Capítulo 3

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— Nicolas! — arfei indo ao chão. — Você ficou maluco?

— Aí... Porra! — ele xingou se deitando de costas no chão.

— Você ficou doido? — resmunguei nervosa vendo seu rosto se contorcer de dor.

— É sério que está brigando comigo? — perguntou espremido e balancei a cabeça.

— Não! É que... Porque você se meteu na frente?

— Você teria se machucado.

— E você por acaso está inteiro? — indago.

Não saberia dizer se eu estava irritada ou agradecida. Ele havia me protegido, mas então eu estava surpresa por ele ter feito isso. Não é como se Nicolas tivesse alguma afeição por mim.

— Você pode me ajudar a se levantar em vez de ficar reclamando? — ele resmunga e arfo.

— Não estou reclamando, só estou surpresa. — explico perplexa.

— Nossa! — suspira Henry se aproximando. — Vocês estão bem?

— Eu estou, mas Nicolas levou toda a pancada.

— Vem amigo, eu te ajudo. — Henry estendeu a mão e levantou Nicolas que gemeu se manteve um pouco curvado.

— Está muito ruim? — pergunto vendo sua cara de dor.

— Acho que não vou conseguir voltar para o trabalho hoje.

— É claro! Você precisa de um hospital, eu te levo.

— Não, não é preciso. — Nicolas nega com um abanar de mãos.

— Como não? Você está horrível Nicolas.

— Só preciso de um remédio.

— Você é teimoso, hein? — resmungo e vejo ele sorrir.

— Só me leva para casa. Depois eu explico para o presidente sobre minha falta.

— Não se preocupe quanto a isso, eu explico para ele.

Henry ajudou Nicolas a chegar até o carro, colocando-o no banco do passageiro. Entregamos os capacetes a ele e nos despedimos. Dei a volta e entrei do lado do motorista. Nicolas mantinha os olhos fechados e assim que liguei o carro, vi ele abrir os olhos e me olhar rapidamente.

— Sabe mesmo dirigir? — perguntou aflito me fazendo rir.

— Eu passei na prova e tenho carteira, se é isso que quer saber. Só não tive a chance de comprar um carro ainda.

— O que faz com seu dinheiro? — ele pergunta intrigado e fito o volante.

— Não acho que isso seja da sua conta.

— Outch! — exclama com graça e resisto a vontade de revirar os olhos. — Você nunca abaixa sua guarda?

— Baixo! Só que do meu jeito e no meu tempo.

— Que bom saber que você não é arisca o tempo todo.

— Chega de conversa fiada e me diga aonde você mora. Ainda preciso voltar ao trabalho e explicar ao presidente o que aconteceu.

— Só dirija com cuidado. — ele pede cauteloso e suspiro quando ele começa me guiando pelas ruas.

Durante o trajeto, Nicolas havia deitado um pouco seu banco, mas não conseguia parar quieto. A posição no banco duro do carro devia estar incomodando demais suas costas. Tentei dirigir rápido, mas com o devido cuidado que ele pediu e em quase vinte minutos, estacionei o carro em uma casa bem modesta.

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