Capítulo 25

269 36 33
                                    

Tudo estava correndo como planejado e logo depois de sair da frente da boate, Marília foi com Gustavo e Shiori para um galpão abandonado aonde mantinham as mulheres que eram praticamente escravizadas na casa noturna de Marsellus Wallace.

Por incrível que pareça, todas elas aceitaram sair dali com Marília, com a ajuda de Shiori. Acontece que a japonesa sabia um pouco de chinês e português, oque lhe permitiu comunicação com algumas das quase trinta mulheres ali, que traduziam uma para as outras oque Shiori replicava.

"- Meu nome é Marília Mendonça e venho lhes oferecer a liberdade. - todas a olhavam com receio - em menos de trinta minutos, aqueles que as mantiveram aqui nessas condições chegarão. Eu tenho toda a documentação de vocês, que esse cavalheiro vai devolver para cada uma. - Gustavo começou a devolver os pertences das garotas que olhavam para ele sem acreditar que era verdade. Quando todas receberam seus documentos, Marília voltou a falar - Vocês estão livres... - Ela deu um passo para perto das garotas, que a olhavam como se ela estivesse em chamas e se você fosse levar para o sentido figurado, Marília se sentia assim. Ela estava começando a concertar aquilo que estava errado na cidade e ela acreditava que aos poucos ela chegaria num lugar ideal para aqueles que não podiam se defender, os justos - se desejarem voltar para a casa de vocês, eu as levarei para o aeroporto, aonde a alfândega logo as deportarão para casa... mas se o seu desejo é tentar a sua chance na Big Apple, então eu lhes ofereço um emprego na minha boate de Strip tease, um abrigo e alimento até que consigam algo melhor. - Marília olhou uma a uma e elas pareciam ter entendido as palavras de Shiori - Tenho duas vans do lado de fora que lhes levarão para aonde vocês quiserem ir. A branca as levará para o aeroporto... a vinho para um galpão aonde vão permanecer sobre a minha proteção."

O negro chegou na sala transpirando além do normal, afinal seria ele que daria notícias nada agradáveis para o seu chefe. Bateu na porta e esperou a permissão para entrar no escritório de Marco no Chrysler Building. Ele adentrou o local com cautela e notou o latino mexendo em seu computador, todo compenetrado no que fazia.

- Com licença chefe. Precisamos conversar.

- Pra você não ter marcado um horário deve ser muito importante. - ele olhou por de cima da tela do monitor e encarou com curiosidade a postura daquele a sua frente - Se sente Marsellus, tem sorte de eu não estar ocupado, ou fora da cidade.

- Ainda tem viajado muito senhor? - Marco fechou o seu notebook e então se recostou em sua cadeira de escritório.

- Sabe que eu tenho trabalhado menos para poder ficar com a minha família, mas ainda há situações que necessitam da minha presença. Oque o traz aqui Wallace? seja breve.

- Bom senhor... aconteceu um furto não muito convencional lá na boate.

- Quanto eles levaram? Já identificaram os suspeitos?

- Exatamente senhor... eles não levaram dinheiro algum e não foi por falta de sorte, pois eu tinha uma boa quantia no meu cofre, mas... - ele se embolou nas palavras, mas depois olhou pra cima - eles levaram a caixa com os documentos de todas as dançarinas ilegais da casa... apagaram todos os registros da câmera de segurança e... também incendiaram o escritório.

O silêncio de Marco era mais perturbador do que qualquer sermão que ele pudesse dar naquele momento. Por conta disso a sudorese de Wallace aumentou consideravelmente, então ele pegou seu lencinho e passou na sua careca. A mente do poderoso traficante estava trabalhando e todos sabiam que quando isso acontecia, a genialidade perversa dele vinha à tona e trazia as ideias mais macabras que alguém poderia imaginar.

- Senhor... as garotas sumiram do galpão também. Já rodamos a cidade e não as encontramos. - Marco levou uma mão a boca e olhou para o lado. Depois ele abaixou a mão e olhou pra o homem.

Firebird -  Fogo que Cura - MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora