Capítulo 14

231 57 3
                                    

Saí do lar, voltando para casa e trocando de roupa. Eu tinha um encontro com Nicolas.

A ansiedade de vê-lo, era maior do que o frio na barriga que eu sentia. Escolhi vestir um uma calça de couro preta combinado com uma blusa branca de gola V e um blazer preto. Nós pés, calcei uma bota de salto médio. Decidi fazer algo meio romântico na maquiagem e apenas escovei meus cabelos lisos.

Cheguei no restaurante exatamente na hora marcada. Nicolas ainda não havia chegado, então me sentei em uma das mesas pedindo apenas água. Será que chegar primeiro, me faria parecer uma desesperada?

Olhei no relógio vendo que já havia passado meia hora. Nicolas não era de atrasar. Isso estava estranho. Peguei meu celular procurando seu número nos meus contatos, mas antes que eu pudesse discar, recebi uma mensagem sua. Ergo minhas sobrancelhas abrindo-a.

"Está mesmo saindo com esse otário?"

Franzi minhas sobrancelhas confusas. Uma imagem chegou logo em seguida e abri. O medo se instalou em mim. Na foto, eu via Nicolas amarrado a uma cadeira. Suas feridas estavam machucadas outra vez. Mais uma mensagem chegou e li rapidamente com os olhos.

"Venha me encontrar na casa dele. Sozinha! Se você ligar para a polícia, ele morre. E você sabe que sou capaz de matá-lo, para ter você de volta."

O ar ficou um pouco escasso me fazendo respirar fundo. Eu não podia me descontrolar agora. Arthur seria mesmo capaz de matar? Me levantei sentindo minhas pernas bambas e respirei fundo mais uma vez. Eu precisava ser forte. Saí do restaurante pegando um táxi e seguindo para a casa de Nicolas.

— Está tudo bem moça? — questionou o homem.

Eu já havia chegado na casa de Nicolas, mas ainda estava no carro. Eu havia pedido ao taxista que estacionasse mais atrás para que Arthur não visse e para que eu pudesse pensar um pouco.

— Sim. — menti ao responder.

— Tem certeza? Você me parece um pouco aflita. — ele falou e olhei para ele pelo retrovisor.

— Desculpa te incomodar, mas o senhor poderia ficar aqui fora somente por cinco minutos? Se eu não voltar, ligue para a polícia. — aviso e vejo seu olhar assustado.

— Polícia? É seu namorado? Ele bate em você?

— Não é exatamente isso.

— O que é? Posso te ajuda de alguma forma? — perguntou prestativo e abri a porta do carro.

— Só ligue para a polícia se eu não aparecer em cinco minutos.

Sai do carro rezando para que o senhor fizesse o que eu havia dito. Toquei a campainha e longos segundos depois Arthur abriu a porta. O medo atravessou meu corpo quando pousei meus olhos em um martelo que ele levava nas mãos sujas de sangue.

— Cadê o Nicolas? — perguntei friamente.

— Calma gatinha... Porque a pressa? Não vai me cumprimentar?

— Cadê ele! — insisti nervosa.

Ele me analisou por segundos e sorriu me dando passagem para entrar. Atenta a qualquer atitude dele, entrei na casa encontrando Nicolas de cabeça baixa, amarrado a cadeira. Corri ao seu encontro agachando-me a sua frente.

— Nicolas! — chamei por ele e levantei sua cabeça. Seus olhos estavam um pouco atordoados. — Eu vou te tirar daqui.

— Não vai não. — escuto a voz seca e sem vida de Arthur e olho para trás. — Se você tentar desamarrar ele, eu mato vocês dois.

Amor PrevisívelOnde histórias criam vida. Descubra agora