capitulo 12

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Sansa e eu estávamos nos entendendo, eu sabia que a confiança dela seria coisa de mais para que eu conseguisse, ela já havia sofrido muita coisa.

- Não quero ceder o Norte a sua mãe, o Norte já sofreu muito. - Explicou ela logo que minha mãe se retirou da sala.

- Não será preciso, o Norte pode conhecer a independência. - Falei calmamente abocanhando um pedaço de pão.

- Concorda com isso? - A ruiva ficou perplexa.

- A escolha é sua Sansa, você governa o Norte. - Olhei para as janelas, percebendo que nem o vidro era o bastante para manter o frio longe.

- Mas a sua mãe, ela...

- Minha mãe deve entender que existe livre árbitro. Se ela de fato quisesse fazer o Norte se curvar ela teria invadido seus portões, e matado todos que estivessem no caminho dela até você. - Acho que eu havia a assustado, os olhos de Sansa estavam arregalados.

- Ela faria isso?

- Se não fosse por John Swon, sim, faria.

- Você a ajudaria? - Fiquei pensativa sobre a pergunta, ela era a minh mãe, mas concordamos que se ela de fato precisasse ir tão longe por algo tão pequeno, ela não mereceria mais ser chamada de rainha.

- Não, não a ajudaria. - Fiquei em completo silêncio assim que as palavras mais parecidas com traição, deixaram meus lábios.

- Porque não? - Sua pergunta era justa, porque uma filha ficaria contra sua própria mãe em uma guerra?

- Porque uma rainha de verdade deve proteger seus suditos, e não queimá-los, você não é uma inimiga Sansa, está apenas lutando para tirar algo da ruína, admiro você. - Sorri pra ela, e Sansa tocou minha mão com um sorriso estampado nos lábios.

O Norte era grande, mas Daenerys teria seis outros reinos, que se ajoelhariam por ela.

Deixei a sala, e Bran esperava na porta, me encarando com os olhos de quem sabia o que estava acontecendo.

- Você acha que eu fiz certo? - Perguntei para ele. Bran e eu estávamos muito mais próximos do que jamais imaginei, eu falava com ele sobre tudo e ele me conhecia melhor do que qualquer um.

- Vem... - O garoto bateu na perna e eu entendi o recado, me sentei em seu colo e o abracei, minha temperatura estava baixa, igualada a dele.

- Bran... Eu acho que isso não é certo. - Falei e as lágrimas rapidamente começaram a pingar nas roupas do garoto.

Senti a cadeira se movimentar, e sabia que era ele tentando nos dar privacidade. Meus olhos estavam embaçados, mas eu sabia que agora podia chorar, estávamos no quarto dele.

Seus braços me envolveram e eu me desmontei, chorei como nunca havia chorado.

- Está tudo bem princesa, você não fez nada de errado, está tudo bem em ter suas dúvidas sobre as atitudes de uma pessoa. - Suas palavras soaram reconfortantes, mas eu me sentia culpada. Daenerys estava passando dos limites...

- Mas ela é minha mãe... - Falei em soluços, Bran me abraçou mais forte, e deixou um longo beijo em minha testa.

- Ainda assim está tudo bem... - Fiquei em silêncio ali no colo dele, no escuro... Minutos... Horas, não sei ao certo. Mas eu dormi, e ele nao se incomodou em me acordar, apenas continuou acariciando meus cabelos prateados. E cantando algo que parecia ser música de criança.

Quando recobrei a consciência, Bran estava dormindo na cadeira, já era de noite e ele não quis me acordar. Me levantei de seu colo, e levei sua cadeira para perto da cama.

- Bran... - Chamei, seus olhos se abriram lentamente. - Vamos pra cama... - Falei tendo plena ciência de que se minha mãe não me encontrasse no meu quarto hoje, brigariamis amanhã.

O garoto se apoiou na cama e eu o ajudei a sair da cadeira, o auxiliando a ir para a cama. O garoto se deitou, e eu deitei ao seu lado. Abracei ele, deitando em seu peito e ele não reclamou, apenas me abraçou e deixou a cabeça acima da minha.

- Boa noite princesa. - Suspirou ele completamente sonolento.

- Boa noite Bran.

Novamente adormeci, e dessa vez em seus braços.


Bran acordou desesperado, o garoto suava muito, olhei em seus olhos e eu sabia que ele acabará de ter uma visão.

- Eles derrubaram a muralha. - Falou com os olhos arregalados.

- Quanto tempo até virem para cá? - Minha garganta ficou incrivelmente seca.

- No final do dia de amanhã. - Merda era muito cedo...

- Tudo bem, fique aqui e eu vou avisar os outros.

Fui para me levantar, mas Bran me puxou de volta para a cama, olhei para ele confusa e vi o quão próxima eu estava dele. O garoto parecia calma na maioria das vezes, mas agora ele estava assustado e não queria ficar sozinho.

- Bran... Você está seguro. - O lembrei.

- Não me importo com a minha segurança Daena, é com a sua que eu me preocupo. - O garoto na cadeira de rodas estava preocupado comigo?

- Bran, eu sei me cuidar. - Alertei ele para que se acalmasse, passei os dedos em seus cabelos castanhos, acariciando os fios.

- Eu sei Daena, mas não me impede de ter medo por você. - Aquilo me deixou animada, me deixou feliz por suas belas palavras. Ele se importava comigo ao nível de acordar suando e desesperado de medo, medo por mim.

Me aproximei de seu rosto, e beijei sua testa, olhei em seus olhos e o fiz sentir a chama que vivia em mim.

- Eu estou bem aqui, e não vou a lugar nenhum, posso me proteger, então relaxe. - Sussurrei enquanto me aproximava de seus lábios.

Beijei o garoto com calma, mas não era isso que ele queria. Bran aprofundou o beijo segurando minha nuca e bagunçando meu cabelo, algo estranho percorreu meu corpo e por instantes senti que meu poder poderia sair do controle.

Me afastei de Bran com medo de machucá-lo.

- Não vai me machucar, eu sei que não vai, você não tem ideia do que consegue fazer caso queira. - Olhei para ele confusa.

- Como assim? - Perguntei

- o fogo destrói imperfeições, ele representa o renascimento, como renascer das chamas, ele pode tanto ser usado para matar alguém, ou para salvar.

- Você está dizendo que eu...

- Você pode me curar Daena.

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