Capítulo 10

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O ar do carro estava ligado, mas eu ainda sentia meu corpo quente. De vez em quando eu olhava para Nicolas que mantinha a vista sempre em frente. Não foi preciso ele me levar nos braços, mas confesso que teria gostado.

A música suave que tocava na rádio me deixava cada vez mais sonolenta. Virei meu corpo meio de lado e deitei a cabeça no acento do carro observando-o. Essa foi a primeira vez que ele me devolveu o olhar depois de entrarmos no carro

— O que foi? — ele perguntou sem jeito e cresci um pouco meus olhos.

— O quê? — falei meio arrastado.

— Porque está olhando para mim? — respondeu em pergunta e fechei meus olhos por segundos.

— Senti vontade de ficar te olhando. — Ele riu fazendo meu coração bater mais rápido.

— Vai me desconcentrar desse jeito.

— Não tenho culpa se você fica tão sexy enquanto dirigi. — confesso e ouço seu suspiro.

— Não faz assim... — murmurou e após minutos, senti o carro parar e ele virar a cabeça me olhando. — Já falei para você não me olhar desse jeito.

— Você sabe que eu não costumo fazer o que me pedem.

— Ah, é?

Nicolas virou o corpo de lado e deitou sua cabeça no banco. Eu podia sentir a tensão sexual entre nós dois. Ele olhava minha boca e eu fazia o mesmo lembrando do beijo que havíamos dado na festa. Eu queria beijá-lo outra vez. Será que eu podia? Devagar fui me aproximando dele, mas parei a centímetros de seu rosto, quando ele abaixou a cabeça.

— Não posso fazer isso. — sussurrou e franzi minha testa.

— Não pode me beijar? Porque não? — questiono procurando seus olhos.

— Você bebeu demais e tenho certeza que amanhã vai se arrepender.

— E se eu não me arrepender? — pergunto e ele sorrir fraco me olhando.

— Ainda sim, está bêbada. — explicou e voltei para meu banco.

— Eu não deveria ter bebido tanto. — resmungo e sinto sua mão afastar alguns fios de cabelo do meu rosto.

— Não deveria mesmo não. — concorda comigo e me viro outra vez para ele.

— E se eu te beijar? — pergunto esperançosa.

— Vou adorar se você tomar a iniciativa, mas prefiro que faça quando estiver sóbria. — fala e suspiro olhando para fora da janela.

— Você é muito chato. Sabia? – ele rir enquanto arfo.

— Te ligo amanhã para gente combinar o horário de ir falar com o presidente.

— Okay! — concordo emburrada. — Eu já vou indo então. Obrigada por me trazer em casa.

— É sempre um prazer.

— Toma cuidado na volta. — peço fitando-o ao abrir a porta.

— Pode deixar. — diz sorrindo e saio do carro.

Entrei em casa esbarrando em alguns móveis, mas nem me importei. Sentei na cama, desfazendo o coque e me deitei.

***

Minha cabeça latejava antes mesmo de abrir os olhos. Beber era bom e relaxante, mas a ressaca do dia seguinte era de matar.

Abri os olhos espreguiçando-me e me sentei na cama logo em seguida com as mãos na cabeça. Eu precisava de um remédio e um banho.

Amor PrevisívelOnde histórias criam vida. Descubra agora