Capítulo 12

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Naquela mesma noite os quatro jovens foram jantar com os caseiros na casa ao lado, mas o clima não estava nada agradável. Os irmãos Mendonças nem se olhavam nos olhos, na verdade a atenção deles estava totalmente voltada para o prato de comida caseira, que se despunha cheio em suas frentes.

Maraisa, Anitta e Rosa conversavam sobre a receita do prato daquela noite e as duas doutoras não pouparam elogios pela simplicidade, no entanto do sabor rico da comida. Bartolomeu olhava para Marília e Gustavo mal humorados e quietos em seus próprios pensamentos decepcionado. Tentou puxar um assunto sobre boxe, uma paixão que os dois tinham em comum com o mais velho.

Pareceu dar certo por um tempo, mas Marília ainda estava brava com a atitude do irmão e voltou a encher a boca de comida. Quando terminou de comer nem esperou pela sobremesa e pediu para se retirar. Todos não se pronunciaram e ela acenou saindo pela porta da cozinha.

- Eu também já vou. - Gustavo não espera consentimento e vai embora. Ele encontra Marília alguns passos a sua frente e a chama - espera. - mesmo contrariada ela para de andar e se vira encarando ele - não cansa de enganar as pessoas?

- Oque você disse? - ela não podia acreditar que ele teria a ousadia - Gustavo, é melhor você não começar... - ele se aproxima cada vez mais dela até parar em sua frente.

- Eu tenho pena delas de gostarem de se iludir e cair no seu jogo. Outro fato que eu não engulo, é o porque do vovô deixar o comando da família pra você. Qualquer um pode ver que você é uma egoísta que só que se dar bem as custas dos outros - Marília riu e olhou em volta antes de voltar a encarar o outro.

- Eu não sei com que tipo de droga você anda metido, mas não mexa comigo Gustavo. Antony pode passar a mão na sua cabeça, mas eu sei que você é capaz de abandonar sua irmã mais nova apenas para salvar a sua pele. - os olhos dele ficaram vidrados e a mandíbula travou - Oque será que o vovô faria se eu dissesse para ele que o motivo de Aline não estar com a gente hoje, é porque você não tomou conta dela como a mamãe pediu? - ele segurou na camisa de Marília e puxou ela para perto dele.

- Isso é mentira, eu não pude fazer nada.

- Será mesmo? Ou você a usou como bode expiatório para fugir pela janela mais próxima?

- Cala a boca! - ele gritou no rosto dela e Marília se desfez das mãos dele em cima de si.

- Tá aí a resposta que eu queria seu rato covarde. - ela o empurrou e deu as costas para ele.

- Eu era uma criança Marília! Não foi culpa minha! - ele já tinha os olhos lacrimosos, mas ela não queria mais olhar para a cara dele - eu não tive culpa, ela ficou pedindo pela mamãe e eles iriam nos descobrir... - Gustavo se ajoelhou na areia e desabou.

Marília entrou na casa depois de limpar seu pé e foi direto se jogar no sofá da sala, mas por alguns segundos ali quieta ela se deu conta de que não sabia aonde dormiria aquela noite. Decidida, ela se levantou dali e pegou a escada para ir para o quarto em que suas coisas estavam e que ela dormiria inicialmente.

Abriu a porta dele e ligou a luz. Suspirou porque ainda tinha que aguentar Anitta lhe questionando sobre os dias anteriores. Resolveu que já iria dormir para evitar uma possível briga. Se dirigiu ao banheiro, tomou uma ducha rápida, escovou os dentes, colocou uma roupa de baixo e desligou as luzes do quarto intocado. Se jogou na cama e esperou que o sono viesse.

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No andar de baixo Gustavo tinha entrado depois de se recompor no lado de fora e foi direto para a cozinha ver a dispensa. Encontrou uma garrafa de Whisky e foi para o lado de fora para caminhar na areia. Anitta e Maraisa viram ele andando em direção ao mar com a garrafa em mãos e se olharam no mesmo momento. Mas as duas pensaram a mesma coisa e decidiram entrar para procurar por Marília inconscientemente. Depois que Maraisa tivesse certeza que a loira estava bem, ela daria a Gustavo o privilégio da sua preocupação.

Firebird -  Fogo que Cura - MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora