Capítulo 6

276 62 4
                                    

Os olhos de Nicolas estavam tão arregalados quanto os meus. Empurrei ele, me firmando no último degrau da escada e levei minha mão na boca.

— Meu Deus. — sussurrei.

Fitei Nicolas que ainda estava surpreso com o que havia acabado de acontecer, mas logo sorriu em seguida. Do sorriso veio a risada. Ele estava rindo? Porque?

— Porque está rindo? — indaguei.

— Você sempre dá um jeito de me puxar para um beijo?

— O quê? Você ficou maluco?

— O que foi isso então?

— Eu escorreguei bobão. — afirmo sem paciência.

— Escorregou? — repetiu voltando a rir.

— Você se acha o gostosão, não é? Deixa eu te falar um negócio, você não é isso tudo não viu? Pode abaixar a bola aí. — ele parou de rir, passando a língua entre os lábios.

— Está certo, parei.

— Ótimo. — Agradeço descendo as escadas.

— Só pra te lembrar... Você disse outra coisa quando estava bêbada.

— Você não sabe a hora de fechar a... — viro-me rapidamente notando que ele estava muito perto. — Boca. — sussurrei.

O sorriso cafajeste que eu odiava, dançava faceiro em sua boca. Meus olhos passearam por seu rosto e engoli seco.

— Porque eu deveria fechar minha boca? — senti o cheiro de menta, por causa do chiclete que mascava, bater em meu rosto e quase me derreti.

Se controla garota! Fitei seus olhos maliciosos e divertidos.

— Como você mesmo disse, eu estava bêbada, não estava no meu estado normal.

— E qual é seu estado normal? — ele pergunta e vejo como uma oportunidade para jogar.

— Está curioso? — indago me aproximando mais. Levo uma de minhas mãos ao botões de sua camisa e noto seus olhos desviarem por segundos para ela.

— Muito.

— Pois vai continuar assim. — sussurro próximo ao seu ouvido e dou meia volta escutando seu riso atrás de mim.

Acabo sorrindo sem que ele veja. Eu não era de joguinhos, mas ele não me deixava outra alternativa. Brigar, ou ser irônica não dava certo com ele, talvez entrar no seu jogo fosse uma das melhores opções.

— Ei! Me espera! — falou alto ficando ao meu lado.

— Olha aqui, vamos só ver logo essas casas e voltar para a empresa certo?

— Pra que a pressa? Eu estava pensando em nos divertir um pouco nos quartos. — diz brincalhão e reviro meus olhos.

— Você só pensa em...

— Sexo? – interrompeu se posicionando a minha frente e cresci meus olhos.

— Fala baixo! O corretor está bem na nossa frente. — murmuro nervosa e ele sorrir pondo as mãos nos bolsos da frente da calça.

— O que eu ia dizer, era para visitarmos as casas separados, e depois diríamos a cada um o que vimos.

— Esse é realmente uma ótima ideia. — digo concordando com ele.

— Viu? Não era sobre sexo, mas pelo visto, não sou eu que só penso nisso, já que esse tipo de pensamento partiu de você.

Encarei seu rosto e ele levantou uma sobrancelha me desafiando. Abri a boca para falar, mas ele passou por mim, atravessando a rua. É um idiota mesmo. Mordo meu lábio inferior seguindo-o até a outra casa. Por que ele me tirava tanto do sério? Argh!

Amor PrevisívelOnde histórias criam vida. Descubra agora