Capítulo 33

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Para manter o propósito de terem se afastado de Nova York, Marília adia seu encontro com Victor e pede pra Luísa olhar por ele e lhe informar se precisar de algo. A advogada e o porto-riquenho se encontravam quase todos os dias depois do trabalho de Victor, descarregando mercadoria nas docas.

Por lá ele avistava todos os dias seus antigos companheiros de gangue perambulando por aquelas áreas, afinal o galpão aonde ele morou por anos era ali perto. Sempre tentavam abordar ele para lhe persuadir a voltar pra aquela vida, mas ele estava obstinado a se endireitar por sua liberdade e por sua família.

Um dia enquanto ele empilhava caixas para recarregar uma caminhonete, uma mulher o observava de longe, dentro de um corvette prata de vidros fumês. Ela vinha fazendo isso desde que ele começou a trabalhar ali. Ficava alguns minutos e ia embora depois.

Mas daquela vez foi diferente, pois ela estava empenhada em uma missão e precisava falar com Victor. Ela sai do carro pela primeira vez, usava uma camisa escura de manga cumprida e uma jaqueta marssalla por cima.

Uma calça preta lisa grudava em suas pernas e em seus pés uma bota preta simples. Seu cabelos lisos e negros estavam soltos, divididos em cada ombro chegando a cobrir seus seios. Ela usava óculos de sol de armação redonda.

Seu caminhar na direção dele era decidido e os som de seus saltos contra o concreto molhado chamou a atenção dele, que olhou por cima do ombro enquanto colocava uma das caixas na caminhonete do dono da embarcação.

O homem colocou as mãos na cintura tomando fôlego para observar a oriental que dimunuiu os passos conforme o alcançava. Ela sorriu pra ele, que não se deteve em descer seu olhar pelo corpo da mesma.

- Victor, não é mesmo?... - ela disse estendendo a mão para ele, que replicou o gesto lentamente e apertou a mão pequena, mas firme da mulher.

- Eu te conheço? - ele disse ao quebrar o contato. Shiori colocou as mãos nos bolsos da frente e lhe sorriu verdadeiramente.

- Não. Ainda não fomos apresentados. Me chamo Shiori Yamagushi. Sou amiga de Marília Mendonça. - ele arqueou as sombrancelhas surpreso e assentiu com a cabeça.

- Ela te mandou aqui? - ele disse baixo tentando ser despretencioso.

- Não, ela não sabe que eu vim.

- Então no que posso ajudar senhora Yamagushi? Eu não tenho o dia todo, - ele apontou para trás - Muito trabalho a fazer antes de ser liberado. Então se você puder ir direto ao ponto...

- Sim, claro. É exatamente sobre trabalho que eu quero falar com você. Quero lhe oferecer um emprego. - ele trocou o peso de um pé para o outro e cruzou os braços, expondo seus músculos por debaixo do moletom cinza que usava. O sorriso dele entreteu a ela, que se pegou sorrindo de volta.

- Se é amiga de Marília eu sei exatamente que tipo de trabalho tem para me oferecer. E como pode ver, eu já tenho um emprego.

- Sim, mas eu acho que o pequeno Matheo merece um condição melhor de vida do que você pode oferecer recebendo menos de dez dolares á hora. - Ele ficou em alerta e se aproximou dela rápido a pegando pelo braço e trazendo ela pra perto.

- Como sabe do meu filho?!

- Eu não sou sua inimiga Victor, mas se não me soltar agora mesmo posso mudar de ideia. - ele olhou pra baixo e viu que ela precionava uma carabina contra a sua barriga. Ele a soltou - boa escolha.

- Quem é você?

- Já disse. Sou amiga de Marília.

- Marília não tem mais amigos nesse meio. Ela saiu dessa vida pra começar uma família.

Firebird -  Fogo que Cura - MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora