indo em direção a liberdade, essa mesma liberdade que você desejou por tanto tempo. Sentir o vento bater contra seu rosto e a luz do sol tocar em sua pele. Era como um sonho que você teve quando estava presa naquele lugar imunda a tempos atrás.
Naquela época você daria tudo para sentir o gosto doce da liberdade, mas olhando para seus últimos dias tudo parece diferente, ele parece diferente.
Será que escapar era mesmo o certo?
Dando um passo para frente você sentiu seu coração apertar, o olhos vermelhos e doces vieram a sua mente, o gosto dos lábios dele, a maciez de suas mãos, o jeito como seu cabelo branco fiava rebelde quando acordava ou como ele ficava bonito e tão atraente quando estava usando terno.
Não.
Não tinha como escapar das garras dele, com isso você voltou para perto das meninas que logo estavam te introduzindo aos assuntos.
Já dentro do prédio o jovem Shigaraki estava tendo uma crise de urticária, coçando o pescoço com fervor por saber que você estava longe dele, fora do apartamento em que compartilhavam. A cada cinco minutos ele entrava em contato com o chefe dos seguranças para saber como você estava se comportava, todavia, estava sob controle, mas ele sentia que você poderia escapar. Era tarde quando ele decidiu que estava na hora de te buscar quando o interfone tocou avisando que vocês já estavam retornando para casa e isso o aliviou.
Ele suspirou em alívio.
— Ótimo. — disse para ninguém além dele mesmo.
Já dentro do carro você olhava para fora com um ar melancólico, apesar de ter cabelo, unhas das mãos e pés feitos... Seu corpo parecia brilhar com os óleos e a massagem que te fizeram. Mas ainda tinha aquela coisa estranha em seu peito quando pensava no rapaz de cabelos brancos e olhos vermelhos.
Era cedo demais para ter quaisquer sentimentos românticos por ele, você sabia, mas sendo sincera? Ele era sua ligação com o mundo exterior. No momento ele era tudo o que você tinha. Aquele comichão crescia em seu peito ao pensar em todas as vezes que ele te tratou bem, te trouxe sua comida favorita ou livros legais para ler.
— Chegamos. — disse o motorista.
Você olhou para o prédio ao seu lado. Imponente. Suspirou saindo do carro, alguém veio e pegou as compras que estavam no carro, as meninas estavam felizes falando como o dia estava sendo perfeito.
— Ah, você chegou!
Na porta do prédio estava Shigaraki com um olhar aflito e ao mesmo tempo aliviado por te ver aqui e agora. Involuntariamente você foi até ele e o abraçou apertado o pegando de surpresa.
Foi um choque para ele sentir você se aconchegar a ele com os braços ao redor do seu corpo.
Ele fechou os olhos e a abraçou ainda mais apertado. Ele se sentiu tão querido e acalentado como quando era criança, uma lembrança que estava tão guardada em seu interior. Ele se sentiu aquele garotinho de novo. Você era aquilo que ele sempre quis. Sem hesitar ele tocou suas costas com os cinco dedos por que ele sabia que seu quirck era compatível com o dele.
