Capítulo 4

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Era um dia ensolarado, Marília se encontrou com Aline na saída da escola e as duas estavam sentadas na arquibancada do campo de futebol do colégio. A mais velha levou cachorros quentes e refrigerante. Agora elas conversavam entre uma mordida e outra.

- Então... eu esperei, mas já que parece que você não vai falar, sou obrigada a perguntar, como foi o encontro? - Marília deixa a bebida ao seu lado e depois se vira para olhar para irmã - e eu quero uma resposta melhor que "legal".

- Ah, mas foi legal, ele foi muito legal. - a mais nova disse sem emoção.

- Certo, oque mais? ele te respeitou? foi educado? espero que ele não tenha te tocado inadequadamente.

- Não, não Marília, ele foi um perfeito cavalheiro. - ela suspirou no final da frase - até demais...

- Ótimo, então vocês vão no show?

- Não. - Aline disse simples.

- Não? eu pensei que você tivesse gostado dele? - Marília parecia tão confusa quanto estava - eu não entendi nada.

- Eu gostei, mas não rolou... - Aline gesticulou com as mãos - entende?

- Hã...não.

- Ah esquece, nós concordamos que vamos só ser amigos.

- Bom, só amigos é bom. - Marília volta a o copo com a bebida e termina de bebe-la - tá tudo bem em casa? - Aline olhou para Marília sem dizer nada - oque foi?

- Eu estou preocupada.

- Com oquê?

- Meus pais, Maraisa.

- Oque tá acontecendo?

- Por onde começar? meus pais tem brigado bastante ultimamente. Tipo, eu acordo com a briga deles, papai quase nem dorme mais em casa.

- Aline, eu não quero que você veja isso como um problema seu.

- Como não?

- Escuta, ás vezes nossos pais deixam de se amar, às vezes eles brigam, às vezes ele se separam, acontece. Mas oque eles sentem pelos filhos... isso nunca muda, então não sei quanto tempo isso vai durar, mas oque eles sentem por você vai prevalecer no final... tudo vai ficar bem.

Aline escondeu o rosto e desanimada, deixou os ombros caírem. Marília se apressou em se aproximar dela e lhe abraçar de lado. Odiava Marco por fazer essa menina tão doce sofrer. Marília afagou as costas dela e lhe beijou a cabeça.

- Olha pra mim Ali. - a menor descobriu o rosto e enfim levantou a cabeça para olhar a mais velha - você não está sozinha, por via das dúvidas, suas irmãs e eu sempre vamos estar aqui pra cuidar de você. Até quando você estiver usando dentadura. - a menor sorriu com os olhos marejados e se escorou em Marília.

- Eu sei, é que me machuca ver as pessoas que eu amo assim.

- Entendo, só seja forte, alguém sempre tem que ser. - elas aproveitaram o silêncio pelo momento.

- Marília, Maraisa precisa de você. - Aline levantou a cabeça - eu sei que vai se casar, não estou pedindo para você cancelar, mas ajude ela a se livrar desse fardo que ela carrega. - Marília olhou impressionada para ela.

- Ás vezes você me assusta com a sua maturidade. - Aline sorriu - mas não se preocupe, eu já estou cuidando disso.

- Como?

- Estou trabalhando para primeiro me reaproximar dela, já que ela não quer me ver nem pintada de ouro.

- Só não desiste dela, por favor.

Firebird -  Fogo que Cura - MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora