Capítulo 2

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Entrei no elevador ainda exausta. Queria ter dormido um pouco mais. Talvez sair depois do trabalho não fosse uma boa ideia. Quem eu quero enganar? Acabei não dormindo bem por causa de Nicolas. Ele fez questão de invadir meus sonhos e por mais que eu acordasse e tentasse pensar em outra coisa, ele voltava com aquele sorriso cafajeste que me enlouquecia.

— OPA! — Nicolas segurou a porta do elevador antes mesmo que ele pudesse fechar.

Ele me olhou dos pés à cabeça e desviei meus olhos, dando espaço para que ele entrasse.

— Eu fiquei com seu pano ontem. — ele iniciou.

— Tudo bem.

— Te devolvo amanhã. – avisa e franzo meu cenho confusa.

— Amanhã a gente não trabalha.

— Eu sei. — falou confiante e olhei para ele através do seu reflexo na porta do elevador.

Nicolas parecia relaxado, encostado no elevador e mantendo suas duas mãos no bolso da calça. O que ele estava querendo dizer com isso? Cresço meus olhos quando minha mente chega a uma conclusão.

— Está me chamando para sair? – pergunto atônita.

— E se eu tiver?

Virei rapidamente meu rosto encarando o seu. Nicolas havia colocado um band-aid pequeno no corte da sobrancelha e a lateral de sua boca se encontrava um pouco roxa, com o corte em evidência. Ele deitou a cabeça me analisando e desencostou-se do elevador se aproximando. Franzi meu cenho controlando minha respiração a cada pequeno passo que ele dava. Seu corpo roçou no meu quando ele passou por mim e engoli seco.

— Você não vem? — girei meus pés em direção a sua voz, percebendo que já havíamos chegado na ala do presidente da empresa. — O que foi?

Ele me mostrou seu sorriso safado e então me dei conta de que ele estava brincando.

— Idiota... — assobiei passando por ele empurrando-o com meu ombro.

— Você fica linda com está com raiva. — murmura atrás de mim e reviro meus olhos. — Achou mesmo que eu estava te convidando?

— Vocês chegaram na hora! — Charles Smith, o presidente da empresa Your Home, apareceu nos pegando de surpresa e fecho minha boca.

— Como vai Sr. Charles? — perguntou Nicolas com entusiasmo.

Charles nos dá sua mão em cumprimento e vejo seus olhos surpresos quando vê o rosto de Nicolas.

— Nossa meu jovem! Andou brigando ontem? Sabe que não gosto disso em minha empresa.

— Não é o que parece senhor. Fui ao restaurante com alguns funcionários e acabei salvando uma mulher que estava sendo encurralada por um homem. — ele explica e abri minha boca sem acreditar que ele realmente usou isso para se vangloriar.

— Se foi assim está perdoado. — Presidente Charles diz e se aproxima dele. — Aqui entre nós, você a levou para casa depois de salvá-la? — pergunta curioso e arregalo meus olhos sem acreditar. Homens!

— Se dependesse de mim eu com certeza teria levado. Mas ela era daquelas mulheres certinhas.

— Vai ver ela não estava afim de ir para algum lugar com você. — balbucio me intrometendo.

— Na verdade, acho que ela estava com medo.

— Medo? — indago confusa.

— Sim. Medo de se apaixonar por mim. — murmurou sorrindo e arfei em um riso nervoso.

Amor PrevisívelOnde histórias criam vida. Descubra agora