Capítulo 11

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Nicolas dirigia rápido, desviando dos carros e buzinando quando havia um devagar. Eu por outro lado, só conseguia pensar na minha mãe. Foram os vinte e cinco minutos mais longos da minha vida. Desci do carro, no momento exato que ele parou e corri ao encontro do médico que já estava na recepção me aguardando.

— Onde ela está? — perguntei um pouco sem fôlego.

— Em seu quarto. — informou e acenei.

Eu sabia onde ficava o quarto dela. Corri pelos corredores, pedindo desculpas quando sem querer, esbarrava em alguém. Quarto 402. Era o dela. Cheguei na porta e parei apenas para recuperar meu fôlego. Fechei meus olhos por segundos e abri a porta do quarto devagar.

— Filha! — ela disse assim que me viu e não segurei minhas lágrimas.

— Mãe!

Corri até sua cama recebendo seu abraço caloroso. Ela me apertou forte enquanto me chamava de filha e ficamos assim por alguns minutos. Quando eu finalmente controlei meu choro, me afastei olhando seu rosto.

— Como você está mãe? — perguntei sorrindo.

— Estou bem agora que vi você. — ela passou a mão por meu rosto sorrindo com pesar. — Sinto muito não me lembrar de você, meu amor.

— Não... não é culpa sua.

— O doutor me contou que já fazia um tempinho que eu não te reconhecia, mas que você vinha me ver todo final de semana.

— Passamos longos dias juntas, então não me importei. Só de ficar ao seu lado, era o suficiente para mim.

— Não precisa ser forte o tempo todo, meu bem. — Ela segurou minhas mãos, fazendo carinho e as lágrimas voltaram novamente. — Quero que preste atenção no que vou dizer, certo?

— Pode falar.

— Mesmo que eu não lembre de você, sempre vai estar no meu coração. Cada fala sua, cada gesto, cada parte de seu corpo. Porque você é minha filha. — diz carinhosa e choro outra vez. Ela me puxa para a cama me fazendo deitar em seu peito. — O médico disse que com o tempo, o que eu tenho pode piorar e chegar um dia que nunca mais vou te reconhecer e você precisa estar preparada. Precisa ser realmente, a mulher forte e determinada que você é. — afirma e beija o topo da minha cabeça. — Você sabe que eu amo você e sempre vou amar, minha filha querida.

— Eu sei, também te amo mãe. — digo abraçando-a mais forte.

— Quero que você aproveite ao máximo a sua vida. Não quero que você perca tempo vindo me visitar.

— Eu sempre virei mãe, mesmo não gostando. Nunca vou sair do seu lado. — informei olhando-a e ela sorriu de forma angelical.

— Sempre fazendo o que quer.

— Você me ensinou a ser assim. — falo e me sento de frente para ela.

— E eu tenho orgulho! Agora me conte como anda sua vida, o que tem feito. Está namorando? — sorri da sua última pergunta.

— Continuo trabalhando na empresa Your Home e ainda não apareceu nenhum candidato para ser seu genro. — falei para ela me olhou confusa.

— Genro?

— É mãe. — murmurei.

— Você perdeu sua mãe, querida? — ela me perguntou e entendi.

Ela já não me reconhecia. Sua mão deu leves tapas de conforto na minha e sorriu quando a olhei. Meus olhos lacrimejaram e vi seus olhos crescerem.

Amor PrevisívelOnde histórias criam vida. Descubra agora