Daenerys não gostou da maneira como olhei para o garoto, e ela deixou bem claro isso no jantar que tivemos. Tyrion tentou até que conseguiu, me sentei em frente a Bran.
- Daena é uma garota um pouco precipitada. - Disse Daenerys e eu sabia o que ela queria dizer.
- A princesa é uma garota que sabe escolher bem suas próximas ações. - Me defendeu Jhon, certamente ele e Daenerys haviam conversado.
- Estamos aqui para discutir sobre os mortos, não sobre o que eu sou ou deixo de ser. - Enfiei uma colherada de sopa na boca tentando ignorar o silêncio que se fez na mesa.
- Você não sabe controlar bem, não é? - A voz do garoto de cabelos castanhos, preso na cadeira de rodas ressoou pelo ambiente.
- Não. - Confessei, nunca imaginei que saberia de imediato o que uma pessoa queria dizer.
- Posso te ensinar, será muito útil na guerra que está presente. - Falou me olhando nos olhos, senti algo estranho me tomar de dentro pra fora.
- Você consegue ver, não consegue? - Estava em completo silêncio, todos na mesa estavam prestando cada segundo de sua atenção em nós dois.
- Consigo, pode usá-lo agora? - Curiosidade, essa era a primeira "emoção" que ele demonstrava.
- Claro.
Levantei minha mão direita, segurando a colher, a temperatura de minha mão se elevou drasticamente, derretendo instantaneamente a colher até que ela virou apenas ferro derretido. Apertei o metal quente contra minha pele, fogo ardente se fez presente e dava para ver, as chamas dançaram em minha mão, e coloquei vontade naquilo, imaginei Balerion rosnando do jeito dele, e quando a chama passou, o metal ainda estava quente, mas quando abri a mão, a figura quase perfeita de um dragão estava gravado no metal.
Olhei para Bran, e não ousei olhar para mais ninguém na mesa, Sansa que estava ao lado do irmão estava agora em choque assim como muitos.
Mas apenas Bran sorriu quando coloquei o metal na mesa, ele sabia que aquilo era dele, e assim que esfriasse ele poderia reivindicar o dragao de metal.
- Você controla bem. - Ronronou o garoto, abaixei o olhar para me prato, e por um instante perdi completamente a fome. Meu coração palpitou com a maneira que sua voz saiu.
Me levantei da cadeira olhando para todos, mas parei e fitei minha mãe.
- Se me dão licença eu preciso de um ar. - Ela não falou nada, apenas me encarou.
Sempre fui amiga de Daenerys, mas agora minha relação com ela estava com certos problemas. Pisei forte contra o chão a cada passo que eu dava em direção aos muros de Winterfell.
Eu queria Balerion, eu queria voar e esquecer aquilo, não sabia o motivo pelo qual apenas a voz do garoto fez com que eu me sentisse bem, eu era mais forte que isso. A guerra estava aí, eu nao poderia me dar o luxo de amar ninguém, e mesmo que ele seja o corvo de três olhos ou a merda que fosse, ele era fraco e poderia morrer... Eu não queria lidar com a perda.
Parei no meio do caminho quando ouvi um corvo, ele olhou diretamente para mim, e eu sabia que era Bran. Esfriei meu dedo indicador, e estendi para o corvo que imediatamente voou em minha direção, pousando em meu dedo.
- Me diga o que quis dizer com aquilo mais cedo. - Sussurrei, o animal apenas me olhou e então saiu voando. Suspirei pesadamente.
Eu sentia que o conhecia de muito tempo, eu sentia em meus ossos, na magia antiga em meu sangue, que não era a primeira vez que eu me encontrava com o garoto na cadeira.
- É incrível o que você fez, como fez aquilo? - A voz me pegou desprevenida, dei um pulo ao olhar para trás e me deparar com Arya.
- Arya, podia ter avisado que estava aqui. - Coloquei a mão no coração, o sentindo bater forte contra a carne.
- Desculpe se te assustei.
- Não, tudo bem, eu estava distraída.
- Como faz aquilo com o fogo? - Perguntou curiosa.
- Eu não sei, apenas faço. - Sorri sem jeito, a garota se aproximou de mim, vi um movimento rápido para segurar minha mão, mas eu me livrei de seu toque antes que tocasse de fato minha pele.
Eu estava quente demais, ela ia se queimar.
- Desculpa, você não gosta que toquem em você?
- Não é isso, é que...
- Ela aumenta a temperatura corporal por causa do frio Arya, uma pessoa normal como nós, poderíamos nos queimar. - Era Bran, o garoto não olhava para Arya, mas para mim.
A garota olhou para mim com um sorriso travesso antes de se virar e sair.
- Obrigada por explicar pra ela. - Agradeci me aproximando dele.
- O antigo sangue Valyrian corre em suas veias. - Ele me olhou.
- Você é muito intenso, pare de olhar para mim como se conhecesse cada um de meus segredos. - O reeprendi, a maneira que ele me olhava de fato dava a entender que ele via a minha alma, e eu não queria que alguém me olhasse assim.
- Vamos dar uma volta.
- Precisamos de guarda, pode ser perigoso lá fora. - Olhei para alem dos muros.
- Você pode nos proteger. - Sussurrou.
Fui para trás de sua cadeira, a empurrando em direção a saída das muralhas ao redor do castelo.
- Onde você quer ir? - Perguntei enquanto diminuía minha temperatura.
- Onde o seu coração desejar. - Eu não o entendi com precisão. Mas empurrei a cadeira.
Ficamos em silêncio, enquanto eu o empurrava para um jardim do lado de fora. Assim que chegamos eu me sentei ao em lado.
- Você me deixou confusa. - Confessei, eu mal o conhecia, tinha o visto pela primeira vez mais cedo, mas eu sentia que podia confiar nele, sentia que eu podia contar tudo a ele e também sentia que eu o conhecia a muito mais tempo do que de fato o conhecia.
- Eu sabia sobre você, vi você na primeira vez em que tive uma visão. - Confessou, o garoto olhava para as próprias mãos.
- O que isso significa? - Perguntei.
- Não está na hora de você saber, mas vai descobrir com o tempo. - Seus olhos encontraram os meus e eu sorri para o menino.
Não sabia o que aquilo significava, mas sabia que era algo bom, algo antigo e carmico. Ficamos ali por horas, e eu teria ficado ali em sua presença por dias se fosse preciso.
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Jogo dos tronos
FanficDaena Targaryen é filha de Daenerys Targaryen com Drogo, ao crescer ao lado de sua mãe e de dragões, vivendo em guerra com os outros reinos, Daena não é mais uma criança e precisa aprender a se cuidar para ajudar sua mãe a se sentar no trono de ferr...