Jogo dos tronos

Capitulo 4

- Mãe você precisa me deixar ir. - Suspirei pesadamente enquanto minha mãe andava de um lado para o outro, em sua gestação ela estava esperando gemeos, porém meu irmão nasceu morto, com escamas de dragao por seu corpo como se fosse uma criatura de outro mundo e não do nosso.

- Quer ir para Valyria? A mesma que está destruída?

- Ela nos pertence por direito, apenas deixe eu ir as terras, irei com Rhaegal e com San Jorah caso assim deseje.

- Quer mesmo ir?

- Quero mãe... Eu nao posso te contar o que é, mas eu preciso ir lá. - Minha mãe me encarou com amor e compaixão, eu sabia que ela estava preocupada, mas eu precisava tanto ver se aqueles ovos estavam realmente lá.

- Leve San Jorah com você, ele a protegerá. - Sorri para ela correndo em sua direção a procura de um abraço.

Não a questionei e nem disse nada quando corri para os corredores batendo na porta do quarto de San Jorah, e assim que ela se abriu ele me comprimentou com um sorriso.

- Se arrume, vamos sair em uma hora.

Caminhei para meu quarto pegando uma roupa confortável e prendendo os cabelos e uma trança para que não caíssem em meu rosto quando eu voasse com Rhaegal. Fiz uma pequena bolsa para alimentos de um dia, os dragões haviam se alimentado bem demais então eu sabia que Rhaegal se sairia bem na viagem, e com sorte chegaríamos a Valyria antes do amanhecer.

Assim que uma hora se passou, San Jorah estava ao lado de minha mãe e ambos estavam conversando sobre minha segurança, Rhaegal já estava praticamente na porta impaciente como sempre.

- Mais uma coisa San Jorah, vocês vão voar com Rhaegal, então se segure firme - Aconcelhou minha mãe enquanto seguia rindo para seu quarto.

San Jorah olhou para mim com os olhos arregalados e aquela havia sido a melhor cena da minha vida.

- Você não me avisou para onde estamos indo e para que precisamos de Rhaegal.

- Vamos para Valyria, tenho que pegar cinco coisas lá. - Sorri enquanto abria a porta e seguia para a praia.

Molhei as mãos na água do mar, isso sempre funcionava comigo, sempre que eu sentia que poderia acontecer de minha pele esquentar.

Rhaegal estava parado, esperando que eu subisse, então não tive dificuldades, San Jorah por outro lado... Quase caiu assim que se agarrou a minha cintura. E então Rhaegal levantou suas belas asas e voou.

- Me conte sobre os dragões San Jorah, creio eu que a viagem será longa. - Suspirei com um sorriso, sabendo que no mesmo instante San Jorah estava com os olhos fechados por medo.

- O maior dragao a existir foi Balerion, ele foi montado pela última vez por Veserys I, e depois ele morreu de velhice.

Foram as únicas coisas que San Jorah disse antes de chegarmos a Valyria, isso foi a umas cinco horas antes de pisar na cidade.

Todos estavam certos, o lugar estava abandonado pelos deuses, as águas escuras e os castelos quebrados derretidos. A brisa bateu forte contra minha pele, eu sabia que poderia estar frio, mas não imaginava o quanto.

Paramos em um ligar seco, exatamente na frente do castelo com que eu havia sonhado. Rhaegal voou para cima do castelo, se acomodando nas pedras, eu sabia que ele estava cansado assim como a gente, ou seja íamos posar ali.

- Eu vou na frente, se tiver algum perigo chame Rhaegal e vá para o mais longe daqui.
- Ele era o melhor lutador, e eu tinha algo que poderia ser útil em uma batalha.

- Precisamos de luz, se estou certa e o sonho que eu tive foi real, então tem um grande buraco para o andar de baixo, um pouco mais a frente - San Jorah me olhou e depois começou a procurar pedras no chão, para fazer fogo.

Me aproximei de uma vela quase toda derretida e empoeirada.

Coloquei o polegar nela e permiti que aquele calor corresse em minhas veias, agora ele não precisaria mais machucar ninguém, apenas seguir minhas vontades.

Senti ele aquecer minha pele, e quando vi uma pequena chama se ascender na vela, eu sorri.

Quando olhei para San Jorah, ele parecia curioso e surpreso.

- Como fez isso? - Merda eu não tinha pensado nisso...

- Pedras, tinha duas aqui do lado. - Olhei para a vela e realmente tinha duas pedras.

- Ok, se achamos uma vela, poderemos achar uma tocha. - Sua ideia era boa, mas eu só havia explorado um pouco do castelo que era onde estavam os ovos.

Esse era o pior castelo, metade dele estava aberto, pronto para ver as estrelas e isso era ruim.

- Não podemos chamar atenção, não sabemos o que tem aqui. - Peguei o pratinho com a vela e tomei caminho a frente.

- Daena, deixe que eu vou na frente, pode ser perigoso para você. - Ele tentou me alcançar, mas eu já estava um pouco a frente.

Olhei para baixo, pouco antes de pisar na rachadura, aquele era o sinal, as rachaduras eram os sinais de que estava perto.

Segui a diante pelo canto, não me arrisqui ir para o meio, San Jorah estava do meu lado, me auxiliando enquanto eu pisava em pedras.

Assim que consegui ver o grande buraco um sorriso surgiu em meus lábios, as paredes não pareciam ser mais tão escuras ou frias.

- Está esquentando, quando entramos no lugar estava frio, agora está esquentando completamente.

San Jorah usava duas luvas, comecei a achar que ele estava com nojo de tocar em algumas coisas, ou só por causa do frio mesmo.

Andei um pouco mais a fundo, pisando no primeiro degrau, e então outro e assim foi.

Minutos se passaram e eu já estava no último degrau, a sala era grande como nos sonhos, a pedra era negra, comecei a andar um pouco mais a frente ate que eu achei o canto onde tinha o desenho. Levantei a vela para San Jorah, mas ele não estava lá, olhei para as escadas e o vi sentado no quarto degrau.

- Está muito quente, se eu descer mais, vou derreter. - Resmungou em aviso.

Acenei para ele e voltei minha atenção ao desenho.

Era um dragao grande, ao seu lado tinha vários outros dragões, mas seu tamanho era notável. Balerion, era esse o nome do dragao. Pela primeira vez eu agradeci por ouvir aquela pequena frase sobre dragões.

Olhei para baixo, um pouco insegura com o fato de que talvez não tivesse ovos e tudo fosse uma mentira...

Olhei embaixo da pedra, no grande buraco espaçoso.

Senti minha pele formigar, alegria imensa me consumiu e eu sabia que agora minha pele poderia ser mortal para qualquer um, mas não me importei, eu sabia que o que mais importava eram os cinco ovos embaixo da pedra, os cinco últimos ovos de dragões.